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Cotidiano

Silêncio, luto e reflexão marcam a Sexta-feira da Paixão para católicos na Capital

Cobertura de imagens santas é tradição que vem desde a época medieval
Marcus Moura, Liana Feitosa -
O único rito permitido é a Celebração da Paixão do Senhor, com a leitura da Paixão segundo João, adoração da cruz e comunhão. (Fotos: Madu Livramento/Midiamax)

A Sexta-feira da Paixão para os católicos de está sendo marcada pelo silêncio, luto e reflexão sobre a morte de Jesus. No Santuário Perpétuo Socorro e em outras igrejas, um cenário incomum: altares mais sóbrios, imagens cobertas por panos escuros e um silêncio quase absoluto no ar. Esse gesto, que pode parecer estranho à primeira vista, carrega um profundo simbolismo dentro da tradição cristã; trata-se de um ritual de recolhimento, luto e contemplação da morte de Jesus Cristo.

A prática de cobrir imagens e crucifixos com véus, especialmente a partir do quinto domingo da Quaresma até a Sexta-feira Santa, é uma tradição antiga na , com raízes na liturgia medieval. Durante esse período, chamado de “Tempo da Paixão”, a Igreja convida os fiéis a voltarem o olhar para o mistério da cruz, concentrando-se no sofrimento e na entrega de Cristo.

Para o vendedor José Carlos, que frequenta o Santuário desde 1972, a data convida a reflexões profundas. “Hoje é um dia que marca a nossa história, né? Pelo início do sofrimento de Jesus, que ele enfrentou tudo aquilo. E hoje a gente está velando ele, né? Pra depois ele ressuscitar”, disse.

Hoje é o dia em que os cristãos recordam a crucificação e morte de Jesus, momento em que o simbolismo atinge seu ponto mais intenso. Todas as celebrações da Igreja nesse dia são marcadas pela sobriedade: não se celebra a missa, os sinos permanecem em silêncio, o altar está despido e as imagens continuam cobertas. O único rito permitido é a Celebração da Paixão do Senhor, geralmente realizada à tarde, com a leitura da Paixão segundo João, adoração da cruz e comunhão.

O uso do véu roxo também não é aleatório: na tradição litúrgica, a cor roxa simboliza penitência, luto e espera. Ao cobrir as imagens com esse tom, a Igreja enfatiza o caráter penitencial da Quaresma e nos prepara para o grande silêncio do Sábado Santo, que antecede a celebração da ressurreição na Vigília Pascal.

Para a contadora Tania Bakargy, esse gesto silencioso e simbólico é um lembrete visual de que, durante a Semana Santa, a dor da cruz não pode ser ignorada. É um convite à introspecção, ao arrependimento e à esperança. Pois o véu que cobre hoje será retirado com alegria na noite da Páscoa, quando a luz do Cristo ressuscitado volta a brilhar sobre todos os altares.

“É o dia em que vivemos a memória da paixão de Cristo. É um momento dedicado à entrega, à oração, ao silêncio. É o dia de unir a nossa dor à dor que Jesus passou, sofreu por cada um de nós. Por isso, é um momento muito importante para nós”, reflete.

Ela conta que a preparação para a Sexta-feira já vem desde o Domingo de Ramos. “A gente já vem caminhando na preparação da Quaresma. E agora, na Semana Santa, que começa com o Domingo de Ramos — uma semana mais intensa — a gente participa das celebrações que vão tocando o nosso coração, nos preparando e nos aproximando cada vez mais de Jesus, para vivermos a Sexta-feira Santa com devoção”.

Na Sexta-feira da Paixão, o silêncio que paira sobre o mundo cristão carrega um peso sagrado e uma profundidade espiritual única. Não é um silêncio vazio, mas um espaço denso de contemplação, dor e amor profundo. Nesse dia, a ausência de palavras se torna eloquente, revelando uma conexão íntima com o mistério da cruz, conforme a fiel.

“É um momento de interação também, no silêncio. É no silêncio, mas a gente está ali renovando a nossa fé, se entregando a Deus. Ao mesmo tempo em que estamos no silêncio, estamos em comunidade, porque participamos das celebrações, mas sempre há muito barulho e distrações. Aqui, não. Esse momento é um momento em que você está com o nosso Senhor, uma conexão profunda, porque não há barulho, nem muitas distrações. É o momento em que conseguimos nos concentrar de verdade”, reforça.

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