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Cotidiano

Sorteados aguardam lote em Campo Grande há 2 anos, mas prefeitura aponta pendências técnicas

Prefeitura alega que aprovação do loteamento está em andamento
Fábio Oruê -
casas populares
Agência da Emha, antiga Amhasf (Divulgação, PMCG)

Sorteados com terreno no Portal Caiobá, em agosto de 2022, esperam há mais de 2 anos para concretizar o sonho da casa própria em . Entretanto, a morosidade burocrática impede tal realização e muitas famílias não conseguem se ver livres do aluguel.

O sorteio dos terrenos havia sido realizado na 7ª edição do Habita Campo Grande, em agosto, com a lista oficial divulgada em setembro de 2022. Uma das contempladas é a animadora de festas Cristiane Alves Pereira, de 42 anos.

Atualmente, Cristiane não paga aluguel, mas mora em um quarto com uma triliche nos fundos da casa da irmã. Em duas camas dormem os filhos de Cristiane, de 10 e 4 anos. A parte de cima é utilizada para guardar os pertences de trabalho, enquanto ela dorme no chão.

“Na casa onde estou vivendo, somos 11 moradores, e eu contribuo com as despesas. Somente a chega a R$ 1,2 mil”, diz ao Jornal Midiamax. O terreno que ganhou era o vislumbre de uma vida melhor.

sorteada emha
Quarto onde Cristiane mora (Arquivo pessoal)

Ela relembra que quando foi sorteada, estava recém-separada e procurando um lugar para alugar. “Fiquei muito feliz, pois parecia que tinha encontrado uma solução em um momento complicado. No entanto, não consigo mais arcar com o aluguel e acabei nessa situação atual”, conta.

“Sinto uma grande frustração e um sentimento de fracasso por depender dos meus parentes. Fico pensando se devo continuar nessa dependência, se devo voltar para o meu casamento – onde ouvi por 22 anos que a casa era dele – ou se aguardo a entrega do terreno com a esperança de finalmente ter meu próprio espaço. O aluguel é complicado para quem depende de ter festas ou não”, desabafa à reportagem.

Cristiane é uma das 117 pessoas sorteadas com um terreno no Portal Caiobá. Ao Jornal Midiamax, a (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) diz que o processo de aprovação do loteamento está em andamento, mas há observações técnicas a serem resolvidas antes da continuidade do projeto.

“A Emha reforça que segue trabalhando no que lhe compete para garantir a segurança e a viabilidade dos projetos habitacionais, o que tem demandado ajustes no cronograma de entrega dos lotes”, diz em nota.

Várias idas à Emha

Os sorteados alegam ao Jornal Midiamax que já foram várias vezes procurar por informações na Emha. Entretanto, não tiveram sucesso. “Já fui quatro vezes na Emha para ter notícias e sempre a mesma resposta: que ainda não limparam os terrenos. Dessa última vez pediram meu CPF, nome completo e contato”, relata a manicure Fabrícia Nunes de Oliveira.

Quando foi sorteada, ela ficou como 13ª suplente, mas cerca de cinco meses depois do sorteio, ela foi chamada na agência. “Juntei os documentos em 3 dias, que foi o prazo que me deram. Entreguei e me deram um protocolo; disseram que era só esperar a divisão dos lotes e um novo sorteio entre os contemplados para saber qual seria o meu. Desde então estou na espera”, relata ela, que gasta todo mês R$ 800 de aluguel no Aero Rancho.

O auxiliar administrativo Marcos Bongiovani, de 41 anos, é outro que entrou como suplente, mas foi chamado. “Já entreguei toda a documentação e fui aprovado em todas as instâncias. Me senti feliz em saber que iria construir minha casa própria, mas após dois anos do sorteio, o sentimento é de tristeza e abandono”, relata à reportagem.

Vida melhor para a família

O azulejista Elias Eduardo, de 39 anos, espera o terreno para construir uma casa para morar com o pai, de 65, e as duas filhas de 14 anos e sair do aluguel, que hoje custa R$ 1 mil.

A açougueira Angela Maria Olmedo quer construir a casa própria e sair do aluguel para morar de forma mais confortável com a filha e os netos de 8 e 2 anos.

A policial militar aposentada Claudineia da Silva Cezarino também sonha com a casa própria e tem planos em construir um pequeno para trabalhar em casa. Ela é mãe solo, de um menino de 7 anos, e desde 2000 tentava conseguir um lote ou uma casa popular.

O mesmo acontece com a cuidadora de idosos, Mikaele Pontes da Silva, de 30 anos, que tem um filho de 12 anos. Ela desembolsa todo mês R$ 750 de aluguel.

“[…] fui contemplada em agosto de 2022. Após eu ser contemplada, eles deram um prazo de 3 meses, ou seja, até o final de 2022. Essa situação é bem triste. Eu tinha planos de construir uma casa para não pagar aluguel, porém a realidade hoje é outra”, desabafa.

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