As primeiras semanas de outubro foram marcadas pela morte de três crianças de Mato Grosso do Sul. Os casos foram em decorrência de acidentes domésticos, ocorridos em momento de lazer. Diante dessas fatalidades, o que fazer para evitar tragédias em casa?
Segundo dados do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, foram registradas 1.548 mortes de crianças por acidentes domésticos, em todo o Brasil, no período de 2023 a 2024.
Com a aproximação do fim de ano, período de férias, e com altas temperaturas predominando no Estado, o que aumenta a procura por piscinas, lagos e rios, orientações do Corpo de Bombeiros e de especialistas são medidas importantes de prevenção.
Onde é seguro brincar?
Existem locais que são mais adequados para que as crianças brinquem. Escadas, sacadas e lajes não são seguras e podem provocar quedas, lesões e, em alguns casos, acidentes fatais.
O presidente da SBTO (Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico), o médico Robinson Esteves, explica que as quedas são os acidentes mais comuns em períodos de férias e no verão.
“As quedas representam a principal causa de fraturas e lesões musculoesqueléticas em crianças durante as férias. Por isso, é essencial que os responsáveis redobrem a atenção com escadas, móveis soltos, camas altas e brinquedos espalhados pelo chão”, afirma.
Além disso, é preciso estar atento a ambientes como ruas, estacionamentos e em frente a garagens, que também são inadequados para brincadeiras e podem causar acidentes, como atropelamentos.
Outro cuidado importante é a utilização de capacete em atividades como skate, patins e patinete. O equipamento é obrigatório na realização de qualquer uma das brincadeiras e pode reduzir o risco de lesões na cabeça em até 85%.
Uma das mortes foi a de Ernahn Julio de Souza. Ele sofreu uma queda andando de bicicleta e fraturou o quadril. Após a queda, o menino foi levado para uma unidade de saúde alguns dias depois e, na unidade de saúde, a equipe médica constatou que o menino precisaria ser encaminhado para a Santa Casa.
Ele foi levado para a Santa Casa no dia 14, onde deu entrada às 22h25. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu às 4h10 de quarta-feira (15).
O que não fazer
Por fim, é necessário destacar o que NÃO FAZER para manter as crianças seguras durante as férias. Confira a lista dos comportamentos que devem ser evitados:
- Usar toalhas compridas na mesa: a criança pode puxar a toalha e derrubar utensílios, panelas e outros objetos;
- Manusear líquidos ou comidas quentes próximo às crianças: os alimentos podem cair sobre a criança e provocar queimaduras graves;
- Manter as portas e o porta-malas do veículo aberto: a criança pode entrar no automóvel, ficar presa, ou até mesmo provocar um acidente, caso as chaves também estejam expostas;
- Deixar álcool e objetos cortantes ao alcance das crianças: o álcool pode provocar explosões e queimaduras; já os objetos cortantes podem resultar em sérias lesões;
- Usar ferro elétrico perto das crianças: o ferro de passar roupas é perigoso e pode causar queimaduras gravíssimas; também não se deve deixá-lo ligado sem vigilância.
- Em rios, lagos e piscinas, crianças não devem brincar sem a supervisão de um adulto. Elas também não devem ser deixadas sob cuidados de pessoas estranhas;
- Crianças não devem brincar de empurrar, dar “caldo” dentro da água ou simular que estão se afogando;
- Nunca mergulhe de cabeça em locais com profundidade desconhecida.
Supervisão de adultos
Além de seguir todas as recomendações, os responsáveis devem sempre acompanhar os menores, principalmente em brincadeiras fora de casa ou locais que podem apresentar maiores riscos.
“A supervisão de um adulto e um ambiente preparado são fundamentais para evitar acidentes. Com pequenos cuidados, as férias podem ser aproveitadas do jeito que devem ser: com tranquilidade, alegria e segurança”, conclui Robinson.
Em caso de acidentes mais graves e urgentes, os pais podem acionar o Corpo de Bombeiros, pelo número 193, ou o Samu (Sistema de Atendimento Móvel de Urgência) em lesões sérias, por meio do número 192.
Mortes
Além de Ernahn, as últimas semanas foram marcadas pela morte de Geziel Alcântara, de 6 anos, que morreu afogado na piscina de sua casa na cidade de Deodápolis, na noite do dia 9 de outubro.
A mãe encontrou o menino na piscina já sem sinais vitais e o levou rapidamente até o Hospital Municipal Cristo Rei. Na emergência, a equipe de plantão tentou reanimação por aproximadamente 30 minutos, mas Geizel não resistiu.
Um bebê de 11 meses também morreu após se afogar nesta quinta-feira, dia 16, em São Gabriel do Oeste. Ele completaria 1 ano neste sábado (18).
As informações são de que ele foi encontrado em uma piscina de plástico após ficar cerca de 10 minutos submersa. O bebê faleceu na noite do mesmo dia, na Santa Casa de Campo Grande.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)