Queda no preço médio dos combustíveis apurada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil) até a semana passada, alterou a realidade nos postos de combustíveis na linha de fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero.
Com cotação brasileira menor que a do exterior, motoristas passaram a fazer caminho inverso, saindo do lado paraguaio para abastecer no território sul-mato-grossense, no entanto, a realidade não deve durar muito, já que nesta terça-feira (24), a Petrobras anunciou aumento de 7,46% nas bombas.
Habitualmente, o preço praticado nas bombas paraguaias é mais vantajoso ao bolso, no entanto, na segunda-feira (23), balanço da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) apontou que a gasolina vendida pela Petrobras até hoje estava 14% menor que no exterior. Já sobre o diesel, a diferença é de 7% para menos.
José Antônio da Silva, gerente de um posto no Centro de Ponta Porã, afirma que a variação com os concorrentes do país vizinho foi sentida em consulta de preços interna. “No Paraguai não está compensando e justamente por isso, nossa clientela deu uma melhorada boa”, comenta.
No posto em que José trabalha, o litro da gasolina é vendido a R$ 5,38, do etanol a R$ 4,50 e do diesel a R$ 7,20. Em pesquisa feita pela própria empresa, o valor cobrado pelo litro da gasolina paraguaia é R$ R$ 7,92 e do diesel sai a R$ 8,05, uma diferença de R$ 2,54 e R$ 0,85, respectivamente.
“Andando pelas ruas da cidade a gente nota que há uma demanda muito grande de veículos paraguaios abastecendo do nosso lado, isso começou a ser sentido desde dezembro”, comenta Marcelino Nunes, morador e um dos secretários municipais de Ponta Porã.
Para ele, a variação cambial é um dos fatores que pode justificar a realidade. “Quando o dólar está mais baixo a tendência é de que as pessoas abasteçam em Pedro Juan Caballero, quando está alto, a procura maior é do nosso lado”, comenta.
Entre os moradores, a dica é sempre pesquisar preços e avaliar se o valor compensa quando comparado à qualidade do produto oferecido. “Isso [o preço] varia de posto para posto, mas no lado paraguaio não está compensando, até porque, o pessoal fala que o combustível de lá não é muito bom”, alerta o morador Renan Henrique Gomes, de 29 anos.
Sobe e desce de preços
Dados da ANP mostram que, na última semana, os preços da gasolina e do diesel apresentaram queda nos postos de combustíveis. De acordo com a análise, o preço médio por litro caiu de R$ 5,12 para R$ 5,04, após duas semanas de alta. Já o preço médio do litro do diesel foi de R$ 6,41 para R$ 6,36.
Hoje, a Petrobras anunciou aumento de 7,46% no litro vendido para as distribuidoras após 45 dias com preço inalterado. Com isso, o valor passa de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro, um total de R$ 0,23.
“Esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, considerou a Petrobras.
