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Economia

Indústria de MS alça voos para liderar descarbonização e se antecipa na produção de combustível sustentável

Mato Grosso do Sul assumiu o compromisso de se tornar carbono zero até 2030 e investe em alternativas para substituir os combustíveis poluentes
Graziela Rezende, Thalya Godoy -
MS se destaca na produção de bioenergia. (Giovanna Gabriele, Jornal Midiamax)

Os celeiros de farturas, sob um céu de puro azul

é o segundo estado do Brasil com maior potencial de gerar bioenergia, aponta Aneel

Reforjaram em Mato Grosso do Sul, uma gente audaz

Mato Grosso do Sul pode liderar o mercado global de SAF

As primeiras estrofes do hino de Mato Grosso do Sul evidenciam a prosperidade e as belezas naturais da região, enquanto as notícias recentes mostram que o Estado alça voos para liderar a descarbonização a partir de energias limpas e renováveis. O passado e o futuro se conciliam, em busca de um desenvolvimento sustentável.

Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) apontam que as mudanças climáticas podem empurrar 80 milhões de pessoas para a fome até 2050. 

Portanto, reduzir as emissões de GEE (Gases Causadores do Efeito Estufa) e mudar a relação entre homem e a natureza são essenciais para garantir um futuro sustentável para as próximas gerações. 

Neste sentido, Mato Grosso do Sul assumiu o compromisso de se tornar carbono zero até 2030. O SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), aponta que o Estado reduziu quase pela metade as emissões de GEEs no intervalo de 30 anos, mas ainda ocupa a 12ª colocação do ranking nacional.

Em 1990, o Estado emitiu 150,84 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. Esse volume foi diminuindo ao longo dos anos e chegou a 79,21 MtCO2 no último levantamento, realizado em 2023. 

MS voa rumo à descarbonização

O diretor de Sustentabilidade da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), Robson Del Casale, destaca que o Estado atrai indústrias e investimentos, especialmente as de etanol e milho. O setor tem se expandindo, com 22 usinas gerando mais de 30 mil novos empregos diretos. 

“Temos um alto potencial com a segunda maior capacidade de geração nesta área de biocombustíveis no país, impulsionado pela produção de etanol de milho e cana-de-açúcar, e com um crescimento contínuo em investimentos, empregos e práticas sustentáveis, incluindo a produção de biometano. E o estado tem expectativas de apoio e investimento em outras cadeias de biocombustíveis como o SAF e diesel verde”, projeta.

Levantamento da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) posiciona Mato Grosso do Sul como o segundo estado do país na geração centralizada de energia elétrica por meio de resíduos oriundos da biomassa, com 2.439 MW (megawatts), ficando atrás apenas de São Paulo, com 6.995 MW. 

A bioenergia é uma energia produzida a partir de biomassa, como resíduos de plantas ou animais, que podem resultar em eletricidade, calor ou combustíveis. É uma forma de substituir combustíveis fósseis, como o petróleo, que aumentam o aquecimento do planeta. “Nada se perde, tudo se transforma”, já dizia o químico francês Antoine-Laurent Lavoisier.

O bioetanol (derivado de plantas como a cana-de-açúcar), o biodiesel (feito a partir de óleos vegetais ou gorduras animais) e o biogás (produzido por materiais orgânicos) são alguns exemplos de bioenergia já consolidados ou conhecidos pelo mercado. Porém, investimentos em pesquisa e inovação em Mato Grosso do Sul produzem novos tipos de produtos com potencial para mudar setores. 

SAF como alternativa ao querosene

Este é o caso do SAF (Sustainable Aviation Fuel), um tipo de combustível sustentável para a aviação, produzido a partir de resíduos ou matérias-primas renováveis como o etanol. Ele é uma alternativa ao querosene utilizado na aviação tradicional e que pode diminuir as emissões de gases causadores do efeito estufa em até 94% em comparação com o combustível tradicional, de acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos. 

A aviação é responsável por 2% de todas as emissões de dióxido de carbono e 12% de todas as emissões de CO2 do transporte em todo o mundo. A redução da “pegada de carbono” se tornou tão relevante para o mercado que, ao comprar uma passagem aérea, o Google Voos informa ao usuário a quantidade de CO₂ (dióxido de carbono) emitido naquela viagem para ajudar o passageiro a tomar a decisão mais sustentável.

Empresas aéreas destacam a redução de emissão de gases poluentes para tentar atrair clientes. (Reprodução)

O aumento da produção de SAF se tornou uma política do governo brasileiro e tem recebido investimentos. No ano passado, foi sancionada a Lei do Combustível do Futuro (Lei 14.993/24), que escalona o uso do combustível sustentável. A meta é usar 1% da SAF nas operações domésticas a partir de 1º de janeiro de 2027 e chegar ao, no mínimo, 10% até 1º de janeiro de 2037.

Além disso, foi aberta uma linha de crédito de R$ 6 bilhões para o incentivo da produção do biocombustível sustentável para a aviação e navegação pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). 

Enquanto isso, o setor privado também trabalha na transição energética. A Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) anunciou a intensificação dos testes de compatibilidade com os materiais das aeronaves para que os aviões possam operar com o combustível sustentável sem mistura com combustíveis fósseis.

A empresa é uma das principais do setor no mercado global e se prepara para ter as aeronaves aptas a operar 100% com SAF até 2030. A edição de 2024 do Relatório de Sustentabilidade da Embraer indica a redução de 5% no uso de combustíveis não-renováveis no ano passado em comparação com 2023.

Ao mesmo tempo, o uso de SAF nas operações de testes e demonstrações de voo saltou de 859MWh em 2022 para 7.399MWh em 2024, o que representa aumento de 761.35% no período.

Cenário promissor: indústria de MS se antecipa na produção de SAF

Diante do cenário promissor, a indústria de Mato Grosso do Sul se antecipa e se posiciona como uma das com maior potencial para a produção de SAF. Algumas plantas do Estado já receberam as certificações internacionais e nacionais para a produção do biocombustível, como a Adecoagro.

A empresa é uma das das principais produtoras de energia renovável e alimentos da América do Sul, com unidades em e Ivinhema no Mato Grosso do Sul, e Monte Alegre, em Minas Gerais.  São, ao todo, mais de 6,5 mil colaboradores no país.

Já as usinas em Mato Grosso do Sul receberam certificados internacionais para a produção do SAF neste ano.

Ao Midiamax, o vice-presidente de Açúcar, Etanol e Energia da Adecoagro no Brasil, Renato Junqueira Santos Pereira explica que a empresa acredita no potencial do biocombustível e o vê como uma oportunidade para desenvolver novos mercados para o etanol. 

“Já certificamos nossas unidades com o padrão Corsia Plus, justamente para nos prepararmos para essa evolução. Estamos acompanhando e avaliando a consolidação deste mercado”, aponta. 

Em Mato Grosso do Sul, desenvolvimento econômico e desenvolvimento social caminham juntos. Além do investimento em energia renovável, a empresa também promove programas que incluem a comunidade local:

Neste âmbito, Pereira enumera o conjunto de fatores que tornam Mato Grosso do Sul estratégico para a transição energética e o desenvolvimento da bioeconomia no Brasil:

“Além da elevada produtividade agrícola da cana-de-açúcar, o Estado se destaca pelo clima, pela disponibilidade de recursos hídricos e qualidade dos solos, o que asseguram uma produção sustentável e competitiva”, evidencia.

A empresa estabeleceu metas alinhadas ao Acordo de Paris e a Agenda 2030 da ONU, assumindo a meta de reduzir em 20% a intensidade de carbono até 2030. A estratégia considera três pilares: 

  • Energia renovável: substituição de combustíveis fósseis por bioenergia de baixo carbono, como etanol, bioeletricidade e biometano;
  • Agricultura Regenerativa: adoção de práticas que preservam o solo, aumentam o carbono orgânico e reduzem insumos químicos. Utilizam vinhaça como biofertilizante, que substitui as necessidades de fertilizantes potássicos;
  • Tecnologia: investimento em soluções que tornam a produção mais eficiente e sustentável, reduzindo emissões em todas as etapas.

Neste cenário, alguns resultados são a redução acima de 90% dos resíduos reaproveitados ou reciclados; 238 mil toneladas de carbono sequestradas nas operações; 17 milhões de tCO₂e capturados por ano via fotossíntese e 100% da frota leve, em Ivinhema, abastecida com biometano produzido nas próprias usinas. 

A empresa acredita que a bioenergia é a protagonista na transição energética. Pereira analisa que o Brasil já é referência mundial por utilizar a cana-de-açúcar — a cultura mais eficiente em converter energia solar em carbono — para gerar combustíveis limpos.

“Investir nesse setor significa reduzir emissões, fortalecer a segurança energética e ampliar o protagonismo do país no combate às mudanças climáticas”, acredita. 

Pesquisa e inovação

A transformação também chega por meio de investimentos em pesquisa científica. Uma das últimas conquistas foi a primeira patente para um biocombustível a partir de plantas aquáticas, desenvolvido pelo ISI (Instituto Senai de Inovação) Biomassa, em , na região leste do Estado. O projeto Macrofuel recebeu o direito exclusivo com publicação nos Estados Unidos e pelo Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). 

De acordo com o engenheiro mecânico e diretor do ISI Biomassa, João Gabriel Marini da Silva, a pesquisa surgiu para solucionar um problema da região: crescimento massivo e descontrolado de plantas aquáticas que se prendem nas grades das turbinas e que acabam prejudicando a operação da geração hidrelétrica, na divisa entre os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo.

“O projeto desenvolveu um biocombustível a partir da termoconversão destas plantas aquáticas, além de gerar um programa de manejo sustentável e a possibilidade de envolver ribeirinhos que também poderiam se beneficiar da cadeia extrativa. Este projeto deu um destino útil a um material extremamente abundante”, explica.

O ISI Biomassa desenvolve outras pesquisas para o desenvolvimento de biocombustíveis a partir de biomassa. Os projetos incluem a obtenção de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos, com destaque para hidrogênio, SAF, bunker, entre outros. 

“Nosso projeto H2Musgo, por exemplo, envolve uma transferência tecnológica do Fraunhofer (Instituto Alemão) onde podemos obter H2 de biomassas residuais, como lodo de tratamento de esgoto e que pode tornar a tecnologia que irá substituir os aterros sanitários no futuro”, prevê.

O pesquisador projeta que além das tecnologias já consagradas, o estado pode assumir um papel importante no desenvolvimento de novos biocombustíveis, como: biogás, biometano, hidrogênio, SAF e HVO, por exemplo.

Mato Grosso do Sul é o estado da energia da biomassa

O titular da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, afirma que “Mato Grosso do Sul é o estado da energia da biomassa”. Neste sentido, além da transição energética, o quesito segurança alimentar é um ponto a ser avaliado e discutido.

“Este é um ponto crucial. Nós temos uma grande oportunidade de continuar crescendo o parque industrial do estado, continuar ampliando a base de produção. No caso da transição energética, Mato Grosso do Sul tem o maior crescimento de consumo de etanol do país. Isto é fantástico, sob o ponto de vista da transição. E o setor sucroenergético, que era o setor que produzia etanol, hoje é um setor que produz açúcar e produz a maior parte da nossa energia do Estado: 94% da nossa energia limpa, somos o estado da energia da biomassa“, ressaltou.

A caminhada envolve também a indústria da celulose e, mais recentemente biometano. “Quem esteve em um evento recente, em Três Lagoas, viu que houve um lançamento, de fábrica, de um caminhão de biometano. Não é diesel convertido a biometano. É um caminhão que já está sendo testado aqui, na Suzano. E um outro ponto da transição energética, que muitos já noticiaram inclusive, quem é que vai sustentar, com energia firme e limpa, a IA [Inteligência Artificial]? Ou seja, toda consulta, a proporção é enorme”, explicou.

Mato Grosso do Sul, então, se posiciona e atua para criar núcleos industriais e atrair empresas que procuram a descarbonização com energia limpa. O cenário transforma a sustentabilidade em um bem ativo e não passivo, estando no palco destas medidas e discussões, com o SAF e o biometano, por exemplo.

Biogás – alternativa energética promissora e alinhada à economia circular

Biodigestor da JBS, em Campo Grande (JBS/Divulgação)

Na unidade da JBS de Campo Grande, o biometano é produzido a partir do tratamento dos efluentes gerados nas operações industriais, que passam por biodigestores, onde ocorre um processo natural de decomposição que gera o biogás. O que poderia ser descartado pela indústria vira, então, um produto sustentável.

Em seguida, o gás é purificado e transformado em biometano, que possui as mesmas propriedades do gás natural e é uma fonte de energia limpa e renovável. Ao Jornal Midiamax, o gerente de meio ambiente da multinacional, Giuliano Conde, argumenta que o biogás se mostrou uma alternativa energética promissora e alinhada à economia circular.

“Estamos em busca de construção de um futuro energético mais sustentável e, neste sentido, tivemos a instalação de biodigestores em nove unidades da Friboi, desde 2021, um investimento que alcançou, em 2025, R$ 77 milhões. São aplicações que vão desde a substituição de fontes de energia não renováveis até a geração de eletricidade e a potencial transição para uma frota de transporte menos dependente de combustíveis fósseis“, afirmou Conde.

MS tem capacidade para atender a demanda de bioenergia atual?

E o questionamento continua: caso essa demanda crescente, a plantação no campo consegue acompanhar o ritmo e garantir, ao mesmo tempo, a segurança alimentar? Em busca de respostas, a reportagem ouviu especialistas do setor produtivo.

O analista de Economia da Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Mateus Fernandes, aponta que Mato Grosso do Sul já dispõe de condições para atender à demanda atual de bioenergia, principalmente, porque a soja produzida no estado garante oferta de óleo vegetal em volume suficiente para a indústria de biodiesel, que hoje é o principal destino energético desse insumo no Brasil.

Além disso, o Estado conta com um parque de esmagamento consolidado e em expansão, o que amplia a capacidade de transformação local e reduz a dependência de outros centros processadores. “Se a demanda crescer de forma gradual, a tendência é que o campo consiga acompanhar o ritmo, seja pelo aumento da área cultivada, seja pelo ganho de produtividade. A soja, por exemplo, tem apresentado incremento constante de produtividade, e o milho de segunda atingiu patamares recordes”, pontua Fernandes.

No entanto, o analista alerta que, se o crescimento da demanda for acelerado, será necessário investir não apenas na produção agrícola, mas também em tecnologia industrial, certificações ambientais e diversificação de matérias-primas. Isso porque destinar grande parte da soja apenas para bioenergia pode gerar competição com exportações, alimentação animal e óleo comestível.

Portanto, Mato Grosso do Sul tem capacidade para atender o consumo atual e espaço para ampliar a oferta, mas um crescimento mais expressivo exigirá planejamento integrado entre produção agrícola, indústria e políticas públicas para garantir que a expansão seja sustentável e economicamente viável.

Óleo de soja X biodiesel

Atualmente, parte relevante do óleo de soja produzido no estado é destinada ao setor de biocombustíveis, especialmente o biodiesel, e responde por mais de 70% da matéria-prima usada nesse segmento. No entanto, o uso direto da soja ou do óleo para bioenergia, em Mato Grosso do Sul, ainda é limitado em comparação com a exportação de grãos e a destinação à cadeia de ração animal.

Em 2024 o volume total produzido de biodiesel no Brasil foi de 9,07 milhões de metros cúbicos, um crescimento na proporção de 21%. A capacidade diária de processamento de soja em Mato Grosso do Sul aumentará de 15,5 mil para 18 mil toneladas, representando um crescimento de aproximadamente 16%.

MS tem papel central na produção de grãos do país (Aprosoja MS/Divulgação)
MS tem papel central na produção de grãos do país (Aprosoja MS/Divulgação)

Esse avanço posiciona o estado como o quinto maior parque industrial de processamento de soja no Brasil. E o milho tem um papel cada vez mais central na produção de bioenergia, especialmente para a fabricação de etanol, com a produção do grão impulsionando a instalação de novas usinas e o aumento do volume de etanol de milho produzido no estado.

Em 2024, Mato Grosso do Sul processou em torno de 4,2 milhões de toneladas de milho para a produção de etanol, sendo o segundo maior produtor de etanol de milho do país.

De acordo com Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, a previsão para a safra de soja 2025/26 indica uma área plantada de 4,79 milhões de hectares, o que representa um aumento de 5,9% em relação ao ciclo anterior, com produção estimada em 15,2 milhões de toneladas (+8,1%) e produtividade média de 52,8 sacas por hectare.

Já a segunda safra de milho 2024/25 deve alcançar o recorde histórico de 14,2 milhões de toneladas, com área plantada de 2,1 milhões de hectares e produtividade média de 112,7 sacas por hectare, ainda em revisão. Esses números confirmam o papel central de Mato Grosso do Sul na produção de grãos do país.

Benefícios ambientais e econômicos de integrar a soja e SAF

Com tamanho potencial, o estado se torna um polo estratégico, com inúmeros benefícios ambientais e econômicos ao integrar a produção de soja com a de SAF.

“Do lado ambiental, a substituição de combustíveis fósseis reduz as emissões de gases de efeito estufa e contribui para metas globais de descarbonização, especialmente no setor aéreo. Além disso, a integração pode estimular o uso de subprodutos e resíduos, aumentar a eficiência do uso do solo e reduzir a pressão por abertura de novas áreas agrícolas”, indica Balta.

Já no ponto de vista econômico, abre-se um mercado em franca expansão, conforme o coordenador, capaz de agregar valor à soja produzida em MS, gerar empregos no setor industrial e logístico e diversificar a base de receita do produtor.

“Nesse cenário, Mato Grosso do Sul se mostra estratégico: combina alta produtividade agrícola, disponibilidade de área, um parque industrial de esmagamento consolidado e com potencial de expansão e políticas estaduais voltadas à bioenergia”, ressaltou Gabriel.

Estratégias ESG para as indústrias de MS

Para a consolidação deste cenário, é necessário criar um ambiente de negócios atraente, o que envolve contratação e qualificação da mão de obra, investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais, entre outras políticas locais. É neste sentido que o Programa ESG-FIEMS tem como objetivo construir estratégias ESG para as indústrias de Mato Grosso do Sul.

A iniciativa é operacionalizada pelo CSI (Centro de Sustentabilidade da Indústria) e pela Gerência de Sustentabilidade que, por meio de uma equipe técnica, implementa um sistema para análise ESG que auxilia na consolidação de práticas e cultura organizacional.

“Visualizamos o ESG como uma forma de posicionamento e compromisso sólido com o desenvolvimento sustentável em todas as suas interações econômicas, ambientais e sociais. Mais que isso, o programa traz uma série de critérios que avalia componentes relacionados à economia de baixo carbono, ações inclusivas e gestão industrial próspera”, menciona Claudia Borges, gerente de sustentabilidade da Instituição.

O foco principal é impulsionar cases de sucesso e boas práticas industriais sustentáveis, tendo o setor de bioenergia como um dos principais destaques. Neste sentido, os investimentos se concentram na atração de indústrias, ampliação do portfólio desta área e indústrias de etanol e milho.

‘Existem pessoas e empresas preocupadas com nosso planeta’, diz aficionado por aviação

Em todo este processo, aqueles que são aficionados por aviação, acompanham estudos e processos que atuam para diminuir a emissão de poluentes na atmosfera, carregando a esperança de que realmente existem pessoas e empresas preocupadas com nosso planeta. É justamente o caso do técnico em química, Fabrício José Fagundes Ferreira, de 37 anos, que atualmente trabalha como operador de área na maior produtora mundial de celulose, a Suzano, em Três Lagoas, região leste do Estado.

“O tempo não para e nem os impactos, por conta dessas emissões em nosso meio ambiente. E posso dizer que sou um entusiasta apaixonado pela aviação. Tive contato direto por quatro anos, quando prestei serviço à FAB [Força Aérea Brasileira], mais precisamente na Base Aérea de Campo Grande. Atualmente trabalho em uma grande empresa de produção de celulose, que também está muito alinhada com questões ambientais”, iniciou.

Fagundes ressalta acreditar que o SAF será “uma revolução no setor aéreo e um grande orgulho para nós, sul-mato-grossenses, já que o Estado se destaca como potencial produtor”. “Tenho visto que, ao longo dos anos, as empresas aéreas vêm buscando cada vez mais por eficiência, afinal de contas, quanto mais eficiente for uma aeronave, menos energia ela vai gastar e isso gera valor para as empresas, acionistas, funcionários e as vezes até para nós, clientes, com passagens mais baratas. E agora chegou a vez do combustível para esta continuidade”, opina.

O químico também diz que existe um grande processo químico para a produção de SAF e seu respectivo uso na aviação, concluindo que “o mundo só tem a ganhar com essa inovação tecnológica, tendo como o Brasil e em especial, o Estado de Mato Grosso do Sul como um exemplo a ser seguido”.

Quer aprender ainda mais? Participe do quizz da indústria e teste o seu conhecimento sobre o assunto:

Assim, entre os campos e o esplendor do Pantanal, Mato Grosso do Sul concilia passado e futuro em busca da transição energética e sustentável. A indústria regional se posiciona como uma das principais líderes na produção de bioenergia e confirma Mato Grosso do Sul como a certeza e o futuro do Brasil.

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