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‘Komboza’ até deixou a turma na mão, mas no fim garantiu viagem inesquecível

Viagem até Bonito acabou em guincho, mas dono faria tudo de novo
Guilherme Cavalcante -
Komboza

Sim, está é mais uma história sobre Kombis e seus admiradores. E como sempre, relatos sobre Kombis contam histórias de pequenas tragédias diárias – como ter que empurrar o carro, motor que solta fumaça, portas que caem de repente e que precisam ser seguradas até o destino final. Só que esta história é diferente. A ‘Komboza’, como a turma chama o veículo, até deixou a galera na mão durante a volta do Festival de Inverno de . Mas, também garantiu uma das viagens mais incríveis dos quatro amigos que desbravaram a estrada.

‘Komboza’ é uma 1974, de propriedade de Roger Raggiani, o jovem barbeiro campo-grandense que sempre sonhou em ter uma Kombi antiga, desses modelos ‘corujinha’. “Eu sempre via na internet foto de Kombi e pirava. Passei um bom tempo procurando por uma e quando encontrava era cara demais, e eu não tinha dinheiro. Até que um dia um amigo me ligou meia noite dizendo que tinha uma na rua da minha casa, um lugar onde eu passava todo santo dia. Acordei cedo e fui bater lá”.

Assim a Komboza, que antes era ‘Joana Fretes’, foi parar na família Raggiani. O veículo estava com uma série de problemas na documentação, e por isso saiu mais barato. “Ela só andava, mas estava melhor do que as que encontrei em ferro-velho. Enfim, pelo menos andava. Comprei e até hoje já gastei uns R$ 15 mil nela, gastei mais na regularização que na compra inicial. Fiquei três meses só para conseguir passar pro meu nome”.

Agora, a última parte que falta é o motor, etapa que, depois da viagem, voltou a estaca zero. “Mas boa parte da funilaria a gente já fez. Se deixasse do jeito que estava era passar num buraco e ela partir ao meio. Comecei com as rodas, depois os bancos, agora a funilaria…”

Partindo de Campo Grande

Com a chegada do Festival de Inverno de Bonito, que aconteceu no fim de julho, Roger teve a ideia de sair com os amigos de barbearia – Eduardo, Felipe e seu irmão Renan – numa roadtrip até à cidade, que fica a cerca de 300 km de Campo Grande. Para levar a ideia adiante, ele primeiro deu uma passada no mecânico. “A Kombi passou uma semana lá com ele, mas daí ele disse: ‘acho melhor você não ir’. Só que a vontade era tanta que a gente viajou. Falei pros meninos que não garantia chegar até lá, mas mesmo assim a gente quis ir”.

Kombosa precisou de fôlego a cada 30 min na viagem de ida (Arquivo pessoal)
Turma reunida rumo à Bonito na Komboza (Arquivo pessoal, reprodução)

Assim, os quatro saíram do trabalho na sexta, 29 de julho, por volta das 20h. Antes, passaram no mercado, encomendaram duas pizzas e finalmente partiram para o destino final por volta das 22h.

“A cada meia hora a gente parava, dava uma refrescada no motor por uns 20 minutos e continuava a viagem. Foi isso a viagem toda. Depois de 9h de viagem, chegamos a Bonito às 6h da manhã. E só isso já pagou a viagem, foi uma aventura, paramos em lugares incríveis, vimos estrelas cadentes… Foi a viagem que eu queria fazer desde o começo. Comprei a Kombi para poder viajar”, aponta Roger.

Porém, quando eles chegaram a cidade, Roger sentiu que o motor já não estava ok. “Levei quatro litros de óleo, porque estava vazando. Passamos o dia em Bonito, ficamos em um quiosque do lado do Balneário Municipal, dormimos todos na Kombi. Isso tudo foi muito divertido. Até que finalmente saímos de volta a Campo Grande no domingo, às 10h. Em meia hora o motor esquentou demais. Passamos num restaurante e deixamos para comer no próximo. Foi aí que chegamos na parte da serra e paramos por uma hora e meia esperando o motor esfriar”.

A serra implacável

Ainda no esquema ‘anda’, ‘para’, ‘anda’, ‘para’, Komboza se viu diante do seu maior desafio: no meio do caminho tinha uma pedra. No caso, uma pedra bem grande – a serra de . O desafio foi aceito e o carro até conseguiu subir, mas…

“O pessoal passava por nós, buzinava, e a gente lá, a 20 km/h. Parei no acostamento e vi que o motor estava esfumaçado e vi que o óleo tinha vazado todo. Coloquei o último litro de óleo e consegui ligar o carro de primeira. Mas, andamos só uns 500 metros e o motor esfumaçou de novo. O que salvou a gente foi um barzinho que tinha próximo, que tinha uma mulher com um telefone. Daí ligamos para minha mãe chamar um guincho, que parece que tava em falta no domingo. Ele só foi chegar lá pra 21h… Sei lá que horas chegamos em Campo Grande”.

O grupo até combinou com alguns amigos que encontraram em Bonito para que parassem caso os integrantes da Kombi fossem avistados em dificuldade na estrada. “Nosso erro foi ter desistido do primeiro restaurante, porque ficou só com duas bolachas Club Social. Uns amigos nossos acabaram passando por nós só lá para as 19h. E eles tinham um pão de forma, que foi o que salvou a gente. Mas durante toda a espera, a gente viu as estrelas cadentes, fizemos fotos fantásticas, jogamos carteado, tomamos tereré… E francamente, valeu muito a pena a viagem. Queria já ter feito isso há muito tempo”, afirma Roger.

Coisas da vida... (Arquivo pessoal)
Komboza sendo rebocada e marcando o fim da aventura… por enquanto! (Arquivo pessoal, reprodução)

Notícias urgentes sobre a Komboza: o motor, de fato, deu perda total e Roger junta dinheiro para comprar um novo. “Estou pensando até em fazer uma festa para arrecadar o dinheiro, até porque o meu sonho, de verdade, é daqui a um tempo sair na Kombi com a cadeira de barbeiro dentro e rodar o Brasil, uma viagem bem extensa. E quem sabe depois sair pela América do Sul. Quem sabe…”.

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