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Gemidão do Zap: mesmo após a ‘febre’, medo persiste e internautas se previnem

Afinal, ninguém quer cair de novo na pegadinha
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Afinal, ninguém quer cair de novo na pegadinha

“Eu tava no culto, preocupada com minha mãe, que tava doente. Então fiquei de olho no WhatsApp. Aí recebi um áudio da minha prima e quando vi era um sussurro, como se ela estivesse falando baixinho. Fui aumentando o som até que de repente tocou o gemidão. O pior é que todo mundo riu, não teve julgamento. É uma coisa que parece que todo mundo já passou, então o pessoal entende”, conta a estudante Julia Carvalho, 19, uma entre os possíveis milhões de vítimas do ‘Gemidão do WhatsApp’, uma pegadinha que deixou muita gente em saia justa nos últimos meses.

O ‘Gemidão do Zap’ é um meme à brasileira, ou seja, é daqueles executados até a exaustão. Pelo menos desde 2016 corre de telefone para telefone, sendo aprimorado a cada semana e ganhando versões alternativas. É um modelo de pegadinha no qual se o alvo é curioso, não tem como fugir dela, porque normalmente o som do gemidão vem disfarçado, ou seja, chega no celular das vítimas como vídeos ou arquivos de áudio cuja descrição é daquelas capaz de mexer com a ansiedade de qualquer um. Afinal, quem não daria o play num vídeo que se apresenta como “Goleiro Bruno finalmente revela verdade sobre Eliza Samúdio”?

Só que como toda febre com apogeu na internet, o meme também teve seu declínio e no começo de agosto já experimentava seu ostracismo, digamos assim. “Não caio mais nessa”, acrescenta Julia. Assim como a estudante, agora basicamente todo mundo está mais precavido. Isso porque enquanto esteve em alta, o gemidão deixou marcas… profundas, do constrangimento à vergonha fenomenal. Por isso, as pessoas seguem evitando ouvir áudios ou assistir a vídeos sem fone de ouvido ou sem a certeza absoluta de que o volume está sob controle.

“Sem chance de ouvir áudio no viva-voz, agora eu peço para pessoa digitar ou eu ouço no fone de ouvido, porque não quero mais cair no gemidão”, revela o vendedor Marcelo Aquino, 26, que trabalha no Camelódromo de . “Ou eu ouço em casa. Se for muito urgente, acho que a pessoa me liga, não é?”, completa.

Assim como Marcelo, o técnico em enfermagem Ernani Souza, 33, também foi vítima da pegadinha-. “Tava no ônibus indo pra casa, mas foi bem no começo da modinha. Imagina todo mundo olhando pra você e rindo da sua cara”, conta. “Eu fiquei traumatizado, não achei engraçado. Só fui rir mesmo quando vi outra pessoa cair, uns meses depois”, diz Souza, que também evita ouvir áudios sem se precaver.

Caiu no ‘gemidão’

Não é possível contar quantas são as vítimas da pegadinha, mas, aparentemente, não existe muito filtro sobre elas. Tanto é que alguns casos foram, até, televisionados, como numa reunião de comissão do Senado Federal que era transmitido ao vivo pela TV Senado, em maio de 2016. Câmaras Municipais e Assembleias Legislativas também costumam ter seus alvos, que vão posteriormente parar na internet.

Também teve para quem as consequências da ‘brincadeira’ tenha sido das piores, como um motoboy morador de Natal (RN) que chegou a ser demitido da onde trabalhava por justa causa após acionar o arquivo de seu celular. O caso foi parar na Justiça do trabalho, que reverteu a decisão da justa causa, com sentença publicada na semana passada.

“As pessoas precisam ter ciência de que algumas brincadeiras podem ser inoportunas e que podem prejudicar as pessoas. A internet já é popular no Brasil há tempo suficiente para entendermos que ela não é um território sem lei, que também existe um código de etiqueta, pelo menos, e que essas piadas trazem consequências”, comenta o especialista em redes sociais e relações mediadas Bruno Figueiredo. “Mas, enquanto as pessoas não mudam os maus hábitos, o jeito é realmente se proteger. Por isso, fone de ouvido sempre”, conclui.

O fluxo de informações no WhatsApp, a propósito, é algo surreal. São 120 milhões de usuários do ‘zap’ no Brasil, o que implica que algo em torno de 9 entre 10 usuários de smartphones preferirem o aplicativo a outra forma de interação on-line – conforme aponta a pesquisa CONECTAí Express, do grupo Ibope. Segundo o estudo, mais de 91% dos brasileiros utilizariam o WhatsApp como principal ‘‘, seguido pelo Facebook, utilizado por 86% dos internautas brazucas.

Em tempo: a voz por trás do gemido que ficou famoso nas redes tem dona e é atribuído à atriz pornô Alexis Texas, que estrelou o filme adulto ‘Alexis Texas Boxing POV’ – os 11 segundos do áudio que circula nos comunicadores Brasil a fora são o mesmo que já no minuto 18’27” do vídeo original, conforme aponta o site e-Farsas.

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