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Praça dos Imigrantes Sociais: Dia do Orgulho traz Sarau ao Centro da Capital

Saltos altos, brilhos e cores do arco-íris. Assim se coloria aos poucos a Praça dos Imigrantes no Centro de Campo Grande. Os imigrantes sociais, muitas vezes oprimidos, se reúnem na praça saindo do cinzento da rejeição e trazendo consigo o brilho das cores do orgulho. A música pop mesclada com músicas retrôs, dava ares de empoderamento e felicidade ao mesmo tempo.
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Saltos altos, brilhos e cores do arco-íris. Assim se coloria aos poucos a Praça dos Imigrantes no Centro de . Os imigrantes sociais, muitas vezes oprimidos, se reúnem na praça saindo do cinzento da rejeição e trazendo consigo o brilho das cores do orgulho. A música pop mesclada com músicas retrôs, dava ares de empoderamento e felicidade ao mesmo tempo.

Drag Queens, gays, lésbicas, bisexuais, homens e mulheres transexuais, saem das margens da sociedade que os reprime ao cair da noite e vêm ao 1º Sarau do Orgulho da Casa Satine, primeira instituição do MS a dar apoio ao público. O evento contou com apresentação de DJs, Drag Queens da cidade, poesia e música ao vivo, na última quinta-feira, das 18h às 22h, na Praça dos Imigrantes na Rua Rui Barbosa, 65.

A Casa Satine é uma iniciativa do Instituto de Cidadania e Juventude de Mato Grosso do Sul que visa acolher institucionalmente o público LGBT através da arte, educação e cultura proporcionar a retomada do projeto de vida desses sujeitos.

Se Recebo Dor, Te Devolvo Amor

Segundo Leonardo Bastos, um dos organizadores do evento, a proposta da Casa Satine, fundada em 2017, é ser um espaço cultural. “É uma república de acolhimento da população LGBT para o público LGBT que não tem condições de sustento, maiores de idade e um espaço cultural porque a gente entende que acolher LGBTs que não tem um auto sustento, um vínculo com a família não precisa ser um grande sofrimento”.

Sobre a importância da arte na vida dos LGBTs, Leonardo afirma que a cultura ajuda a dar uma nova perspectiva de vida. “Em Campo Grande a gente sentiu essa necessidade, porque não tem no estado nenhuma outra instituição que faça a acolhida de LGBTs, então a gente entendeu que era importante fazer isso aqui na nossa Capital. Hoje eles não têm nenhuma alternativa que possa ajudá-los”.

Ocupar um espaço público no Centro de Campo Grande também serviu como uma estratégia para dar celebrar e mais visibilidade ao movimento. “Nada melhor do que ocupar um espaço público, uma praça. A Praça dos Imigrantes é um espaço diferenciados onde tem diversas outras propostas. A gente tem que estar em um lugar visível onde as pessoas possam perceber a nossa ocupação, a nossa presença e o nosso orgulho para que isso tenha impacto na nossa cidadania, nas nossas conquistas, nos nossos direitos”, ressaltou.

Placa de Censura Estampada no Rosto

Nem sempre se tem clara a proporção da LGBTfobia no Brasil. Em 2016, 343 LGBTs foram assassinados no Brasil. Em 2017, esse número subiu para 442. 30% mais mortes. 98 vidas a mais interrompidas. Nem todos os jovens têm a base familiar e financeira certa após “saírem do armário”. Então se ‘trancam’. E lá vivem com medo até que o motivo do medo, o bullying, o sofrimento passe e finalmente possam tirar esse peso dos ombros.

Skarlath Almeida é uma mulher trans é cabelereira e maquiadora e vive uma vida normal na sociedade. Para ela, os eventos que são em prol da comunidade ajudam a abaixar o preconceito e acabar com o medo. “Quando você põe um filho, um sobrinho, um parente para fora de casa, você abre um portal para várias coisas ruins: drogas, vícios e marginalidades. Aí as pessoas caem num poço de depressão e agressividade, e se perdem”.

Segundo Leonardo Bastos, um dos pontos que acarreta a violência contra os LGBTs e expulsão dessas pessoas de casa, é a falta de apoio familiar. “A violência passa também por situações dentro das famílias, isso gera que as pessoas não sejam compreendidas, sofram violações e sejam expulsas de casa”.

Veja um trecho da apresentação da Drag Queen Anny Alice Spears com a música “Não Recomendado”, de Caio Prado.

Orgulho e Respeito

José Antônio Rezende é malabarista e chama a atenção da multidão ao hastear e girar com a bandeira LGBT. Simpatizante da causa, o artista faz o espetáculo circense para vários outros tipos de eventos e costurou à mão a bandeira que usava. “O que eu gosto daqui é que todo mundo se respeita indiferente do sexo, religião e raça e acho que é isso que a cidade tem que pegar mais. Todo mundo está se interagindo e não tem briga. Para a gente viver uma vida mais consciente, não pode ter preconceito. E essa é a importância do rolê, quebrar paradigmas”.

“Muita gente acha que num evento como esse onde a gente mostra arte, luxo e glamour, as pessoas passam e olham e acham que é orgia, com sexo, e não tem nada a ver. Nós somos artistas, fazemos parte da grande parte de artistas que vive na terra. O mundo sem os gays não teria glamour. Cabeleireiros, maquiadores, estilistas, fotógrafos… a maioria são homossexuais” relembra Skarlath. .

Para Skarlath o respeito é a base construtiva de tudo e o problema principal da sociedade atual é a preocupação com outros de maneira negativa, o preconceito. “A própria comunidade tem um certo preconceito porque fulano tá de barba e tá de unha pintada, querem colocar as pessoas num patamar. Cada um tem que ser feliz do jeito que se acha bem. Mas o mais importante de tudo isso é respeitar. Você não precisa aceitar tudo isso, mas me respeite”, ressaltou.

O organizador Leonardo Bastos afirma que é necessário orgulhar-se na causa, e não se esconder. “Eu acho que estamos longe de superar tudo isso, acho que temos estratégias de combater essas violência e ‘botar a cara no sol, nas estrelas e na lua’, dizer que a gente tá aqui, temos formação, pagamos impostos, temos família. Reivindicar a nossa cidadania é uma forma de minimizar e repreender as pessoas que de alguma forma se sentem autorizadas a praticar a violência com a nossa população”.

Para contatar a Casa Satine, basta acessar a página do Facebook ou pelo site do projeto.


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