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A lenda de Nhá Kanuta e a maldição do buracão da fronteira de MS e Paraguai

Muitas lendas permeiam o imaginário mítico dos povos que fazem parte das raízes de Mato Grosso do Sul. Pouco se sabe sobre histórias de lugares conhecidos e que por gerações vivem sob uma maldição consequente da avareza. É o caso da lenda de Nhá Kanuta que paira na região fronteiriça onde se encontram as cidades de […]
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Muitas lendas permeiam o imaginário mítico dos povos que fazem parte das raízes de Mato Grosso do Sul. Pouco se sabe sobre histórias de lugares conhecidos e que por gerações vivem sob uma maldição consequente da avareza. É o caso da lenda de Nhá Kanuta que paira na região fronteiriça onde se encontram as cidades de (BR) e (PY).

A fonte de Nhá Kanuta, segundo o pesquisador e historiador Yhulds Bueno, se localizava na região da Avenida
Brasil, que se estendia até os limites do quartel do 11º Regimento de Cavalaria Mecanizado. Era uma linda fonte de águas puras e cristalinas com efeito medicinais milagrosos. Diz a lenda que quem bebesse da água da fonte de Nhá Kanuta adquiria a longevidade por anos e cura de seus males.

Com a popularização da lenda muitos se aventuraram para tentar conseguir encontrar esta fonte enigmática. Entretanto, os caçadores da vida eterna desconheciam a história completa e Nhá Kanuta, cuidava das matas e não permitia que os intrusos bebessem de suas águas. Ciumenta, a feiticeira conferia somente à ela mesma o poder de usufruir da fonte da cura e das riquezas da região.

Certa vez, uma mãe em desespero e ciente da lenda foi em busca das águas da fonte para curar seu filho único que estava muito doente e à beira da morte. Encontrando tal fonte, avistou Nhá Kanuta e suplicou por um pouco de água fresca para levar para seu filho enfermo. De nada adiantou a súplica no coração duro da índia feiticeira que, sem se importar, expulsou a
mulher impedindo que ela levasse a salvação para os males do filho.

“Segue lenda que, ao chegar à sua casa sem a água de poderes medicinais, a mãe viu seu filho lentamente
morrer e definhar. Com raiva e dor no coração, ela voltou à fonte e lançou uma maldição praguejando Nhá Kanuta,
dizendo que a terra iria se abrir e engolir toda sua preciosa mata e a fonte”, conta o historiador Yhulds Bueno.

Após a maldição, chuvas descomunais caíram em toda região, alagando e provocando profundas valas no solo e grandes erosões nas terras de Nhá Kanuta. Um grande lago se criou, e lentamente foi engolido para dentro de um grande buraco, que depois ficou conhecido como “buracão”.

A lenda de Nhá Kanuta e a maldição do buracão da fronteira de MS e Paraguai
(Arquivo pessoal de Nélio Alves de Oliveira, concedido por Yhulds Bueno) Ponta Porã, Avenida Brasil esquina Rua Baltazar Saldanha. 1976.

O buracão, que se localizava na Avenida Brasil, foi aterrado na década de 70 para melhorar o transporte
urbano ligando uma ponta a outra com maior facilidade, uma grande obra para os tempos, pois fora feito todo um sistema de e tubulação para canalizar o filete de água que contribuía para erosão.

“A maldição perdurou e virou lenda urbana quando em dado momento da execução da obra na Avenida Brasil, ocorreu um trágico acidente que soterrou em torno de 12 operários que executavam a obra de canalização. Alguns foram resgatados com vida, outros infelizmente faleceram no local. Reza lenda que nem todos os corpos foram retirados do local, que serviu de tumulo para alguns trabalhadores soterrados. Muitos, até os dias de hoje, ligam esse acontecimento trágico à lenda da fonte de Nhá Kanuta”, relembra o professor e historiador.

Com a finalização da obra ainda na década de 70, a Avenida Brasil e suas duas vias se tornou um cartão postal da cidade de Ponta Porã. O passar dos anos adormeceu nas novas gerações a lenda da fonte de Nhá Kanuta, mas que se manteve sempre viva na memória dos antigos moradores da região que acreditam que um dia as águas ressurgirão no mesmo local causando grande , pois o espirito de Nhá Kanuta vaga sem descanso em busca de sua fonte destruída.

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