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Você sabia? Praça Ary Coelho já foi cemitério e palco de lendas assombrosas

Um dos pontos mais conhecidos e visitados de Campo Grande, a praça Ary Coelho ainda exala o cheiro das damas-da-noite que eram plantadas por lá. Os diversos trabalhadores que pegam ônibus todos os dias para o trabalho, ou os jovens e idosos que se divertem nas tardes da praça, talvez não tenham o cuidado de […]
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Um dos pontos mais conhecidos e visitados de Campo Grande, a praça Ary Coelho ainda exala o cheiro das damas-da-noite que eram plantadas por lá. Os diversos trabalhadores que pegam ônibus todos os dias para o trabalho, ou os jovens e idosos que se divertem nas tardes da praça, talvez não tenham o cuidado de olhar por onde pisam. O local foi o primeiro cemitério da cidade e reza a lenda que nem todas as almas foram retiradas de lá.

O primeiro cemitério de Campo Grande é datado de 1872, quando a cidade ainda era chamada de Arraial de Santo Antônio e ficava nas imediações da igreja. No ano de 1887, a comunidade decidiu transferir o cemitério para o atual bairro Amambaí, onde hoje está localizado o SESI e a Casa da Indústria.

Segundo informações do ARCA (Arquivo Histórico de Campo Grande), posteriormente, em 1913 e 1914, o cemitério foi transferido para a região da antiga fazenda Bandeira, que fica onde o cemitério Santo Antônio está até hoje.

A área destinada a criação do novo cemitério (Santo Antônio) foi doada por Sr. Amando de Oliveira, personalidade da época, pois o local era parte de suas propriedades, e foi ele mesmo o primeiro a ser sepultado lá após ter sido assassinado onde hoje é o final da Avenida das Bandeiras.

“A implantação do Público (atual Praça Ary Coelho) foi uma medida que caracteriza dois aspectos peculiares ao modelo de desenvolvimento e de moderação da cidade. Essa medida visava a sanear uma área considerada imprópria para a construção de moradias, visto que havia sido anteriormente ocupada como cemitério. E promovia o embelezamento da paisagem urbana local, particularmente, de seu núcleo central”, descreve o Prof. Dr. Gutemberg Weingartner do curso de e Urbanismo da UFMS.

Violência

Você sabia? Praça Ary Coelho já foi cemitério e palco de lendas assombrosas
(Arquivo, Midiamax)

No início da colonização de Campo Grande haviam muitos migrantes de outros estados e regiões do Brasil. Em 1910 haviam 3 mil habitantes. Em 1920, o número cresceu para 20 mil. A futura capital do se tornou muito violenta e uma terra sem lei. Assassinatos eram comuns, as pessoas morriam e logo eram sepultadas sendo assim o número de indigentes além do esperado.

As grandes quantidades de corpos não foram reclamados pelas família, é um dos principais pontos que alimentam a lenda de que ainda haja resquícios do cemitério em baixo da Praça. Os “baianinhos”, ou “Bando do baianinho”, eram considerados um dos terrores da cidade na década de 50, como descritos por histórias contadas por moradores, e responsáveis por grande parte desses assassinatos.

“Minha mãe dizia que morria de medo deles. Inclusive ela passou um grande susto, sozinha em casa, grávida de mim, pertinho de eu nascer. Um homem baleado, todo ensanguentado, estava fugindo dos atiradores e foi pulando os muros das casas na rua 15 de Novembro, até chegar e implorar para mamãe escondê-lo. Ele chegou tão próximo que pingou sangue nos pés dela”, conta a leitora Telma Maria Pereira.

Maldição

Você sabia? Praça Ary Coelho já foi cemitério e palco de lendas assombrosas
Primeira foto da Praça Ary Coelho, conhecida na época como “Jardim Municipal” de Campo Grande. (Reprodução, ARCA)

Muitos empresários que abriram suas lojas ao redor da Praça durante os anos relatam ter encontrado dificuldades financeiras e nos negócios. A lenda urbana do varejo campo-grandense, é possivelmente pouco conhecida pelos moradores da cidade. Alguns só cresciam quando mudavam de endereço, outros até viram a morte de perto.

“O senhor Antônio Simão Abrão ou “Troncoso” pode falar sobre o acontecimentos já que o seu próprio pai foi assassinado em um cabaré na Rua 7 de setembro. O comerciante tinha tentado apartar uma briga e tomou um tiro. O senhor Antonio tinha somente 3 anos na época que perdeu o pai , sua mãe manteve o armazém que começou a funcionar em 1926″, conta o leitor Wagner Monteiro.

Mudanças

“Ao lado da 14 de Julho, a Praça Ary Coelho se manteve na década de 60 como o principal espaço público destinado ao urbano. O seu entorno conservava estabelecimentos como cinemas, bares, clubes e restaurantes que complementaram a prática do lazer na região central da cidade”, explica o Prof.Dr. Gutemberg Weingartner em Tese de Doutorado defendida na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP em maio de 2008.

A praça já recebeu vários nomes como: “Dois de Novembro”, data da primeira eleição em Campo Grande. Depois ficou conhecida por Passeio Público, Jardim, Praça Municipal, Praça da Liberdade e, em 1950, Praça Doutor Ary Coelho, que foi prefeito de Campo Grande com nem um ano de mandato, pois foi morto em , então capital do pré-divisão Mato Grosso. Acabou homenageado e recebeu um busto na entrada da praça.

Você sabia? Praça Ary Coelho já foi cemitério e palco de lendas assombrosas
Grades colocadas em 2011 na Praça Ary Coelho (Arquivo, Midiamax)

Há quem acredite que as grades implantadas na Praça Ary Coelho em 2011, depois de reforma avaliada em R$ 2 milhões, para impedir que as pessoas entrem no patrimônio histórico, também tenham sido colocadas para manter as almas que ainda vagam pela praça lá dentro ao cair da noite.

E você? Teria coragem de andar pela Praça Ary coelho pela madrugada? Ou sabe de alguma história curiosa que aconteceu no lugar histórico da cidade? Conte pra gente!


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