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Com furadeira na mão e ideia na cabeça, DIY é ‘paixão avassaladora’ aprendida pela internet

Reformar móveis, pintar parede, fazer manutenção da casa. Atividades que começaram como necessidade, mas que viraram uma paixão avassaladora. É que instalar um chuveiro elétrico em 2009, quando vim morar em Campo Grande, custava os olhos da cara. Naquele ano, eu já sabia que quem tem Youtube, tem tudo. E assim foi minha primeira aventura, […]
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Reformar móveis, pintar parede, fazer manutenção da casa. Atividades que começaram como necessidade, mas que viraram uma paixão avassaladora. É que instalar um chuveiro elétrico em 2009, quando vim morar em , custava os olhos da cara. Naquele ano, eu já sabia que quem tem Youtube, tem tudo. E assim foi minha primeira aventura, um chuveiro elétrico instalado a custo zero e nenhum estranho sujando meu banheiro com terra vermelha.

Com furadeira na mão e ideia na cabeça, DIY é 'paixão avassaladora' aprendida pela internet
Nicho achado no lixo virou rack e com o tempo ganhou pé palito para combinar com estilo retrô | Foto: Arquivo pessoal

O problema é que esse lance de DIY (“Do It Yourself”, ou “Faça Você Mesmo”, traduzido do inglês) meio que vicia, é um caminho sem volta, pelo menos para quem, como eu, sente algo inexplicável quando entra numa loja de material de construção e acha um pulinho na Leroy Merlin um passeio muito adulto e agradável para um domingo de .

Em 12 anos, pintei parede, reboquei muro, fiz deck de madeira de pallet, armário de cozinha, troquei fiação de um cômodo, fiz chuveirão no quintal e todo tipo de gambiarra que der para imaginar.

DIY se tornou mais que um hobby, eu diria. Sábado de folga vendo TV é a coisa mais rara na minha casa, preciso estar inventado algo, até para me sentir produtivo, vivo, útil. E assim esse “esporte” acabou ganhando conta da minha agenda. Enquanto colegas gostam de skincare, maquiagem, viagens pro meio do mato ou costura, meu lance é fazer as coisas eu mesmo, seja o que for.

Tudo pelo Youtube

Não tem dificuldade em aprender para quem tem paciência e um celular conectado à internet. A maioria das reformas que encabecei nesse tempo vieram de inspirações em redes sociais como o Pinterest e Tumblr, executadas após tutoriais ensinados no Youtube. Isso desde trocar o tecido de um sofá a misturar uma argamassa ou rejuntar azulejo do banheiro: tudo se encontra por lá, basta pesquisar.

No Youtube, também acabei conhecendo outros amantes do DIY. Tem uma comunidade grande de gente que se arrisca nas reformas e que até ganha um bom dinheiro com isso. De papo em papo, minha prática, aos poucos, foi sendo voltada para e manutenção residencial. Mesmo assim, já me aventurei em pequenos ajustes no carro, troca de tela de celular e receitas culinárias. No passo a passo, tudo fica mais simples, basta ter a ferramenta certa.

A propósito, ao longo desses anos, estimo ter gasto aproximadamente R$ 5 mil reais em ferramentas, da chave de fenda, passando pela serra tico-tico, pela broca diamantada da furadeira e, por fim, chegando à lixadeira orbital. Tudo foi investimento, já que a contratação de um marido de aluguel para esses pequenos serviços no mesmo período talvez também tivesse me custado isso. E para onde vou, levo um kit junto, em toda viagem. Sempre surge um quadro para pregar, uma mesa para lixar, uma parede pra pintar.

Pandemia criativa

A pandemia acabou sendo um período de introspecção criativa. De março a outubro de 2020, com muito medo de sair de casa, dividi moradia apenas com minha mãe, uma hospede de dez dias que acabou ficando meses por aqui enquanto o pior passava na cidade em que ela mora.

Nesse período, até para fazer o tempo passar, coloquei a mão na massa. Revesti uma parede com TNT para simular os famigerados tijolinhos, apliquei revestimento de tecido impermeável em vidros, decorei o com decks feitos de pallets de madeira, pintei e restaurei uma cristaleira estilo farmacinha antiga, lixei e recuperei dois móveis antigos que adquiri (um deles, um guarda roupa retrô da década de 1970), troquei os pés de uma poltrona, fiz uma capa de retalhes para ela, desmontei uma cô de MDF e a transformei em escrivaninha – no padrão de ergonomia da ABNT – para me ajudar no home office. Andamento de alguns desses projetos você confere na galeria.

Só que passado o pior daquela primeira onda, com minha mãe já em casa e com possibilidade de deslocamentos cuidadosos, fui tomado pelo descontrole. Instalei quadros, montei móveis, lixei mesas, encerei cristaleiras e até quebrei a cabeça com uma penteadeira feita a partir de uma grade que minha amiga recebeu (veja o vídeo). Tudo mimo para eles. A furadeira nova que ganhei no natal ainda não viu nenhuma parede da minha casa, mas já tem quilometragem de seminovo, por assim dizer.

A cada projeto, retomo a vontade de, um dia direcionar minha criatividade para esse tipo de atividade. Não me vejo tendo um ateliê de reformas ou me tornando marido de aluguel, longe disso. É que reconheço, depois de todos esses anos, que fazer as coisas “eu mesmo” me proporciona higiene mental que não se compara com nenhuma outra atividade. Nem mesmo com a escrita. A ideia é fazer com que minhas “artes” vindas do DIY ganhem mais espaço no meu dia a dia, de forma mais consistente. O “projeto” até já existe, só falta por em prática.

Guilherme Cavalcante é repórter do núcleo de Política e Transparência do Jornal Midiamax

OFF THE RECORD

OFF THE RECORD (fora do registro, em português) é a expressão utilizada pelos jornalistas para informações obtidas de forma não oficial, assim como a rotina de repórteres para além da reportagem. Afinal, o que gostamos de fazer quando estamos longe da rotina de trabalho? Esta é a OFF THE RECORD, uma pequena série do Jornal Midiamax, com textos escritos em primeira pessoa, sobre os hobbies dos repórteres que atuam na redação. Confira matérias já publicadas na série:

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