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MidiaMAIS

‘Modinha’, copo que deixa cerveja gelada por horas é item garantido nos posts e lojas de Campo Grande

Produto ganhou fama pela boca do povo e virou sinônimo de status na Capital. Por isso, a procura é alta
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Copo e caneca Stanley ainda são sensação em Campo Grande
Copo e caneca Stanley ainda são sensação em Campo Grande

Como assim? Recipiente que mantém a cerveja gelada por mais de quatro horas? É com essa proposta que o copo Stanley tem feito o maior sucesso em todas as partes do Brasil, e Mato Grosso do Sul inteirinho não fica de fora. Por ser um artigo caro, o Stanley se tornou sinônimo de status e é item obrigatório da ‘modinha’ no boteco, além da briga discutindo a utilidade do objeto, tanto pessoalmente quanto na internet, render muitos memes.

Na web, em lojas especializadas ou tradicionais, o copo chega a ser encontrado por até R$ 310 reais. Já a caneca, que vem com abridor de lata, desponta custando R$ 999 reais em alguns sites revendedores. O valor exorbitante é de arregalar os olhos e muitos se questionam como alguém tem coragem de pagar esses preços em simples recipientes para bebida.

Aqueles que não possuem poder aquisitivo, ou até possuem, mas não têm vontade de fazer o investimento, buscam opções ‘mais viáveis’ de exibir o artigo de luxo — mesmo que em versões não originais que seguram a temperatura por menos tempo. Do centro aos shoppings e lojas dos bairros, a procura é grande na Capital sul-mato-grossense.

O Jornal Midiamax foi até alguns pontos de venda em conferir os preços e saber dos vendedores com quais fins os consumidores vão atrás desse produto. Pelo menos nas lojas visitadas pela reportagem, as opções e os preços são um pouquinho diferentes. Encontramos apenas réplicas vendidas no mercado acessível e, mesmo assim, até quem vende pensaria bem antes de investir tanto no item.

Copo Stanley tem alta procura em Campo Grande (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

Alguns comerciantes dizem que a moda “já passou”, enquanto outros têm o Stanley como carro-chefe, ou seja, o produto mais vendido do estabelecimento. “A procura é bem alta, o problema aqui é que tem só uma cor. É de primeira linha, original acho que nem vende, não. Já tem um tempinho que o povo tá procurando, aqui não é um dos que mais vende, mas o que temos vendeu sim”, relatou a vendedora Thaís Ortiz, que disponibiliza o artigo por R$ 80 reais — o mais barato encontrado pelo MidiaMAIS.

Pedro Henrique, outro vendedor do famigerado copo, afirma que a procura é intensa e oferece réplicas dos recipientes por R$ 85 até R$ 120 reais (o copo ou a caneca). Segundo ele, o motivo da variação dos preços está diretamente ligada ao tamanho de cada objeto. Quanto ao original, Pedro faz a seguinte observação: “Não tem nem comparação, porque o original dura muitas horas mais e a réplica só umas 4 horas”, avalia.

O vendedor explica que a diferença para os originais “é que as réplicas não têm a marca d’água embaixo”, o que não importa nada pra quem quer “só para dizer que tem”. Questionado se teria o copo, Pedro afirma que só a imitação. “A primeira linha, réplica, que chamam de falso, é um copo normal com visual do Stanley, que mantém refrigerado por 4 a 5 horas, e o original de 12 a 14 horas. Mesmo a galera sabendo disso, vende muito”, afirma.

Com versões e cores, produto atende os públicos masculino e feminino. O importante é ter (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

 

Fama

Apesar da fama (e grande fama) do produto, em seu site oficial, a Stanley vende o copo de 473 ml por R$ 199 reais, e afirma que ele foi feito para manter a refrigeração por 4 a 5 horas, a mesma quantidade de tempo que as réplicas anunciam.

“Preserva o estilo aventureiro, mas sem abrir mão da descontração? Parabéns, porque fizemos este Copo Térmico de Cerveja Stanley pensando em você! Resistente, durável e atemporal, com preservação térmica de até 4,5 horas, parede dupla com isolamento a vácuo e abridor acoplado à tampa. Saboreie sua cerveja gelada até o último gole”, diz a marca na descrição do produto. A Stanley ainda avisa que condição térmica é preservada de 1 a 5 horas quente, 4 a 5 horas gelada e até 17 horas com gelo.

Ainda em Campo Grande, o vendedor Victor Gottardo afirma ao MidiaMAIS que os produtos Stanley são o carro-chefe de sua loja. Ele oferece o copo por R$ 90 reais e a caneca por R$ 100. Gerente de outro estabelecimento, que prefere não ser identificada, diz que a moda já passou. Ela vende os dois produtos pelos mesmos preços de Victor. “Já diminuiu muito as vendas. Explodiu, todo mundo já tem, e no o copo está saindo a R$ 50 reais porque todo mundo já tem. Nem vamos pedir mais”, afirmou.

A própria população promove a fama do copo que deixa a cerveja gelada por horas (Foto: Marcos Ermínio/Midiamax)

 

Modinha

Aparecer em “rolês” com o copo Stanley expõe o usuário do utensílio a duas situações: o status, com grande poder de impressionar e certa imponência dos que admiram e seguem as modas; ou o ridículo, levando ao deboche por parte dos que reprovam completamente e acham pagar tais valores em um simples copo ou caneca.

O fato é que a tendência, mesmo que já tenha esfriado, aponta um comportamento que segue o que coletivamente trará destaque e, pelo menos, algum aparente poder sobre os demais, até mesmo os que compram as réplicas em busca das reações que carregar a marca provocará, levando para baladas ou botecos e postando nas redes sociais.

Isso não acontece só com a Stanley, mas com domínios gerais dos mais variados produtos e segmentos, sejam eles: calçados, roupas, óculos, sapatos, acessórios. A diferença é que, no caso do Stanley, a utilidade usada como motivo para adesão à mercadoria — a bebida que fica gelada por horas (mas quem bebe aquele mesmo líquido por tanto tempo?) — é difícil de “descer”, inclusive para os que seguem outros modismos.

Memes

Tal discussão mexe com egos e coloca dedo nas feridas alheias. Por isso, a provocação é mútua no espaço virtual, onde se há maior coragem para colocar opiniões incisivas e criticar comportamentos de terceiros. A enxurrada de críticas ao copo Stanley vence a defensoria de sua usabilidade, mas, no final, a briga mostra que há sim algum limite para as “modinhas”, por mais repletas de adeptos e “surreais” que elas sejam.

Confira a repercussão:

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