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Setembro amarelo: devo abrir minhas mensagens para desabafos sobre depressão?

Campanha de prevenção ao suicídio, Setembro Amarelo já está em vigor
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Psicóloga orienta sobre "boa ação" de abrir DM para receber desabafos
Psicóloga orienta sobre "boa ação" de abrir DM para receber desabafos

No auge da pandemia, em 2020, a campanha Setembro Amarelo teve papel fundamental na vida de quem estava enfrentando um dos momentos mais turbulentos da humanidade nos últimos tempos, com a crise do coronavírus.

Em meio ao caos social, por conta própria, pessoas de todos os lugares do Brasil voltaram a disponibilizar suas caixas de mensagem nas redes sociais para receberem relatos e desabafos de quem sentia depressão e estava com pensamentos suicidas, assim como aconteceu em anos anteriores. A diferença, desta vez, era o agravante externo para crises psicológicas.

Apesar da boa intenção, a prática é perigosa. Com a pandemia ainda em vigor, o de 2021 inicia nesta quarta-feira (1º) e, antes mesmo de começar, já estava dando o que falar nas redes. Recentemente, alertando para o comportamento do “ombro amigo virtual”, publicações viralizaram na web reprimindo a situação e alertando para seus riscos.

Uma das milhares de publicações sobre o tema (Foto: Reprodução, Twitter)
Uma das milhares de publicações sobre o tema (Foto: Reprodução, Twitter)

Na onda da repercussão, o Jornal Midiamax buscou uma especialista de para comentar atitude. Afinal, devo ou não devo abrir minha caixinha de mensagens para desabafos no Setembro Amarelo? Segundo a psicóloga Isadora Juliana Pires de Mattos, CRP 14/06223-6, a resposta é NÃO.

“Proporcionar qualquer ajuda não ajuda. É importante sim estarmos dispostos a ajudar o outro e demonstrar nossa empatia e solidariedade para com o sofrimento alheio, porém, para além disso, é importante disseminar a importância da busca pela ajuda de profissionais da saúde mentais e de centros especializados nesse suporte”, orienta a profissional.

Portanto, ao invés de oferecer sua caixinha para desabafos — que seja possível que você não conseguir manejar — uma alternativa é disponibilizar contatos de profissionais e lugares onde a ajuda pode ser obtida, alerta a psicóloga.

Esquema mostra a diferença entre os "desabafos" (Foto: Reprodução)
Esquema mostra a diferença entre os “desabafos” (Foto: Reprodução)

“A orientação é de que a caixa não seja aberta, afinal, situações de crises e/ou ideações suicidas precisam ser manejadas por um profissional que tenha amplo conhecimento na área. Inclusive, não é todo profissional da saúde mental que trabalha com essas intervenções. É realmente muito importante e necessário o domínio do assunto, devido a sua complexidade”, explica Isadora.

Segundo a especialista, a melhor forma de ajudar alguém que passe por situações de ideações suicidas é sim incentivar essa pessoa a buscar ajuda especializada, mas não deve se resumir a isso. “Ser suporte e apoio pode estar no incentivo e no contato que você irá fornecer, além de poder acompanhar essa pessoa até o local necessário para que ela receba essa ajuda”, orienta.

“E lembre-se, ‘qualquer ajuda, não ajuda’ (frase que se não me engano é da Psicóloga Ticiana Paiva, referência em Psicologia dos Extremos) e, pode até mesmo piorar a situação”, finaliza a profissional.

Setembro Amarelo

Desde 2014, a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), em parceria com o CFM (Conselho Federal de Medicina), organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

​São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias, segundo dados do site oficial do Setembro Amarelo. ​

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha cresceu e hoje atua no Brasil inteiro. 

Ajuda

Em Mato Grosso do Sul, o Grupo Amor Vida (GAV) é um dos que prestam serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através dos telefones (67) 3383-4112, (67) 99266-6560 (Claro) e (67) 99973-8682 (Vivo), todos sem identificador de chamadas.

“Nossa missão é prevenir o suicídio mediante o apoio emocional à pessoa em crise. Você poderá falar sobre seus sentimentos sem expor sua identidade”, afirma o Grupo.

O horário de funcionamento, segundo o site do GAV, é das 7h às 23h, inclusive sábados, domingos e feriados. 

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