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MidiaMAIS

Moradora afirma que tumor desapareceu após pingar água de túmulo e atribui milagre à Fatinha

Mesmo não beatificada, santa Fatinha tem inúmeros milagres atribuídos a ela em Mato Grosso do Sul
João Ramos -
fatinha água de túmulo
Filtros acoplados no túmulo de Fatinha, em Campo Grande - (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)

Pelo 43º ano seguido, o dia de Finados em foi marcado pela visitação ao túmulo da menina Fatinha, considerada uma santinha milagreira por seus fiéis que buscam uma água em seu túmulo todo dia 2 de novembro.

Apesar do imbróglio a respeito da água milagrosa, devotos dos quatro cantos da cidade e até de outros lugares manifestaram sua fé no líquido que, segundo a família, mina do túmulo de Fatinha.

Após várias manifestações maldosas, comentários preconceituosos e condenatórios, muitos fiéis também decidiram expor seus relatos e contar publicamente alguma graça que afirmam ter recebido da pequena Fátima Aparecida Vieira.

Cura de câncer

Em novembro de 2021, há um ano, uma moradora de foi diagnosticada com um nódulo maligno em seu seio esquerdo, grau 4. Ela conta ao Midiamax que veio até Campo Grande se consultar. Mas antes, passou no túmulo da menina Fatinha no Cemitério Santo Amaro.

“Rezei para ela e por ela colhi a água numa garrafa. Me benzi, não tomei. Depois voltei para os exames e as médicas tiveram que recomeçar uma busca na minha mama que durou mais de uma hora”, relata a moradora.

“Me pediam pra mudar de posição toda hora pra tentar achar, porque esse nódulo aparecia na foto tirada. Mas, depois que eu me benzi com a água do túmulo, simplesmente desapareceu. Misteriosamente”, afirma.

Água pingando de filtro acoplado ao túmulo de Fatinha - (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)
Água pingando de filtro acoplado ao túmulo de Fatinha – (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)

“Eu acredito”

A doutora então solicitou uma ressonância de emergência. “Eu sem plano de saúde, exame caro, encaixado às pressas… liguei para a minha família em Campo Grande e pedi para me emprestarem um pix. Fiz a ressonância, a doutora pegou o resultado, entregou na minha mão e disse ‘você pode ir'”, diz ela.

“Pra mim foi um milagre, iam tirar um pedaço do tumor para biópsia. Já estava marcado, tudo certinho, e de repente o tumor desapareceu. Eles não acharam mais. Eu vi a doutora chorando. Então eu acredito nessa menina. E o que vale pra mim, é a fé que a pessoa tem. Eu acho que as coisas acontecem com quem tem fé. Me sinto abençoada, acredito que se pingar uma gota da água que emana do túmulo dela um milagre acontece, eu acredito”, finaliza em relato encaminhado à reportagem.

Dor de ouvido

Lucilei Zuza foi outra moradora que decidiu expor o que lhe aconteceu. “Quando criança, eu tinha dores de ouvidos absurdas, nada dava jeito, nem médico. Um dia de finados, fui com meu pai nesse , quando vi uma aglomeração de pessoas e fui olhar”, inicia.

“Meus ouvidos doíam tanto que peguei um pouco de água de qualquer jeito e coloquei dentro deles. Uma senhora me deu um vidro com a água. Minha fé foi tanta que até hoje eu nunca mais tive dor de ouvido”, relata.

Túmulo de Fatinha é um dos mais conhecidos em Campo Grande - (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)
Túmulo de Fatinha é um dos mais conhecidos em Campo Grande – (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)

Grato por toda uma vida

Relembrar a história de Fatinha, contada pelo Jornal Midiamax neste dia (2), trouxe recordações para Nei Vilela, que afirma tê-la conhecido pessoalmente. Ao ler os relatos da e do irmão de Fatinha, sobre a bondade da menina e a vontade de ajudar, Nei se lembrou que foi uma das pessoas para quem a pequena estendeu a mão.

“Me emocionei porque tive a grata satisfação de ter conhecido pessoalmente esta Santa, na minha época de garoto, com mais ou menos 13 a 14 anos. Eu era vendedor de salgados e me deparei com ela na frente de sua casa. Ela me convidou para ir até sua mãe que iria comprar salgado. Sem muito crédito na conversa, acompanhei ela até sua mãe que logo em seguida chegou e elas compraram todos os salgados para minha alegria e renda! Grato por uma vida toda”, narra.

“Eu desafio”

Em contrapartida, vários moradores de Campo Grande se confundiram ou perderam parte da história e estão afirmando que a água sai de um cano furado embaixo da sepultura de Fatinha, ou do esgoto.

“Já tem 15 anos que eu me mudei do Santo Amaro e ali nunca foi milagre, simplesmente é uma água encanada que colocaram ali. Se cavar lá vai achar o cano de água”, dispara uma campo-grandense.

Paulo Eduardo Vieira, irmão de Fatinha, rebate a acusação. “O cano não existe. Eu desafio alguém que queira ir lá e cavucar pra ver se acha algum cano lá embaixo. Isso aí não existe. Eu desafio. Quem quiser eu me coloco à disposição”, garante.

Lugar onde fiéis queimam as velas é onde havia o encanamento - (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)
Lugar onde fiéis queimam as velas é onde havia o encanamento – (Foto: Nathália Alcântara/Midiamax)

O irmão de Fatinha já esclareceu que havia uma ligação de água sim, mas afastada da capela. O cano foi puxado no passado para ajudar a abastecer os filtros de água, onde a família pinga gotas da água milagrosa do túmulo.

No entanto, conforme Paulo, o cemitério pediu para os familiares retirarem a ligação para construírem novas covas no corredor em que o encanamento passava. Desde então, não há cano algum ao redor da sepultura.

Beatificação de Fatinha

Procurada pela reportagem do Midiamax, a Arquidiocese de Campo Grande não respondeu sobre um possível processo de beatificação da santa Fatinha ou “Aparecidinha”, como é popularmente chamada por seus fiéis.

MidiaMAIS questionou a Arquidiocese a respeito dos milagres que teriam sido realizados pela menina, seu reconhecimento como beata e a visão da sobre a garotinha que é considerada santa milagreira em Campo Grande.

A menina Fatinha eternizada nas fotos guardadas por sua mãe - (Foto: João Ramos/Midiamax)
A menina Fatinha eternizada nas fotos guardadas por sua mãe – (Foto: João Ramos/Midiamax)

A Arquidiocese afirma que está pesquisando para esclarecer se alguém já abriu ou solicitou um pedido de beatificação para Fatinha.

Paulo Eduardo Vieira diz ao Midiamax que a família nunca entrou nesse mérito. “Muita gente já tocou nesse assunto, todo ano falam para nós, mas a gente não entende, não tem conhecimento. No dia de Finados, sempre vem alguém falar nisso, mas nunca ninguém da família manifestou porque não tem conhecimento e não sabe”, finaliza o irmão de Fatinha.

Leia aqui a história completa da menina Fatinha.

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