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MidiaMAIS

Ivone foi ‘cobrir’ ajudante do marido em obra e acabou ganhando profissão: ‘Vejo gente admirando’

Pintora profissional aprendeu o ofício há pouco mais de 25 anos, quando o marido enfrentava dificuldades e ela foi "cobrir" a falta do ajudante
Graziela Rezende -
Pintora aprendeu profissão ao ajudar marido. Foto: Ivone Silva/Arquivo Pessoal

Pinte como uma garota! E, se for em dupla, ao lado da filha, melhor ainda! É assim que é a rotina da Ivone Paula da Silva, de 55 anos. Pintora profissional, aprendeu o ofício há pouco mais de 25 anos, quando o marido enfrentava dificuldades e ela foi “cobrir” a falta do ajudante, logo após seu expediente na creche. No entanto, o que era para ser algo rápido e passageiro, se tornou a nova profissão.

“Aprendi o ofício pela necessidade mesmo, em ajudar o meu marido na época. Isso em 1995, quando o ajudante que ele tinha mais faltava do que ia. Ele era pintor e trabalhava em uma obra grande, sendo que não arrumava ajudante por nada, quando decidi sair da creche, todos os dias, e ir acompanhá-lo”, afirmou Ivone ao MidiaMAIS.

Do Parque dos Poderes, onde trabalhava, Ivone seguia para as obras e foi se acostumando com o novo ofício. “Nós ficamos trabalhando juntos por cinco anos e depois ele foi para outra área, se tornou técnico em telecomunicações. Eu, no entanto, continuei com as pinturas e fui me profissionalizando. Minha caminhada é simples, mas, tenho muito orgulho em colaborar e ter dois filhos que estudaram na UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul]. Acredito que 95% disto eu devo às pinturas”, falou Ivone.

‘Era para ser algo secundário, mas me profissionalizei’

Foto: Ivone Silva/Arquivo Pessoal

O filho mais velho, de 24 anos, se tornou turismólogo e está estudando para o mestrado. Já a filha de 20 anos, estudante de cinema, concilia os estudos e ainda ajuda a nos trabalhos. “Engraçado que, com a prática, acabei gostando do serviço. Era para ser algo secundário, mas, me profissionalizei e hoje entendo que tenho o diferencial. Sou asseada, deixo o local limpo e a pessoa também não precisa sair de casa porque eu estou ali trabalhando. Ela pode levar a vida normal, acho desnecessário isso”, comentou.

Além disso, ainda conforme Ivone, existe um rigor muito grande, por parte dela, quando é necessário contratar ajudante. “Eu tenho esta ressalva. Não gosto de pegar pessoas estranhas, longe do meu convívio, principalmente porque estou levando esta pessoa para a casa do meu cliente. E se não for alguém que eu confie, isso acaba me atrapalhando”, argumentou a profissional.

Pintora diz que já enfrentou preconceito: ‘Uma pena’

Ao ser questionada sobre preconceito, a pintora diz que já enfrentou muitos. “Com certeza sim, principalmente, por ser mulher. Vi que muita gente pedia orçamento, mas, não dava andamento, o que é uma pena, infelizmente. Eu faço todo tipo de pinturas, porém, só evito pegar serviços muito grandes porque volta lá naquele problema antigo: arrumar ajudante. Se a pessoa falta muito, não tem compromisso, acaba atrapalhando”, disse.

Recentemente, no último restaurante em que trabalhou, Ivone diz que fez a pintura na parte externa e achou engraçado como aquilo chamava a atenção das pessoas que passavam na rua. “Ficava lá no alto e aí tinha homem que ficava parado, olhando, parecia que estava processando aquilo. As mulheres já eram mais ligeiras. Elas paravam, observavam e depois falavam: olha que legal, que bacana, duas mulheres, eu e minha filha no caso. Somos muito parceiras e estamos sempre por aí trabalhando”, finalizou.

Foto: Ivone Silva/Arquivo Pessoal

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