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‘Amamos ter ela aqui’: Moradores são contra retirada de sucuri imensa de condomínio em Bonito

Sucuri Vizinha fará falta na vizinhança. Enquanto moradores lamentam a partida da cobra, biólogos têm opiniões sobre a remoção da serpente; PMA explica decisão
João Ramos -
sucuri
Vizinhança sentirá falta de Vizinha no condomínio - (Fotos: Reprodução/Redes Sociais)

“Ela não nos incomoda em nada”, “não estava incomodando ninguém”… Quando falamos com moradores do residencial Solar dos Lagos, um condomínio de alto padrão em meio à natureza de , os vizinhos fazem questão de demonstrar carinho e respeito pela que, em breve, será retirada da área. Tanto que, em conversa com Jornal Midiamax, várias pessoas da vizinhança se mostraram contrárias à remoção da cobra, determinada pela Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul (PMA-MS).

Há mais de uma semana, a sucuri batizada de “Vizinha” pelos próprios moradores ganhou destaque em jornais de todo o Brasil depois de aparecer enroladinha em um bueiro do Solar dos Lagos. Nos dias subsequentes, Vizinha fez diversas aparições e cada uma delas virou notícia.

A principal, talvez, foi a ocasião em que a sucuri entrava em um lago, mostrando toda sua dimensão: grande, com aproximadamente 6 metros de comprimento. Só que este também foi o estopim. Muita gente se aproximou demais, chegando a tocar na cobra. Além disso, pessoas de todos os cantos de começaram a se deslocar para o condomínio só para encontrar a serpente.

Moradores vão sentir falta da sucuri Vizinha

Então, a PMA precisou agir e decidiu por retirar o animal do residencial. No entanto, quando questionados pela reportagem do Midiamax, habitantes do Solar dos Lagos lamentam a remoção de Vizinha.

“Eu sou contra. Ela não nos incomoda em nada, mas andava sendo incomodada por pessoas que vêm de outros locais da cidade para vê-la. Nós amamos ter ela aqui no Solar dos Lagos”, comenta Aline Sutil Paiva, que vive no condomínio há um ano.

Gitane Klain, moradora do residencial há três anos, pondera que “esta é uma situação bem delicada”. “O animal não estava incomodando ninguém. Porém, muitas pessoas que não são moradoras do condomínio começaram a ir para vê-la e nem todos respeitaram o espaço dela, podendo colocá-la em risco”, diz a gerente de hotel.

“Do outro lado, tem a questão da remoção desse animal para outro local. Por mais que as pessoas que vão fazer isso tenham experiência, isso vai gerar um estresse podendo até machucar”, lamenta.

Biólogos têm opiniões diferentes sobre retirada de sucuri do condomínio

Especialista em sucuris-verdes (Eunects murinus), a mesma espécie de Vizinha, o biólogo Daniel De Granville tem suas ressalvas a respeito do assunto. Ele conviveu por 14 anos com as sucuris justamente em Bonito, na mesma região onde Vizinha e outras cobras semelhantes estão dando o que falar.

“A princípio, sem saber os detalhes deste caso específico, eu sou contra a remoção da sucuri daquele local, já que ela parece viver lá há muitos anos e aparenta estar saudável. Porém, caso a decisão tenha sido muito bem fundamentada, com critérios científicos. não tenho como questionar”, diz Daniel ao Jornal Midiamax.

Para ele, é fundamental que profissionais sejam consultados antes de tomarem qualquer atitude com relação à serpente. “Nos últimos meses, tivemos uma série de casos de animais exóticos que foram erroneamente libertados em ambientes naturais, por simples falta de conhecimento por parte de quem realizou o processo de soltura. Há alguns meses, um gato doméstico foi confundido com uma jaguatirica e, mais recentemente, uma serpente píton (que não vive naturalmente no Brasil) foi erroneamente solta por engano no Parque Nacional da Tijuca (RJ), pois a equipe de a confundiu com uma jiboia nativa”, exemplifica.

Possíveis impactos da soltura

Daniel explica que atitudes como esta podem causar impactos muito sérios sobre o equilíbrio ambiental da área. “No caso desta sucuri, mesmo ela sendo uma espécie nativa do Brasil, soltá-la em outro local exige uma análise séria. Seria importante um monitoramento para saber se ela vai se adaptar bem no novo local”, alerta.

“Se haverá alimentos para ela, se ela não vai ter que disputar o território com outra sucuri que já vivia lá. E, também, se não haverá um desequilíbrio ambiental no local de onde ela foi retirada, já que suas potenciais presas tendem a se proliferar em maior número a partir do momento em que ela não está mais lá cumprindo seu papel ecológico de controlar a população”, finaliza De Granville.

Segurança da sucuri

Já o biólogo Milton Longo acredita que o melhor para a sucuri é retirá-la dali imediatamente. “Temo pela segurança da própria sucuri. Ela está em uma área que já está urbanizada, além dos acidente que podem acontecer. Acho que capturá-la e levá-la para um ambiente muito próximo ao que ela tem agora, [é benéfico] para que ela tenha segurança”, pontua.

“Estão aumentando o número de sucuris, mas na situação que está, dentro de um condomínio é complicado mesmo. Que ela seja transferida com toda segurança e para um lugar onde sua sobrevivência seja garantida. E que isso sirva para várias campanhas educativas, para que as pessoas respeitem a fauna silvestre, não só as cobras”, argumenta o profissional.

PMA explica decisão de retirar sucuri de condomínio em Bonito

De acordo com o comandante-geral da PMA-MS, Coronel Edmilson Queiróz, “a decisão é acertada e passou pela avaliação técnica de biólogos e veterinários”. Inclusive, segundo o Coronel, já havia anuência do diretor de fauna do Ministério Público e também do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).

“A decisão passou pelo Imasul, pelo Raras, recinto de proteção animal do Aquário de Bonito, que tem parceria com o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). Estamos vendo uma forma de monitorá-la sem ter que ir atrás e a hora que ela tomar uma distância adequada ir lá e fazer a captura”, afirma Queiróz ao Jornal Midiamax.

Ainda conforme o Coronel, a forma como as pessoas estão se aproximando está colocando a sucuri em risco, embora o animal já esteja acostumado a conviver com seres humanos. O pessoal também avaliou que, pelo tamanho dela, ela já vai começar a encontrar dificuldades para encontrar alimentos naquele local”, explica o comandante.

“Mas fazemos essas retiradas direto, especialmente quando aparecem nas cidades. Salvo engano, este ano foram cinco”, pondera Queiróz.

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