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Pandemia acaba e campo-grandense cumpre promessa: ‘não me sentia mais aquela pessoa’

Professor fez promessa e agora poderá ajudar alguém com uma boa ação oriunda do resultado da dedicação ao longo dos anos da pandemia do coronavírus
João Ramos -
promessa
Antes e depois do cabelo de Wellington - (Fotos: Arquivo Pessoal)

Três longos anos. Em pouco mais de 36 meses, a da ceifou incontáveis vidas e transformou as rotinas das pessoas pelo mundo. Não foi diferente para o professor campo-grandense Wellington Furtado, de 34 anos: com a realidade alterada pelo coronavírus, o doutor em Letras fez uma promessa: só cortaria seu cabelo quando o fim da pandemia fosse oficialmente declarado. E isso aconteceu.

Na sexta-feira, 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) colocou um ponto final em um dos períodos mais escuros da história recente da humanidade. Então, com o decreto realizado, Wellington entendeu que era a hora de cumprir o que havia prometido. Em entrevista ao Jornal Midiamax, ele detalha suas decisões e o passo a passo até o corte de cabelo.

“Minha promessa não teve motivação religiosa; ela teve início mais como um desafio pessoal e depois se tornou um compromisso. No início da pandemia de Covid-19 no Brasil, em março de 2020, em razão dos primeiros ‘lockdowns’, eu acabei ficando sem cortar meu cabelo porque as barbearias faziam parte do grupo de estabelecimentos que foram obrigados a fechar as portas”, inicia o professor em seu relato.

No entanto, a quarentena que seria apenas por 15 dias se prolongou. “Em razão da natureza do meu trabalho, eu tive o privilégio de levar o distanciamento social à risca, e assim o fiz. Mas, apesar de felizmente não ter perdido nenhum familiar para a doença, vivi o temor pela minha mãe, que é do grupo de risco, e testemunhei familiares de amigos e alunos tendo suas vidas ceifadas pela Covid e pela irresponsabilidade do poder público à época. Assim, aquilo que começou como um desafio se tornou, ao longo dos meses, um compromisso pessoal”, explica.

Chegada a hora

Apesar de não ter lidado com mortes no círculo familiar, o professor conta que sofreu muito com o distanciamento e também por testemunhar o que acontecia no Brasil e no mundo. Com isso, seus quadros de ansiedade e depressão foram agravados.

“O crescimento do meu cabelo passou a significar, de alguma forma, aquele período. Quando em 2022, já com a vacina e um cenário de retorno à normalidade, retornei ao trabalho presencial, pensei em cortá-lo, mas eu nunca tinha deixado o cabelo crescer antes e aproveitei a nova fase”, relembra.

Contudo, no começo da primeira semana de maio deste ano, Wellington estava determinado a cortar seu cabelo e um empurrãozinho da OMS fez isso finalmente acontecer. “Maio é um mês que tem vários significados pessoais pra mim desde 2020. Foi em maio de 2020 que teve fim um de 7 anos, no mesmo mês e ano perdi um melhor amigo que tirou a própria vida e, em 2021, mais ou menos na mesma época, perdi para a COVID uma aluna que era uma grande amiga”, recorda o professor.

“Coincidentemente, na sexta-feira, dia 5, a OMS declarou oficialmente o fim da emergência em saúde no mundo, então me pareceu claro que era chegado o momento de encerrar aquele ciclo, porque eu não me sentia mais aquela pessoa”, relata ele.

Depois de três anos…

“Desde o início, quando me decidi deixar meu cabelo crescer, era claro pra mim que, quando o cortasse, eu o faria com um propósito maior de doar o cabelo para alguma ação beneficente. E foi o que fiz”, garante. Wellington então se informou com a Rede Feminina de Combate ao Câncer, do Hospital Alfredo Abrão, para saber se recebiam doações de cabelos e como deveria proceder.

“Marquei com meu barbeiro, que não via já fazia 3 anos, para fazer o cuidado certo para ele poder ser doado e assim o fiz. Na terça-feira, dia 9 de maio, cortei meus quase 40 centímetros de cabelo e levei para doação”, conta.

Assim como o cabelo que cresceu ao longo do tempo em que a pandemia acontecia, os longos fios marcados pela Covid-19 foram embora com ela. Wellington cumpriu sua promessa e a dedicação ao longo desses anos poderá ajudar na autoestima de alguma mulher com câncer.

“Fiz uma postagem nas minhas redes para marcar a diferença e também incentivar meus amigos e alunos a doerem suas madeixas por um propósito altruísta”, conclui o professor.

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