Sul-mato-grossenses que acompanham a novela “Terra e Paixão”, ambientada em Mato Grosso do Sul, foram ao delírio nesta terça-feira (9), enquanto assistiam ao segundo capítulo da trama. É que, pela primeira vez, a obra de Walcyr Carrasco exibiu o núcleo da escolinha municipal da fictícia cidade de Nova Primavera, e o uniforme usado pelos alunos chamou atenção por ser muito parecido com o das escolas da Rede Estadual de Ensino de MS.
A cena em que a roupa apareceu dava o pontapé na história que será contada no ambiente educacional da trama. Professora de matemática, Aline (Bárbara Reis), a protagonista, foi até seu local de trabalho pedir uma licença remunerada para dar início ao cultivo das terras deixadas pelo marido, assassinado no primeiro capítulo. Chegando lá, ela encontrou Cristian (Felipe Melquíades) sofrendo bullying na porta do colégio.
Portador de albinismo, o garoto é alvo de piadas de mau gosto e oprimido pelos colegas por ter essa condição. “Descascado”, zombavam os meninos, quando Aline entrou em cena e colocou um fim na situação. Na novela, Cristian é filho de Lucinda (Débora Falabella) e sobrinho de Anely (Tatá Werneck).
A história do pré-adolescente logo foi inserida, mas, para o público de MS, outro detalhe dessa sequência acabou roubando o foco: o uniforme das crianças. Veja:
Uniforme da novela tem referências dos trajes escolares de MS
É possível notar que houve uma clara inspiração nos dois últimos uniformes das escolas do Governo de Mato Grosso do Sul: as bordas das mangas e as golas em azul lembram o clássico uniforme “azulão” do governo de André Puccinelli (2007-2014), enquanto todo o resto, as cores e a estampa remetem ao atual uniforme da rede (“verdão”), usado desde 2015, quando Reinaldo Azambuja (PSDB) assumiu o Governo.
Vale ressaltar que a escola da novela é “municipal” e fictícia como a cidade, Nova Primavera, que usa imagens gravadas em Dourados e Deodápolis para sua ambientação.
Repercussão
Parece que a produção de “Terra e Paixão” está mesmo disposta a levar uma boa representação do Estado para a telinha. Ao usar os uniformes locais como referência para os trajes escolares do folhetim, a novela mostra que está atenta até mesmo aos pequenos detalhes.
Nas redes sociais, internautas sul-mato-grossenses pescaram as referências e adoraram o que viram. Alguns, ainda criticaram dizendo: “verde e feio igual o daqui”.
MS nos detalhes em “Terra e Paixão”
Diferente do remake de “Pantanal”, “Terra e Paixão” tem demonstrado uma preocupação bem maior em levar elementos regionais de Mato Grosso do Sul para o cotidiano dos personagens.
Enquanto a trama de Bruno Luperi apresentava um universo paralelo com mulher virando onça, velho se transformando em sucuri e personagens com expressões (como ‘ara’ e ‘diacho’) que sequer são usadas em MS, “Terra e Paixão” veio para “afinar” e retratar a má representação de “Pantanal”.
Até o sotaque da nova novela das nove está muito melhor que o reproduzido em “Pantanal”, que ultrapassava os limites da caricatura e e se assemelhava mais ao mineirês. Além disso, o tereré tinha espaço quase nulo no remake, enquanto é elemento natural em “Terra e Paixão” e intrínseco aos personagens.
Se “Pantanal” inventou um MS para levar ao Brasil, “Terra e Paixão” tem se proposto a mostrar para o país um pouco de como o Estado é na realidade.
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