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Ique volta a Campo Grande para reforma de Manoel de Barros: “relação especial com a obra”

Obra sofreu ataque de vandalismo há três anos, e desde então está sem um dos pés
Monique Faria -
Ique Woitschach e estátua de Manoel de Barros. (Ana Laura Menegat, Midiamax)

O artista Ique Woitschach veio à para realizar a reforma da estátua de Manoel de Barros, que fica no canteiro da Avenida Afonso Pena com a Rua Rui Barbosa. O artista é o criador da obra, que em abril de 2021 sofreu um ataque de vandalismo, tendo um dos pés arrancados.  

Ao Jornal Midiamax, o artista contou que se sentiu ofendido com o crime, mas não apenas por ser o responsável pela obra, mas por achar que o poeta homenageado não merecia o descaso.

“É muito ruim o sentimento, não só de terem levado um pedaço, mas da agressão ao poeta porque ele era uma figura tão doce, o trabalho dele é tão rico e profundo, tão da paz, que não dá para acreditar que alguém tenha coragem de cometer esse crime contra o Manoel de Barros. Como artista eu me sinto agredido também, mas já estou feliz que consegui modelar o novo pé”, afirma.

Feliz porque vai finalmente restaurar sua obra, Ique conta que com os reparos, o novo pé não poderá ser roubado. “Eu vou soldar ele por baixo e por dentro, e depois vou fazer o acabamento artístico. Ele vai ser soldado para que evite nova tentativa de arrancar esse pé porque não vão arrancar mais”, explica.  

Novo pé será soldado à estátua de Manoel de Barros. (Ana Laura Menegat, Midiamax)

Além de um reforço na estrutura, a obra ganhará iluminação noturna e câmeras para garantir a segurança da estátua e de quem for até o local para apreciar a obra.

“Nesse meu projeto está incluso a iluminação, então eu contratei um light designer daqui de Campo Grande, que é especialista em espetáculos, em teatro. Eu sempre quis uma luz cênica para o Manoel, então ele vai colocar aqui uma luz de palco. O Manoel, à noite, vai estar no palco dele com profundidade e cor, então as pessoas vão chegar para fotografar o Manoel à noite, com segurança e com a iluminação que ele merece. E as câmeras que depois o Governo do Estado vai colocar para identificar esses vândalos e puni-los com o rigor da lei para quem agride a caba com o patrimônio público de uma cidade”, explica.

Importância da obra na carreira do artista

Nascido em Campo Grande, o artista contou que tem uma relação muito especial com a estátua de Manoel de Barros, pois trata-se da realização de um sonho.

“Quando eu era criança, eu devia ter uns 10 ou 8 anos, eu vinha na Pedro Celestino, na esquina com a Afonso Pena, e lá tinha uma árvore que seco. Um artista fez uma escultura no toco da árvore, eu saia de casa todos os dias para assistir ele fazer aquilo e eu disse para mim: ‘um dia eu vou fazer uma escultura nesta avenida’, e ela está aqui”, conta emocionado.

Ique ainda compartilhou que seu intuito sempre foi que as pessoas da cidade interagissem com a obra, portanto ver que os moradores tentaram colocar sapatos na estátua, após ter os pés roubados, o deixou feliz.

“São os artistas defendendo a arte porque acho que todo mundo que veio fazer interação aqui é artista, mesmo que não pratique, não seja artista de verdade, tem a alma de artista e sente aquilo que está fazendo. Então acho qualquer manifestação artística que venha defender a arte tem o meu aplauso de pé”, afirma.

Reforma da estátua de Manoel de Barros custará R$ 75.600

Conforme o Diário Oficial de Mato Grosso do Sul de 5 de dezembro, um contrato para a restauração do pé de Manoel de Barros foi assinado no dia 21 de novembro e a obra custará R$ 75.600, 00, incluindo todas as despesas feitas pelo contratado para o serviço.

O contrato, ainda segundo o Diário, é válido para seis meses a partir da assinatura e do pagamento da primeira parcela. Portanto, como foi assinado em 21 de novembro, a obra tem até 21 de maio para ser concluída. Mas, segundo o artista, a previsão é de que a obra seja entregue já nesta sexta-feira (15).

A estátua encontra-se instalada na Avenida Afonso Pena, esquina com a Rua Rui Barbosa, área central em Campo Grande, e desde 19 de abril de 2021 encontra-se sem um pedaço.

A ausência do pé, inclusive, já virou chacota na Capital. Em protesto, artistas chegaram a colocar sapatos em Manoel de Barros e até populares calçaram o poeta nos últimos anos debochando da situação. O autor do vandalismo nunca foi identificado e punido.

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