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MidiaMAIS

Professor de MS dá aula de empatia ao aceitar filhos de alunas e fazer ‘provinhas e certificados’

João diz que cresceu "no meio de livros e perto dos alunos da mãe". Assim, ao se tornar professor, passou a se preocupar com as mães que levavam os filhos para o curso
Graziela Rezende -
Professor com a minialuna entregando certificado. (João Leite/Arquivo Pessoal)

João Leite Júnior, de 45 anos, é o mais velho entre os irmãos. Quando pequeno, ao lado deles, acompanhava a mãe em sala de aula, uma de português muito querida na região das Moreninhas. O tempo passou e, com muito esforço da D. Lídia e do marido, formaram um médico, advogado e fisioterapeuta. Este último é o personagem da história, uma pessoa que sempre carregou a empatia consigo e ajuda a todas as mães que levam filhos para sala de aula.

Ao todo, são 23 anos de formado e uma especialidade em docência, além dos atendimentos em consultório e aulas em na área de saúde. “Eu cresci no meio de livros e perto dos alunos da minha mãe. O meu pai, um policial militar reformado, sempre trabalhou muito também para nos dar o melhor, então, acompanhávamos minha mãe para não ficarmos sozinhos. E isso para mim é o correto: filhos perto dos pais, ainda que no trabalho”, afirmou João ao MidiaMAIS.

Quando começou a dar aulas, em Campo Grande, o fisioterapeuta diz que fez valer esta regra. “Sempre gostei muito de ter crianças, filhos das minhas alunas e alunos, em sala de aula. Nunca me incomodaram, em hipótese alguma. Ao contrário, acho que são generosos em ‘emprestarem’ suas mães. Falo assim porque, na grande maioria, são as mães que levam as crianças e adolescentes, por quatro horas seguidas”, argumentou

No entanto, segundo João, existe uma preocupação em dar tempo de qualidade aos pequenos. “Por isso eu faço as provinhas deles durante a prova dos alunos. Eles fazem desenhos, pinturas, recortes, enfim, penso em maneiras deles não se chatearem com os assuntos tediosos que ouvem nas aulas teóricas de ética, bioética e deontologia, anatomia ou até mesmo português instrumental, as quais ministro”, ressaltou.

Certificado e doce para os “minialunos”

(João Leite/Arquivo Pessoal)

Há alguns dias, quando finalizou as aulas de deodontologia para os cursos de técnico em enfermagem, percebeu a dedicação de dois “mini alunos” e decidiu fazer a premiação de ‘Aluno Nota 10’. “Eles receberam certificado e um pequeno doce como forma de gratidão por terem participado das aulas. É o mínimo que qualquer professor deveria fazer, tornar o mais confortável a estadia deles em nossas salas de aula, afinal, ainda que com suas mães, estão entre adultos, em um ambiente estranho, ouvindo por horas assuntos dos quais possivelmente não estão compreendendo quase nada”, explicou.

No entanto, João diz que um episódio ficará marcado. “Eu falo quase porque, há alguns dias, em uma aula sobre dilemas éticos na enfermagem, uma ‘mini aluna’ me presenteou com um desenho que retratava uma pessoa com um anjinho de um lado e um diabinho do outro, mas, olhando para o anjinho. Agradeci o lindo presente (guardo todos que eles me dão) e perguntei do que se tratava. Ela me disse: ‘Esta pessoa estava em dúvida, só que ela vai fazer o certo, que é o que o anjinho está falando para ela. Me diz se tem melhor definição de ética do que essa menina me ensinou, nessa aula?”, argumentou.

‘Ser humano incrível e com muita empatia’, diz aluna sobre professor

(João Leite/Arquivo Pessoal)

A estudante Janiny Silva Pimentel Pelzl, de 38 anos, disse que começou a fazer o curso em maio de 2023. Na ocasião, disse que estava “com o coração na mão” em deixar a filha em casa, então, foi levando aos poucos e, desde o início, achou excelente a atitude do professor.

“Ele é um ser humano incrível e com muita empatia. Tenho muita gratidão e, toda aula, minha filha faz desenhos como se fosse uma atividade do que ele está ensinando. Ela está realizando este sonho comigo, através do professor João Leite, que é alguém diferente. A Hadassa o adora, vai super contente, se comporta muito bem e vê todo o meu esforço. Assim, o professor também faz de tudo para que eu não falte e isso vai garantir um futuro melhor. Tenho muita gratidão a ele e a escola, a qual também considero diferenciada”, afirmou.

Além de ser um professor correto e com muita bondade, Janiny conta que este comportamento “faz toda a diferença e alavanca os estudos dela e de todas as mães”. “Peço sempre a Deus que continue abençoando ele, que seja este professor que se eterniza em nossas vidas, por tudo o que fez e faz em sala de aula”, finalizou a aluna.

Leia também:

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