Nas mãos da artesã Lucienne Lopes Teixeira, de 57 anos, malotes de lona dos Correios viram mochilas, bolsas e necessaires. Após passar por um processo de reaproveitamento criativo, os itens customizados carregam, além de estilo, o verdadeiro sentido de moda sustentável.
A iniciativa da artesã faz parte de um projeto em parceria com o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano. À frente do Lú Lopes Ateliê, Lucienne produz as peças, contando com o apoio do Sebrae/MS. As vendas dos acessórios contribuem diretamente com as atividades do Moinho Cultural.
“Esse projeto une sustentabilidade, empreendedorismo e impacto social, três valores que norteiam nosso trabalho. É uma forma inovadora de transformar resíduos em oportunidades, mostrando que moda e consciência podem caminhar juntas”, destaca Mônica Macedo, diretora-executiva do Instituto.
A história de Lucienne se entrelaça com a da ONG em 2008, quando participou de cursos de reaproveitamento de materiais, oferecidos pelo instituto. “Tudo começou no Moinho Cultural. Eu aprendi a trabalhar com malotes e banners, e percebi que dava pra criar algo Bonito e útil com o que seria descartado. Foi ali que eu encontrei minha vocação”, relembra.
Lucienne ajudou a fundar a Cooperativa Vila Moinho, formada por participantes de diferentes áreas, do artesanato à gastronomia e serigrafia. A artesã chegou a atuar na confecção de figurinos para os espetáculos do Moinho Concert.
“A gente fez figurinos inteiros, trabalhou com o Franklin Melo, ajudou na produção. Era uma época de muita troca, de muito aprendizado. O Moinho Cultural me ensinou que a arte e o trabalho caminham juntos”, pontuou.
Bordados de animais do Pantanal viraram identidade visual
Ao mudar-se para Campo Grande, Lucienne seguiu aplicando os seus aprendizados em próprios projetos. Inicialmente, não havia descoberto sua identidade no artesanato, mas uma breve conversa com uma amiga mudou o rumo de sua trajetória na costura.
“No começo eu não tinha uma identidade. Fazia florzinha, coisinhas simples, e ninguém se interessava. Um dia uma amiga me mostrou umas toalhas com capivaras bordadas. A partir dali, comecei a criar meus próprios bichos, onça, arara, tuiuiú, tamanduá. São todos do Pantanal, e isso virou minha marca”, explica Lucienne.
Hoje, o Ateliê é conhecido por suas peças exclusivas, bordadas com animais regionais e produzidas manualmente. “O rapaz que borda pra mim faz os desenhos só pro meu ateliê. Ninguém mais tem. Cada peça é única, e as pessoas se encantam quando veem os bichinhos. É a nossa identidade pantaneira costurada na lona”, afirma.

Os produtos fazem tanto sucesso, que a artesã foi convidada para representar o projeto na COP 30, em Belém (PA). Ela leva consigo 150 peças exclusivas, 50 mini mochilas, 50 bolsas rolê e 50 necessaires, criadas a partir dos malotes dos Correios.
“Vai tudo com um pedacinho do Pantanal. Cada peça tem uma história, um bicho, uma lembrança do nosso lugar. É emocionante poder mostrar isso para o mundo”, contou.
As peças da artesã também podem ser adquiridas por meio das redes sociais, clicando no link.
Fale com os jornalistas do MidiaMAIS!
Tem algo legal para compartilhar com a gente? Fale direto com os jornalistas do MidiaMAIS através do WhatsApp.
Mergulhe no universo do entretenimento e da cultura participando do nosso grupo no Facebook: um lugar aberto ao bate-papo, troca de informação, sugestões, enquetes e muito mais. Você também pode acompanhar nossas atualizações no Instagram e no Tiktok.