Aos 19 anos, Eloize Cáceres, estudante de Ciências Biológicas pela UFMS–CPAN (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campus do Pantanal), em Corumbá, vai representar o bioma Pantanal na COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O evento será realizado em novembro, na cidade de Belém (PA), e deve reunir líderes mundiais, cientistas e representantes da sociedade civil para discutir medidas de enfrentamento à crise climática.
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A jovem corumbaense foi eleita em agosto, durante a Plenária Nacional das Juventudes dos Biomas Brasileiros, realizada em Campo Grande, que escolheu os representantes do bioma Pantanal. Assim, Eloize, junto a Maura Palocio, representante do Estado de Mato Grosso, levarão à conferência as pautas ambientais, sociais e culturais da região pantaneira.
De Corumbá para o mundo
Nascida e criada em Corumbá, Eloize sempre teve o Pantanal como cenário e inspiração. Ainda no ensino fundamental, começou a se destacar em feiras de ciências e projetos sociais.
No ensino médio, na Escola Estadual Dom Bosco, desenvolveu uma pesquisa júnior sobre bactérias promotoras de crescimento vegetal em hortaliças, voltada à agricultura familiar, sendo premiada na Fetec (Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul), maior feira científica do Estado.
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O interesse pela ciência a levou até a UFMS, onde hoje é pesquisadora de iniciação científica no Laboratório de Microbiologia e Genética. Sua pesquisa atual investiga microrganismos nativos do Pantanal, como a Azospirillum, buscando alternativas sustentáveis ao uso de agrotóxicos.
Preparação para a COP
Desde que foi escolhida, Eloize tem participado de reuniões e encontros com professores, pesquisadores e ativistas que estão na linha de frente, tanto para o combate quanto para a preservação do bioma. Com isso, a jovem busca construir coletivamente as pautas que pretende levar à conferência.

“Estou organizando reuniões com pessoas muito influentes dentro do bioma Pantaneiro, dentro aqui do nosso município de Corumbá, para a gente solucionar, por exemplo, o caso das queimadas, o caso das famílias ribeirinhas e de outros processos que estão nesse fim” declarou.
Em outubro, a jovem viajou a Brasília para participar de um encontro preparatório com os demais delegados dos biomas brasileiros. “Lá é nossa pré-COP, com mais onze jovens delegados de outros biomas. Evento que vai anteceder a nossa participação direta na COP […], oportunidade de sermos vistos como delegados de biomas, como juventude e, principalmente, como pessoa”, acrescentou.
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Católica praticante, Eloize afirma que encara o convite como propósito. “Se eu disser que esperava isso, é mentira. Acredito muito em Deus, e ele está atrelado a tudo e a toda conquista que eu carrego. Quando fui escolhida, só caiu a ficha quando voltei pra casa e abracei minha mãe e minha família. Entendi que não era só sobre mim, mas sobre cada pessoa que acredita na educação e na ciência”, acrescentou.
A voz do Pantanal
Além da pesquisa acadêmica, Eloize se define como ativista socioambiental e defensora da educação pública. Oriunda de escola pública e de projetos sociais, ela também destaca que a rede de apoio, como a família, amigos e grupos dos quais faz parte, como jiu-jítsu e boxe, são fundamentais para manter o foco e continuar na defesa do Pantanal.
Para a jovem, sua presença na COP30 representa mais do que uma conquista individual, é uma oportunidade de mostrar que o bioma pantaneiro produz conhecimento e resistência.
“A gente planta para depois a gente colher. E tudo que eu estou fazendo hoje em dia é para, num futuro, a gente conseguir ver mais jovens dentro da faculdade, mais jovens ativistas, principalmente no nosso bioma, o Pantanal, que é tão importante", declarou.
A COP30 será a primeira conferência climática da ONU sediada na Amazônia, com foco em acelerar compromissos globais de redução de emissões de carbono e ampliação das políticas de adaptação às mudanças climáticas.
*Com supervisão de Guilherme Cavalcante.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)