“Um livramento de Deus”. Brutalmente atacado por uma onça-pintada no início de outubro, Flávio Ricardo Androlage, de 28 anos, guardou para si o dente do animal que ficou cravado em sua perna. Sem nenhuma sequela física, o sobrevivente garante que também não sofreu consequências emocionais e está ansioso para voltar à lida no campo.
Flávio foi vítima do ataque de uma onça-pintada no dia 4 de outubro, enquanto tocava o gado na Fazenda Milagre, pertencente à sua família. A propriedade fica em uma região isolada e de difícil acesso no Pantanal da Nhecolândia do município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul.
Na ocasião, Flávio se aproximou de uma área onde urubus sobrevoavam uma carcaça, que provavelmente estava servindo de alimento para a onça. Quando se deu conta, apenas sentiu um “tapa” nas costas e passou a ser ferozmente atacado pelo felino.

Flávio ficou 11 dias internado na Santa Casa de Campo Grande
As feridas provocadas pelas garras e dentes do animal laceraram partes de sua cabeça, braços e pernas e, por pouco, ele não sobreviveu. Um amigo que o acompanhava no campo logo se aproximou e afugentou a onça, que retornou para a mata.
Tamanha gravidade dos ferimentos fez um helicóptero ser enviado à região da propriedade para realizar o resgate. Na madrugada de domingo (5), Flávio deu entrada na Santa Casa de Campo Grande, na Capital do Estado, e passou onze dias internado.
Apesar da profundidade das lesões, o rapaz não teve nenhum nervo ou veia fundamental atingidos e apenas se recupera dos cortes. Por isso, recebeu alta na última quarta-feira (15) e já retornou para a cidade de Corumbá, mas não para a fazenda onde tudo aconteceu.

Dente representa livramento, diz sobrevivente do ataque de onça-pintada
Nesta sexta-feira (17), o sobrevivente tirou um tempinho para conversar com o Jornal Midiamax. Em entrevista, ele revelou que está em posse dos dentes da onça-pintada que ficaram cravados em sua perna durante o ataque.
“O dente, pra mim, representa um livramento de Deus. Os cirurgiões que removeram da minha perna e me entregaram. Vou guardar para lembrar do que eu escapei”, afirma.
A recuperação total ainda deve levar alguns meses, mas o pantaneiro diz que já se sente bem. “Estou me movimentando normalmente, os ferimentos já estão secando e tudo voltando ao normal”, relata.
Antenado e acompanhando a repercussão de sua história nas redes sociais, o rapaz lamenta alguns comentários. “Tá saindo muita notícia sem pé nem cabeça, pessoal muito mal informado. Estão falando que a onça só me arranhou pra assustar. Os comentários também, só pessoas sem noção, já estou cansado disso”, admite.

Recuperação, vontades e lição: “o pantanal é misterioso”
Na cidade pela facilidade do acesso aos médicos, hoje, o que Flávio mais quer é voltar à vida de antes, no campo, ao lado da esposa e das filhas.
“Saudades da minha casa, dos meus animais, de sair para a lida, correr, laçar… Isso tá no sangue do homem pantaneiro. Mas tenho que esperar a recuperação, até mesmo porque levei mordidas profundas. É perigoso infecção, mas me conformo”, comenta.
Ele agradece a Jesus o fato de não ter ficado com nenhuma sequela e reforça não ter medo algum de qualquer onça que possa vir a cruzar seu caminho. “É um fato da natureza, o pantanal é misterioso. Fica um suspense sim. Atenção em primeiro lugar”, pontua.
Desde a data do acidente, o rapaz não teve mais notícias do felino que o atacou, mas tem um palpite: “A onça está por lá mesmo, viva”.
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