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Acusada de crime, artesã que usa carcaças de animais diz que absolvição não apaga erro

Artista plástica afirma que teve a dignidade recuperada, mas destaca que a decisão da Justiça não desfaz o peso da acusação considerada injusta
João Ramos -
Julgada por crime ambiental artesã que usa carcaças de animais é absolvida em MS
Artesã Diana e algumas de suas obras - (Fotos: Arquivo Pessoal)

Denunciada por suposta prática de , Diana Alexandra Palacios, de 38 anos, foi absolvida sumariamente por transformar carcaças de animais em arte. A artesã, que vive em (MS), foi autuada em dezembro do ano passado e agora comemora a decisão da Justiça: “Posso voltar a olhar o mundo de cabeça erguida”.

Nesse caso, a absolvição sumária suspende o processo, pois “é irrelevante para o direito penal a conduta praticada” por Diana.

Reconhecida por seu talento, ela é natural da e já participou de diversos eventos expondo seus trabalhos artesanais que, em alguns casos, fazem uso de matéria-prima de origem animal.

artesa que usa carcaças de animais
Antes do episódio, Diana vivia exclusivamente da renda de sua arte – (Arquivo Pessoal)

A denúncia contra a artesã foi protocolada pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual), alegando que a produção e venda das peças seria crime. Contudo, a de Bonito conseguiu que a denúncia fosse rejeitada.

“A Diana tem objetivo de reflexão sobre sustentabilidade, vida e morte na relação humano-natureza. Nunca capturou, caçou, matou nem encomendou a morte de qualquer animal. Seu trabalho não explora fauna, explora estética, cultura e reflexão ambiental”, destaca a defensora Thaís Lazzaroto.

Ainda conforme a representante, a arte da colombiana não agride a fauna. “Pelo contrário, a conduta da Diana contribui para a conscientização ambiental e o reaproveitamento de resíduos biológicos que, de outra forma, seriam descartados”, argumenta Thaís.

Aliviada, a artesã celebra a absolvição. “Isso não apaga a dor vivida, mas a nomeia: transforma-a em dignidade recuperada. Significa respirar sem o peso injusto de uma acusação, caminhar sem o estigma de um erro. Posso voltar a olhar o mundo de cabeça erguida, sabendo que resisti, que não me ‘quebrei’, e que agora minha história pode servir para que outras não sejam silenciadas”, declara Diana.

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