A busca por casal retratado em álbum de casamento perdido ganhou um desfecho, após publicação de matéria do Jornal Midiamax, na tarde desta terça-feira (21). Menos de 20 minutos depois que o texto entrou no ar, Cristiano César Trindade, 47 anos, entrou em contato com a nossa equipe para dizer que ele e a esposa, Irlaine Borges, 47 anos, são os noivos das fotografias.
Casados há 16 anos, os campo-grandenses foram surpreendidos com a notícia de que Nilson Costa, um fotógrafo do Rio de Janeiro, teria em mãos o álbum com as fotos da cerimônia matrimonial. O casal não sabia, até o momento, que esse segundo álbum existia.
O profissional teria conseguido as fotografias quando morou em Campo Grande, de 2013 a 2015, e trabalhou na área. Assim, o álbum seria um mostruário, mas o fotógrafo não se lembra exatamente de como ele chegou em suas mãos
Diante disso, Nilson procurou o Jornal Midiamax para tentar encontrar os noivos que aparecem nas imagens que guarda há 11 anos.
“Não sei se foi duplicado. Só que fico com pena de me desfazer desse álbum, porque traz uma história, pessoas… essas pessoas estão vivas ainda? Esse casamento ainda continua? Então eu fico com pena de simplesmente tacar fogo”, disse ele ao MidiaMAIS.
Em conversa com a reportagem, o noivo Cristiano revelou que o casal tem um álbum, aparentemente idêntico, guardado em casa. Entretanto, com a situação inusitada, lembrou de um fato ocorrido no dia da cerimônia. Ele contou que fotógrafo responsável pelo evento acabou perdendo partes das imagens, que ficaram em equipamento roubado após a festa.

Casamento foi realizado há 16 anos, na Capital
A cerimônia foi realizada em 10 de janeiro de 2009, na Paróquia São João Bosco, em Campo Grande. Segundo Cristiano, ele e Irlaine se conheceram na adolescência, em 1994, quando tinham 16 anos. O casal ficou junto por 15 anos, entre idas e vindas, até oficializarem a união.
“A gente já tinha virado piada no grupo de amigos, porque nós namoramos 15 anos. Em qualquer festa de casamento que a gente ia, o povo colocava a música do Edson e Hudson [Ela encasquetou], e botava a gente no meio da roda”, brincou Cristiano.
No ano anterior ao casamento, Irlaine intimou o companheiro a oficializarem o relacionamento de uma vez por todas. “Ela que resolveu casar. Chegou em mim e falou bem assim: ‘este ano eu vou casar com você ou sem você’. Aí para mostrar quem manda, eu casei em janeiro do ano seguinte”, lembrou o professor.
Na cerimônia, um amigo do casal se disponibilizou a registrar o momento, enquanto o primo do noivo ficou responsável por editar. Assim, o fotógrafo não economizou nas imagens. Mas, em meio as captações, um dos cartões de memória encheu por completo. Então, ele colocou no bolso do terno e colocou outro no equipamento para seguir com o trabalho.
Contudo, um imprevisto comprometeu parte das imagens da festa. “Terminou toda a cerimônia, ele foi pra casa, e o cartão que ele havia trocado ficou no bolso do paletó dele. Acho que ele tava de plantão no outro dia. Quando ele voltou, tinham roubado o equipamento fotográfico dele com o outro cartão”, lembrou Cristiano.

Fotografias foram parar nas mãos de fotógrafo do Rio de Janeiro
No período em que atuou com fotografia em Campo Grande, Nilson Costa, obteve o álbum de casamento de Cristiano e Irlaine. Como o fato ocorreu continua um mistério. Isso porque o fotógrafo não se lembra ao certo como conseguiu as imagens.
“Eu não me recordo direito como esse álbum veio parar nas minhas mãos, só sei que foi como mostruário. Não tenho lembrança ao certo, mas tinha um contato muito forte na cidade com uma produtora que fazia álbuns e acabei ficando com esse”, relatou.
Cristiano também não tem pistas de como isso pode ter acontecido. Mas tem algumas teorias sobre o caso. Uma delas é de que as fotos podem ter sido impressas duas vezes.
“Acredito que seja o mesmo álbum. Perguntei pro meu primo: ‘como que esse álbum foi para lá?’. Ele disse que a pessoa que fez a impressão pode ter errado em alguma foto e teve que reimprimir, e ficou esse álbum lá. Às vezes, ele também misturou e foi no álbum, junto com de outro fotógrafo”, afirma.
Responsável por fotografar a cerimônia e elaborar o álbum, Cicero Roberto da Silva tem a mesma teoria. “Foi no laboratório. O cara deve ter errado alguma coisa e refez o álbum. Ficou lá e depois passou para alguém”, explica.
Quando lembra do roubo de seus equipamentos, ele respira aliviado por ter salvo, pelo menos, algumas fotos do casamento. “Seria um azar danado se tivesse levado tudo. Já pensou, depois de 15 anos de namoro e noivado, levarem a lembrança do dia mais forte?”, disse.
Fotógrafo do RJ vai mandar álbum para casal
Em relação ao álbum, notícia surtiu efeito e, por intermédio da reportagem do Jornal Midiamax, o casal entrou em contato com o fotógrafo Nilson. Eles conversaram com o profissional via WhatsApp e o agradeceram pelo cuidado com a história da família. Por fim, combinaram que o fotógrafo enviará o famigerado álbum por correio nos próximos dias.
A troca de mensagens expressou muita gratidão e respeito, o que levou Nilson a gravar um vídeo para o casal campo-grandense. Confira o recado do profissional para os noivos:
Cristiano e Irlaine construíram família e seguem juntos
Há 31 anos juntos, e com 16 de casados, Cristiano e Irlaine construíram uma família. Os dois tiveram dois filhos: Felipe e Daniel. Infelizmente, o casal precisou se despedir precocemente de Daniel, aos 8 anos. O menino foi vítima de um câncer e faleceu há um ano.
No último ano, a família precisou ter mais fé do que nunca. Na esperança de ver o pequeno Daniel curado, se apegaram a Carlo Acutis, pedindo por um milagre.
O padre [Marcelo] Tenório me deu dois terçinhos do Carlos Acutis e fez uma bênção com a relíquia na camisa do meu filho. Ele falou pra mim: ‘Senhor, você vai levar e colocar isso aqui na cabeceira do teu filho e vai rezar. Assim eu fiz, coloquei no braço dele, do ladinho que estava paralisado pela cirurgia. Nesse dia meu filho se mexeu. Então eu tinha certeza do milagre”, contou Cristiano.
Daniel apresentou melhora visível, e depois que saiu do coma dizia mensagens positivas sobre Deus. “Ele começando a falar assim: ‘papai, Deus é bom o tempo inteiro. As pessoas têm que começar a ver a bondade de Deus’, coisas assim”, recordou.
Mesmo com a gradual melhora, em relação à doença, Daniel não resistiu. Após uma viagem em família, o menino faleceu. “Hoje a gente junta os cacos pra tentar seguir”, afirma o professor.

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