O momento é de muita dor. No dia 18 de dezembro, o pequeno João Lucas, de apenas 11 meses de idade, partiu repentinamente, deixando um vazio imenso para sua família em Campo Grande (MS). O garotinho era o caçula da mãe e faria 1 aninho nesta quarta-feira (8). Para tentar deixar a data menos triste, os familiares decidiram promover uma ação social em sua memória, na Comunidade Esperança, e o evento ficou marcado pela emoção.
A festa que comemoraria o primeiro ano de João já estava sendo planejada pela mãe e pela avó do menino, que morreu exatamente três semanas antes de seu aniversário. “A gente estava planejando fazer aqui em casa, com o tema do Bolofofo. Íamos alugar pula-pula, piscina de bolinha, mas aí como ele faleceu, decidimos alugar mais coisas e fizemos uma festa para a comunidade inteira“, explica Tamires, mãe do garotinho, ao Jornal Midiamax.
Assim, o dia marcado pela tristeza foi transformado numa boa ação para os moradores da região. A comemoração teve distribuição de brinquedos, atividades de lazer, guloseimas, bolos e até a presença de animadores de festa fantasiados de Homem-Aranha… tudo que a festa de um ano de João teria.
Emocionados, os familiares enlutados ainda soltaram fogos e fizeram declarações agradecendo pela vida do pequeno bebê. Uma música em homenagem ao menino também foi tocada e, diante da situação, ficou impossível não cair em lágrimas.
Veja:
Agora, esta será uma tradição, afirma a mãe de João Lucas. “Minha sogra resolveu que, todo ano, no dia 8 de janeiro, vamos fazer essa ação para as crianças“, diz Tamires.
João enfrentou saga no hospital antes de morrer
A morte de João foi uma surpresa para todos. Uma semana antes, o bebê de 11 meses foi levado ao Hospital Regional de Campo Grande, onde recebeu diagnósticos diversos – todo dia a equipe médica dizia que ele tinha algo diferente, segundo Tamires.
Primeiro, a mãe ouviu que o filho estava com princípio de pneumonia. “Depois descartaram e falaram que ele tinha infecção intestinal. Vi que ele estava com falta de ar, avisei os médicos e me falaram que não estava. No sábado (14 de dezembro), meu filho piorou totalmente, ficou tremendo sem conseguir respirar”, recorda.
“Ele só foi piorando e fomos para o CTI, quando colocaram ele no balão. Deram remédios, remédios e remédios. Falaram que ele estava com problemas no fígado, no rim e tinha pneumonia. Na segunda, disseram que ele tinha meningite viral no cérebro“, lembra a mãe.
“Seu filho é um quebra-cabeça que estamos tentando montar”
Tamires também conta que uma fala da profissional responsável por cuidar da saúde de João ficou marcada para ela. “A médica olhou pra minha cara e pra cara da minha irmã e falou que meu filho era um quebra-cabeça que eles estavam tentando encaixar e que todo dia eles montavam uma peça”, revela.
Em meio a tantas possibilidades diagnósticas e complicações gerais, João continuou piorando. “Na terça (17 de dezembro) à noite entubaram ele. Na quarta (18) de manhã mandaram eu sair para furar a barriga dele para tirar um líquido. Ele teve seis paradas cardíacas, hemorragia e não resistiu“, relata a mãe, em meio ao choro.
No laudo e na certidão de óbito, são várias as causas da morte. “Outras formas de choque, hemorragia não especificada das vias respiratórias, insuficiência hepática sem outras especificações e broncopneumonia não específica”, consta no documento.
Diante da perda, todos estão em cacos, desolados. “Não temos estrutura, até agora nossa ficha não caiu. Isso foi uma negligência, eu avisei que meu filho estava com falta de ar. João morreu dias antes de fazer um ano e a intenção do nosso evento foi comemorar esse dia dele, mesmo sem ele aqui“, finaliza a mãe.
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