O MP (Ministério Público) da Bahia recebeu uma denúncia de intolerância religiosa contra Claudia Leitte, 44. A cantora substituiu o termo Iemanjá por Yeshua, na letra da música ‘Caranguejo’. A denúncia será avaliada pelo MP.
O caso aconteceu durante um show da cantora em Salvador, na Bahia. No verso original, a letra diz “Maré tá cheia, espera esvaziar. Joga flores no mar, saudando a rainha Iemanjá”. Contudo, a artista trocou a última frase por “eu louvo meu rei, Yeshuá” – termo hebraico para Jesus.
Conforme o Splash, da Uol, o documento foi formalizado por Iyalorixá Jaciara Ribeiro, sacerdotisa do Ilê Axè Abassa de Ogum, e pelo Idafro (Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras).
A promotora Lívia Sant’Anna Vaz avaliará a denúncia. Assim, caso a solicitação seja considerada válida, o Ministério Público da Bahia irá oficializar a denúncia para que o caso seja investigado pelas autoridades. Só então as provas serão analisas e os supostos crimes apontados.
Entenda o caso
No último sábado (14), a cantora Claudia Leitte deu o que falar ao trocar a letra de Caranguejo, do Babado Novo, para evitar saudar Iemanjá. A atitude da artista causou polêmica, já que algumas pessoas interpretaram a situação como um desrespeito.
Além de internautas apontarem intolerância religiosa, Pedro Tourinho, que é Secretário de Cultura e de Turismo de Salvador, também resolveu se pronunciar. Sem mencionar o nome da cantora, ele falou sobre artistas que lucram com o axé, que faz parte da cultura negra, mas retiram nomes de orixás de suas canções.
“Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o provo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo”, diz um trecho da nota compartilhada nas redes sociais.
Por enquanto, Claudia Leitte não se pronunciou sobre a situação. Vale ressaltar que essa não é a primeira vez que a artista se recusa a citar nomes de orixás em músicas de axé.
