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Marcha reúne milhares em Washington e evoca movimento de Martin Luther King

Milhares de pessoas se reúnem na capital dos Estados Unidos na tarde desta sexta-feira (28) contra o racismo, em uma releitura da célebre Marcha sobre Washington de 1963, quando o líder pelos direitos civis americanos Martin Luther King fez o icônico discurso “Eu tenho um sonho”. Quase 60 anos depois, americanos renovam o pedido feito […]
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Milhares de pessoas se reúnem na capital dos na tarde desta sexta-feira (28) contra o , em uma releitura da célebre Marcha sobre Washington de 1963, quando o líder pelos direitos civis americanos Martin Luther King fez o icônico discurso “Eu tenho um sonho”. Quase 60 anos depois, americanos renovam o pedido feito por Luther King neste mesmo dia: o de que negros e brancos sejam tratados iguais nos EUA.

Protestos contra o racismo e a violência policial contra negros se espalharam por mais de 150 cidades pelo país no início de junho, depois que George Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto após um policial ajoelhar sobre seu pescoço por quase nove minutos e sufocá-lo. O vídeo em que Floyd repete que não conseguia respirar fez multidões irem às ruas nas principais cidades do país, por semanas.

Em julho, os protestos antirracismo arrefeceram, mas ganharam nova motivação nesta semana, depois de mais um caso de violência policial contra um homem negro, desta vez em Kenosha, Wisconsin, onde Jacob Blake levou sete tiros nas costas à queima-roupa. Os filhos de Blake estavam dentro do carro e assistiram ao pai ser baleado. Blake ficou paralisado da cintura para baixo, segundo a família.

Os negros são 13% da população americana, mas mais de 30% dos mortos pela polícia. A morte violenta de um cidadão negro nos EUA após abordagem feita por policiais brancos é uma notícia que vem se repetindo e já causou protestos similares ao longo da história do país.

No caso de Floyd, no entanto, o vídeo que deixa claro a brutalidade da ação e o pano de fundo social e econômico de um país em recessão e com o maior número de mortos por coronavírus no mundo colaboraram para que a manifestação ganhasse ares históricos, comparada aos protestos de 1968, depois da morte de Luther King.

Em 28 de agosto de 1963, Luther King discursou para cerca de 250 mil pessoas aos pés do memorial em homenagem a Abraham Lincoln, que acabou com a escravidão no país. “Eu tenho um sonho que meus quatro pequenos filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”, disse. Os manifestantes se reúnem hoje no mesmo lugar e tentam repetir o movimento do líder pelos movimentos civis.

O ato reúne parentes de Floyd e de outros negros mortos pela polícia, como Breona Taylor e Eric Garner. A marcha foi organizada em junho, em meio à força dos protestos após a morte de Floyd.

A expectativa inicial era de que 100 mil pessoas comparecessem, mas medidas de contenção do coronavírus impostas pela prefeita de Washington mudaram parte dos planos. Ônibus fretados que levariam manifestantes de outros Estados para a marcha foram cancelados, depois que a prefeita, Muriel Bowser, impôs uma quarentena de 14 dias obrigatória para os visitantes de cidades onde há surto de coronavírus.

Os manifestantes irão caminhar até o memorial em homenagem a Martin Luther King no meio da tarde, cerca de 800 metros distante do memorial Lincoln. No local, há frases célebres do líder de movimentos civis gravadas em paredes de pedra. Uma das frases inspira o lema do movimento anti racismo dos últimos meses. “A verdadeira paz não é meramente a ausência de tensão, é a presença de justiça”, disse Luther King em 1967. Em 2020, os manifestantes resumem a ideia no coro “sem justiça, sem paz” ao longo dos protestos.

O movimento tem forte componente de crítica ao presidente Donald Trump. Desde junho, o governo Trump tem adotado o discurso da “lei e da ordem”. Em tom inflamado, ele já chamou os manifestantes antirracismo de radicais, anarquistas, saqueadores ou bandidos, um tom que repetiu ontem à noite, em seu discurso para aceitar a nomeação do Partido Republicano para disputar a reeleição. “Seu voto decidirá se protegemos os americanos que cumprem a lei ou se damos rédea solta aos violentos anarquistas, agitadores e criminosos que ameaçam nossos cidadãos”, afirmou.

“Se o Partido Democrata quer ficar ao lado de anarquistas, agitadores, desordeiros, saqueadores e queimadores de bandeiras, isso é com eles. Mas eu, como seu presidente, não farei parte disso. O Partido Republicano continuará sendo a voz dos heróis patrióticos que mantêm a América segura e saúdam a bandeira americana”, disse Trump.

Durante a convenção do partido, os republicanos contestaram a ideia de que há racismo sistêmico nos EUA e afirmaram que Biden pode tirar recursos da polícia – o democrata diz que não concorda em diminuir financiamento à polícia.

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