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Rússia assina acordo com Belarus para transferência de armas nucleares táticas

A Rússia assinou um acordo com Belarus nesta quinta-feira, 25, para transferir armas nucleares táticas ao país, em um aumento de tensão sobre o uso destas armas para pressionar o Ocidente. O presidente russo Vladimir Putin disse há dois meses que seria capaz de posicionar as armas até a metade deste ano, mas a declaração … Continued
Agência Estado -
Bandeira da Rússia (Reprodução)

A Rússia assinou um acordo com Belarus nesta quinta-feira, 25, para transferir armas nucleares táticas ao país, em um aumento de tensão sobre o uso destas armas para pressionar o Ocidente. O presidente russo Vladimir Putin disse há dois meses que seria capaz de posicionar as armas até a metade deste ano, mas a declaração foi vista como blefe por analistas. Até então, não havia nenhum sinal de que o país realmente pretendia fazer isso.

Segundo a agência de estatal Tass, os ministros da defesa da Rússia e de Belarus, Serguei Shoigu e Viktor Khrenin, respectivamente, se reuniram nesta quinta-feira, 25, em Minsk, capital bielorrussa, para assinatura do acordo. O documento formaliza “o procedimento para manter armas nucleares não estratégias russas em uma instalação de armazenamento especial” em Belarus, segundo o comunicado da agência. O comando sobre essas armas permanece em Moscou.

A ameaça de armas nucleares tem sido utilizada por Putin desde que ele ordenou a invasão na , em fevereiro do ano passado. Autoridades dos afirmam que não viram nenhum esforço do país até então para mover ou empregar suas armas nucleares, mas as preocupações permanecem.

Em Moscou, o presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse que “o movimento das armas nucleares começou”, mas não informou se alguma delas chegou ao país. Não se sabe se existe um cronograma para a chegada das armas em Belarus, nem quantas seriam transferidas. A instalação para armazená-las estaria pronta em 1º de julho, de acordo com afirmações de Putin.

Caso a transferência seja confirmada, será a primeira vez que a Rússia terá armas em territórios estrangeiros desde a dissolução da União Soviética, em 1991, quando possuía armas em Belarus, na Ucrânia e no Cazaquistão.

Segundo a avaliação do The New York Times, a transferência em si não afeta a ameaça nuclear já existente, porque estas armas podem atingir territórios ao redor estando na Rússia. A avaliação do analista militar bielorrusso Aliaksandr Alesin feito à Associated Press, por outro lado, observa que em Belarus eles são capazes de atingir Ucrânia, Polônia, os Estados bálticos e partes da Alemanha.

O governo dos EUA acredita que a Rússia possui cerca de duas mil armas nucleares táticas, incluindo bombas que podem ser transportadas por aeronaves, ogivas para mísseis de curto alcance e projéteis de artilharia. As armas nucleares táticas se destinam a destruir tropas e armas inimigas no campo de batalha, mas têm alcance relativamente curto e poder de destruição menor que ogivas nucleares instaladas em mísseis estratégicos de longo alcance, capazes de destruir cidades inteiras.

Resposta ao apoio do Ocidente à Ucrânia

A assinatura do acordo ocorre no momento em que a Rússia se prepara para uma nova ofensiva da Ucrânia. Autoridades russas e bielorrussas também classificaram a medida como impulsionada pelas hostilidades do Ocidente. “A implantação de armas nucleares não estratégicas é uma resposta eficaz à política agressiva de países hostis a nós”, disse o ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin,

“No contexto de uma escalada extremamente acentuada de ameaças nas fronteiras ocidentais da Rússia e de Belarus, foi tomada a decisão de tomar contramedidas na esfera militar-nuclear”, acrescentou Shoigu.

Putin argumentou que, ao implantar suas armas nucleares táticas em Belarus, a Rússia segue o exemplo dos Estados Unidos, observando que os EUA têm armas nucleares baseadas na Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Turquia.

Aliaksandr Alesin disse que cerca de dois terços do arsenal de mísseis nucleares de médio alcance da Rússia foram mantidos em Belarus durante a Guerra Fria. Elas retornaram à Rússia junto com as armas que estavam na Ucrânia e no Cazaquistão após um acordo mediado pelos Estados Unidos com a dissolução da União Soviética, em 1991. As instalações de armazenamento desta época, no entanto, ainda podem ser utilizadas, acrescentou Alesin.

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