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‘Sol artificial’ da Coreia atinge tempo recorde a 100 milhões de graus

O Instituto da Coreia de Fusão de Energia (KFE) anunciou o feito este mês
Agência Estado -
Sol artificial na Coreia (Foto: National Research Council of Science & Technology)

O sol artificial coreano, chamado de KSTAR, bateu seu próprio recorde ao conseguir manter uma temperatura de 100 milhões de graus celsius por 48 segundos durante operações realizadas entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. O Instituto da Coreia de Fusão de Energia (KFE) anunciou o feito este mês.

A capacidade de sustentar operações em que o plasma – conhecido como quarto estado da matéria – permanece em temperaturas extremamente altas pelo maior tempo possível é essencial para que reações de fusão ocorram de forma ativa. Esse processo faz parte do desenvolvimento de energia por fusão nuclear.

Os novos resultados tokamak do FKE, chamado de KSTAR, ultrapassam o recorde da câmara de 2021, quando manteve uma temperatura de 100 milhões de graus celsius durante 30 segundos. A primeira vez que o tokamak alcançou a marca dos 100 milhões de graus foi em 2018. Tokamaks são câmaras onde o plasma fica confinado para atingir as condições necessárias para a fusão nuclear.

De acordo com o KFE, o novo recorde foi possível por meio de uma atualização nos desviadores do tokamak, que passaram a utilizar tungstênio, em vez de carbono. Os desviadores de tungstênio mostraram um aumento de apenas 25% na temperatura da superfície sob cargas de calor similares.

O objetivo final do KFE é chegar a 300 segundos de operação sob temperatura de 100 milhões de graus Celsius. Para isso, o diretor do Centro de Pesquisa KSTAR, Si-Woo Yoon afirma que os próximos passos são melhorar a performance do aquecimento e proteger as principais tecnologias necessárias para as operações

A equipe pretende adicionar novos componentes de tungstênio no tokamak. Outro ponto importante é o uso de inteligência artificial (IA) para monitorar em tempo real os dispositivos de KSTAR.

Fusão nuclear para produção de energia limpa

A fusão nuclear consiste em esmagar dois átomos ao mesmo tempo em velocidades muito altas, em que os cientistas tentam reproduzir as reações que acontecem dentro do Sol. Os elementos dessa reação são transformados em eletricidade.

A busca pela fusão nuclear em laboratórios ao redor do mundo tem sido motivada pelas possíveis vantagens dessa fonte, como ser limpa, barata e quase ilimitada. Não há emissão de carbono ou geração de resíduos radioativos.

Outros institutos também conseguiram avançar com a promessa da energia via fusão nuclear. Cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, anunciaram em dezembro de 2022 que, pela primeira vez, uma reação de fusão em laboratório conseguiu produzir mais energia do que o necessário para iniciá-la.

Meses depois o laboratório disse ter conseguido um ganho ainda maior de energia por meio da fusão nuclear. Entretanto, ainda permanecem um desafio como tornar a fusão nuclear um fonte energética viável.

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