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Mundo

Pecuaristas dos EUA aprovam suspensão total da importação da carne brasileira

Entidade que representa a classe acusou produtores brasileiros de 'falta de responsabilidade'
Evelyn Mendes -
carne frigorifico
Carne bovina. (Divulgação, Semadesc)

Nesta segunda-feira (21), a NCBA (Associação Nacional Pecuaristas dos Estados Unidos) afirmou a um portal de notícias que sempre foi a favor da suspensão total de importação das carnes brasileiras. A associação, que representa os pecuaristas desde 1989, afirmou que produtores brasileiros não têm “responsabilidade” com a saúde dos animais.

Representantes da NCBA relataram que concordam com as tarifas de 50% imposta pelo presidente . Também, que é o primeiro passo para que eles consigam realizar uma auditoria sobre as carnes do Brasil. Em nota, eles citaram sobre alguns casos de EEB (encefalopatia espongiforme bovina), mais conhecida como doença da vaca louca, no Brasil.

O Ministério da do Brasil rebateu as críticas dos EUA e afirmou que não tem registros de contaminação clássica, isto é, a manifestação da doença através da ingestão de alimentos contaminados. Os principais alimentos consumidos pelos animas são a farinha de carne e osso.

Assim, autoridades brasileiras disseram ainda que casos classificados como contaminação clássica aconteceram na , diferentemente do que os pecuaristas dos EUA afirmaram sobre o Brasil.

A última vez que houve registros de um animal contaminado pela doença foi em 2023.

MS suspendeu exportação

Mato Grosso do Sul exportou 282,2 mil toneladas de carne bovina em 2024, o que representa US$ 1,2 milhão ou R$ 7,1 bilhões. Deste número, 49,6 mil toneladas do produto foram para os Estados Unidos, ou seja, 17,6% da exportação total no ano passado. Em dinheiro, MS enviou R$ 1,3 bilhão (ou US$ 235 milhões) de carne bovina ao país norte-americano neste período. Os dados estão disponíveis no sistema Agrostat, do Governo Federal.

No início da semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou taxas de 50% sobre produtos brasileiros. Em resposta, frigoríficos sul-mato-grossenses habilitados para exportação decidiram parar de enviar carne aos Estados Unidos. A decisão, anunciada no dia 15, leva em consideração que os embarques enviados nesta semana chegariam ao país após 1º de agosto, quando começa o tarifaço imposto por Donald Trump.

Portanto, se Mato Grosso do Sul parasse de enviar carne aos Estados Unidos, no pior dos cenários, o prejuízo total poderia ser de R$ 1.312.843.403,45 ao ano. No entanto, o Governo do Estado apontou que deve procurar outros destinos para as exportações, mas reconhece que pode ocorrer demora para escoar a produção. Além disso, uma das alternativas seria vender o produto no mercado interno, o que pode baratear o preço da proteína.

Prejuízo certo

De qualquer forma, se as tarifas entrarem em vigor, o prejuízo é certo para os exportadores de MS. A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) vê com preocupação o entrave comercial, já que o país é um importante parceiro para Mato Grosso do Sul. 

“A suspensão dos embarques de carne bovina de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos é motivo de grande preocupação para o agronegócio, em razão da relevância do mercado norte-americano para a balança comercial do Estado. Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior destino das exportações sul-mato-grossenses. A interrupção das vendas pode representar prejuízos econômicos imediatos, comprometendo a estabilidade e impactando nos preços do mercado da pecuária”, explica o presidente da entidade, Marcelo Bertoni.

Em 2024, Mato Grosso do Sul ocupou o sexto maior número de abates bovinos no Brasil, com mais de 456,87 mil cabeças, de acordo com IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Vale destacar que os frigoríficos não pararam os abates, apenas deixaram de enviar a produção ao país norte-americano.

No entanto, o Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul) acredita que, apesar do impacto no lucro, os empregos em frigoríficos não estão ameaçados. Alberto Sérgio Capucci, vice-presidente do sindicato, ressalta que demissões em massa ou com número significativo não devem acontecer, pois o setor de carnes já enfrenta a falta de mão de obra. “O risco de demissões está descartado. O setor já vem com déficit de mão de obra”, avalia.

Além da carne

Conforme dados do Agrostat, Mato Grosso do Sul exportou US$ 213,4 milhões em celulose, US$ 46,1 milhões em sebo bovino e US$ 19,9 milhões em açúcar de cana ou beterraba. Em reais, isto corresponde a R$ 1,1 trilhão, R$ 257 milhões e R$ 111 milhões, respectivamente. Além da carne, estes são alguns dos principais produtos enviados aos Estados Unidos por Mato Grosso do Sul.

Para a Famasul, os Estados Unidos representam um parceiro estratégico para o Brasil e para Mato Grosso do Sul, seja na exportação de celulose, seja na carne bovina, em produtos florestais ou outros itens do agro. A decisão do governo americano pode impactar também no aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras.

“O ‘tarifaço’ do Trump e seus desdobramentos vão impactar um conjunto amplo de cadeias produtivas relevantes para a economia de Mato Grosso do Sul. Dessa maneira, o setor produtivo pede uma articulação diplomática inteligente por parte do governo brasileiro, a fim de se reverter a situação grave que está posta”, deseja Bertoni.

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