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É o fim da guerra em Gaza? O que acontece depois de o Hamas aceitar parte do plano de paz?

Trump deu ultimato a grupo terrorista para devolver reféns israelenses
Agência Estado -
Faixa de Gaza após ataque israelense, em julho. (Imagem Ilustrativa / Foto: Reprodução/AFP)

A guerra em curso na Faixa de Gaza teve vários desdobramentos nesta sexta-feira, 3. Primeiro, o Hamas aceitou partes da proposta do presidente Donald Trump para encerrar o conflito. Em seguida, Trump comemorou a resposta do grupo terrorista e ordenou que Israel interrompesse os ataques. Por fim, o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu disse estar pronto para implementar a primeira parte do plano.

Mas o que tudo isso significa na prática? É o fim da guerra? O que acontece agora?

A declaração do Hamas sobre o aceite em partes do acordo, como a devolução de todos os reféns restantes e a disposição para a transição do governo em Gaza ainda deixou pontos importantes na mesa de negociações.

Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da Federal (UFF) e pesquisador de Harvard, explica que a disposição declarada de entregar a administração a um corpo tecnocrático e a libertação dos reféns podem abrir caminho para um cessar-fogo temporário, mas mas ainda não resolvem as demandas centrais da guerra.

“O Hamas diz que quer negociar, o controle final, a retirada de tropas, o reconhecimento político da Palestina. Ou seja, muda condições táticas e humanitárias a curto prazo, mas não garante uma solução política duradoura”, ele afirma.

Karina Calandrin, professora no Ibmec e pesquisadora de pós-doutorado do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de (USP), também explica que a aceitação parcial do Hamas não significa, por si só, uma virada imediata no conflito, mas sinaliza que o grupo está tentando reposicionar sua posição política.

“A possibilidade de ceder poder político em Gaza pode ser uma forma de manter influência indireta, ao invés de arriscar perder relevância num cenário de reconstrução conduzido por outros atores”, destaca.

“A possibilidade de ceder poder político em Gaza pode ser uma forma de manter influência indireta, ao invés de arriscar perder relevância num cenário de reconstrução conduzido por outros atores”, destaca.

“É melhor abrir espaço a um governo de transição do que perder completamente a legitimidade ou ser destruído militarmente. Não é uma renúncia total ao poder que o Hamas faz, mas uma forma de ganhar tempo e manter a relevância sem carregar o peso do colapso civil”, Brustolin explica.

Obstáculos da proposta

Pela proposta de 20 pontos de Trump, Gaza ficaria “sob a governança transitória temporária de um comitê palestino tecnocrata e apolítico, responsável pela administração diária dos serviços públicos e municípios”, mas o comitê seria supervisionado por um novo órgão internacional transitório, liderado por Trump, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, e “outros membros e chefes de Estado a serem anunciados”.

Os especialistas explicam que a proposta de Trump exige o desarmamento do Hamas, contudo o grupo condiciona a medida ao fim da ocupação israelense. “O plano não resolve questões centrais, como fronteiras, o status de Jerusalém, direito de retorno. Portanto, não é uma paz definitiva. É um primeiro passo”, explica Brustolin.

“Mesmo que o Hamas entregue a administração formal, as suas estruturas militares podem permanecer e reagir se sentirem traídos em algum momento”, ele acrescenta.

Brustolin explica dois pontos principais:

Os práticos: um cessar fogo imediato com a troca de reféns e prisioneiros e a entrada em grande escala de ajuda humanitária e início da reconstrução.

Os mais difíceis: o desarmamento do Hamas, garantias de longo prazo, aceitação política interna em Israel e o reconhecimento da Palestina.

Para Calandrin, é pouco provável que o plano avance de forma integral. Ela explica que o acordo depende da aceitação não só do Hamas, mas também de Israel, que tem fortes reservas sobre ceder qualquer espaço político ao grupo.

“O que pode dar errado é justamente a falta de garantias concretas: quem garantiria segurança, reconstrução e governança em Gaza?”, a professora destaca.

“A partir de agora, a tendência é que a proposta seja usada como instrumento político, tanto pelo Hamas, que pode mostrar disposição a negociar, quanto por Trump, que tenta projetar liderança internacional”, acrescentou.

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