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Maioria da América Latina manifesta preocupação com EUA no Caribe

Brasil, Colômbia e México assinaram texto sobre crise com Venezuela
Agência Brasil -
Reunião Celac 2024. (Foto: Reprodução/X)

A maioria dos países reunidos na Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), incluindo Brasil, México e Colômbia, manifestaram “profunda preocupação” pela movimentação militar “extra-regional” na região do Caribe.

O documento é uma referência indireta ao envio de navios, submarinos e militares pelos Estados Unidos (EUA) à costa da Venezuela. Argentina, Equador, Peru e Paraguai se recusaram a assinar a nota.

“Se recorda que a América Latina e o Caribe foram proclamados como Zona de Paz, compromisso adotado por todos os Estados-membros e sustentado em princípios como: a abolição da ameaça ou o uso da força, a solução pacífica de controvérsias, a promoção do diálogo e o multilateralismo, o respeito irrestrito à soberania e à integridade territorial”, diz o documento.

O comunicado foi assinado por Brasil, México, Colômbia, Bolívia, Chile, Suriname, Uruguai e Venezuela; pelos centro-americanos Honduras, Guatemala, Belize e Nicarágua; e pelos caribenhos República Dominicana, Cuba, Barbados, Antígua e Barbuda, Granada, São Cristóvão e Neves, Santa Lucía, São Vicente e Granadinas e Dominica.

Por outro lado, não assinaram o documento os países Argentina, Equador, Paraguai, Peru, , El Salvador, Guiana, Jamaica e Trinidad e Tobago. Segundo o presidente atual da Celac, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, essa minoria de países do grupo se opôs à nota.

Tensão aumenta

A nota da maioria da Celac foi publicada em meio ao aumento das tensões entre EUA e Venezuela. O governo Donald Trump deslocou navios e um submarino militar para a costa venezuelana sob o argumento do “combate às drogas”, enquanto acusa o governo de Nicolas Maduro de liderar um cartel narcotraficante.

Maduro rejeita as acusações e diz que Washington usa esse argumento para promover uma “troca de regime” do país sul-americano, dono das maiores reservas de petróleo do mundo. Especialistas consultados pela Agência Brasil rejeitaram chamar a Venezuela de “narcoestado”, como diz o governo Trump.

Nessa quinta-feira (4), em comunicado, o Departamento de Defesa dos EUA acusou a Venezuela de sobrevoar, com aeronaves militares, próximo a um navio dos EUA, supostamente em águas internacionais.

“Este movimento altamente provocador foi concebido para interferir nas nossas operações anti-narcoterrorismo”, disse o Pentágono em comunicado. A Venezuela não comentou essa acusação.

Em seguida, agências internacionais de notícias, com base em fontes não identificadas, informaram que os EUA enviaram 10 caças F-35 para Porto Rico, ilha caribenha que é território estadunidense.

Segundo a Reuters, a medida seria para “conduzir operações contra cartéis de drogas, disseram duas fontes informadas sobre o assunto”. Os caças seriam adicionados à forte presença militar dos EUA no sul do Caribe.

Na última terça-feira (2), Donald Trump divulgou vídeo de um ataque a um pequeno barco supostamente carregando drogas próximo à Venezuela, o que teria assassinado 11 pessoas. O governo Maduro acusa os EUA de terem usado inteligência artificial em vídeo do ataque.

Enquanto isso, o governo Maduro começou nesta sexta-feira (5) a convocação de civis para se alistarem às Milícias Bolivarianas, espécie de força paramilitar auxiliar do Exército do país. Segundo o governo, seriam 8 milhões de pessoas alistadas às milícias.

“Pela primeira vez na história, as unidades de milícias comunitárias serão ativadas, abrangendo todo o mapa nacional, de norte a sul, de leste a oeste, até a última comunidade. Os mecanismos de ativação já estão em vigor; estou apenas tornando isso público. Cada unidade de comunitária terá um conjunto de bases populares para defesa abrangente”, disse Maduro.

Celac

Os países da Celac que assinaram a carta alertando sobre essas movimentações militares, destacaram que o combate ao e ao narcotráfico deve ocorrer por meio da “cooperação e a coordenação regional e internacional no marco do despeito ao Direito Internacional”.

Ainda no documento, os países latino-americanos e caribenhos destacaram que a região tem um tratado [Tratado de Tlateloico] que proíbe armas nucleares na região.

“Esse tratado reflete a vocação de nossos povos pela paz, a segurança coletiva e o abandono definitivo das armas nucleares como meio de coerção ou ameaça”, diz o documento.

Rúbio na América Latina

Enquanto as tensões aumentam, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rúbio, visitou México e Equador nessa semana e voltou a disparar contra Maduro, descartando avaliação de relatório das Nações Unidas (ONU) que não dão papel central à Venezuela no marcado global de drogas.

“Não me importa o que a ONU diga. A ONU não sabe do que está falando. Maduro estava escalado para um grande julgamento no Distrito Sul de Nova York. Não há dúvida sobre isso. Nicolás Maduro é um de drogas condenado nos Estados Unidos e um fugitivo da justiça americana”, disse Rúbio em visita ao Equador nessa quinta-feira (7).

Em comunicado, o chanceler da Venezuela, ministro Yván Gil, rebateu o homólogo estadunidense.

“Marco Rubio ataca a ONU e todos os dados científicos que confirmam que nosso país está livre de cultivos ilícitos e combate o narcotráfico com eficácia exemplar. Essa é uma lógica nazista e gangster: negar as evidências, inventar inimigos e semear o ódio para encobrir falhas”, disse a autoridade venezuelana.

Yván ironizou ainda a parceria firmada pelos EUA com o Equador para combater o narcotráfico. “Ele se senta ao lado de Daniel Noboa: o produtor de bananas que não exporta mais frutas, mas drogas para os EUA e Europa, com a cumplicidade da DEA [Departamento responsável por combate às drogas nos EUA]”, disparou.

A Venezuela vem associando o presidente do Equador, Daniel Noboa, ao tráfico de drogas uma vez que o pai do presidente equatoriano, o empresário Álvaro Noboa, é dono da maior empresa de exportação de bananas do país e as apreensões de cocaína em carregamento de bananas do Equador têm sido comuns.

A polícia do Equador, inclusive, estimou que cerca de 70% da cocaína contrabandeada é introduzida em carregamentos de banana, segundo informou a Reuters.

Por sua vez, Noboa adotou um programa de “mão dura” contra o crime e o narcotráfico e vem apoiado as ações dos EUA no mar do Caribe próximo à Venezuela.

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