O senador de centro Rodrigo Paz foi eleito presidente da Bolívia neste domingo (19), ao vencer o segundo turno das eleições presidenciais. Com 98% das urnas apuradas, o Tribunal Supremo Eleitoral apontou que Paz alcançou 54% dos votos, enquanto o ex-presidente conservador Jorge Tuto Quiroga somou 45%. A autoridade eleitoral boliviana, Oscar Hassenteufel, afirmou que o resultado não deve sofrer alterações significativas, indicando uma tendência irreversível de vitória do candidato da coalizão Consenso Nacional.
Ao lado do vice-presidente eleito, Edman Lara, Paz defendeu a necessidade de pacificação interna após um dos pleitos mais polarizados dos últimos anos no país. Lara declarou que o resultado das urnas expressa um desejo de reconciliação nacional e que o novo governo deve priorizar a retomada do crescimento econômico, duramente afetado pela queda nas receitas do gás natural, principal fonte de exportação boliviana.
O próximo governo assume em meio a uma crise institucional prolongada, marcada por disputas entre grupos ligados à direita tradicional, movimentos cívicos regionais e partidos associados ao ex-presidente Evo Morales. Desde 2019, a Bolívia tem enfrentado instabilidade política, alternância forçada de lideranças e denúncias de perseguição política e judicial.
Filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora (1990–1993), Rodrigo Paz construiu sua carreira política com base em posições moderadas e de centro, defendendo reformas econômicas graduais e diálogo com setores produtivos.
Sua vitória é vista como um realinhamento político no país após quase duas décadas de protagonismo do Movimento ao Socialismo, partido de Evo Morales, que desta vez não chegou ao segundo turno.
O novo governo tomará posse nas próximas semanas em La Paz.