Sem chover há quase dois meses, os incêndios têm sido cada vez mais frequentes também na área urbana de Corumbá. De acordo com o 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros, 16 queimadas foram apagadas pela corporação nos 31 dias de julho. Neste mês, esse número já saltou para 35 até o último domingo, dia 12. Já é a mesma quantidade registrada em todo o mês de agosto do ano passado.
“Diariamente têm ocorrido esses incêndios. A maioria, temos observado, é provocada intencionalmente e isso tem preocupado a corporação e a própria comunidade, que é a mais afetada por causa da fumaça e da fuligem”, afirmou ao Diário o major Fábio Catarinelli, subcomandante do 3º GB. Segundo ele, algumas pessoas têm aproveitado o tempo seco para limpar seus terrenos com fogo.
“Observamos que alguns acabam aproveitando o período de estiagem, quando a vegetação fica mais seca, para resolver o problema de acúmulo de folhas em terrenos baldios. Só que essa solução rápida gera problemas de longo prazo, além de ser ilegal”, continuou Catarinelli.
Atear fogo em terreno baldio de forma premeditada é crime passível até de prisão. Além de presa, a pessoa flagrada cometendo a infração pode ser multada de R$ 16,96 (1 UFERMS) a R$ 6.784 (400 UFERMS), ou pagar 1 mil reais por hectare queimado. “A pessoa que provoca essa queimada é passível de multa e pode até ser presa em flagrante. A população deve denunciar, entrar em contato com os órgãos que fazem essa autuação”, afirmou o major Fábio Catarinelli.
“Enquanto cidadãos, temos o dever de não apenas denunciar, mas também de chamar a atenção e orientar os demais para que isso não ocorra”, continuou. As queimadas urbanas podem ser denunciadas na Policia Militar Ambiental, pelo telefone 3231-5201 ou pelo 190, da Polícia Militar. “Temos atuado com todos os recursos disponíveis, mas é fundamental que a população entenda que essa questão não é só responsabilidade do Corpo de Bombeiros e demais órgãos que atuam na área ambiental, mas também da comunidade em geral”, complementou o subcomandante do 3º GB.
“Todos são afetados por esse problema. Então, temos que trabalhar em conjunto e a população fazer o papel dela, que é conscientizar e denunciar, porque o incêndio, seja na área urbana, florestal ou rural, acaba afetando toda a comunidade. Então todos devem se envolver nessa questão”, ratificou o bombeiro.