Pessoas humildes eram cooptadas por meio das mídias sociais
A operação Ostentação, deflagrada na semana passada, resultou na prisão de 41 pessoas de uma quadrilha especializada em roubos de veículos e tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul. Segundo o delegado João Paulo Sartori, da Denar (Delegacia Especializada no Combate ao Narcotráfico), trata-se de uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas da Capital.
Os suspeitos vão responder pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, associação ao tráfico, furto e receptação e lavagem de dinheiro.
A polícia recuperou cinco veículos roubados: três motos, um caminhão e um carro utilitário. Outros 24 veículos foram apreendidos porque foram comprados, segundo a polícia, com o dinheiro do crime.
Foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, 3.791 kg de maconha, 6 armas e mais de 150 munições. Somente na Denar, estão 18 presos da quadrilha.
Foram 8 meses de operação. Os presos estão em Campo Grande, Miranda e Três Lagoas. De acordo com o delegado, uma denúncia levou a polícia a investigar a quadrilha. A maioria dos envolvidos eram pessoas de origem humilde, dos bairros Los Angeles e Paulo Coelho Machado, que passaram a comprar artigos e carros de luxo, levantando suspeitas em outros moradores.
A maior parte também tinha passagens pela polícia. O nome da operação se deve ao fato de os integrantes da quadrilha usarem as redes sociais para expor a vida de luxo e cooptar mais pessoas para o crime.
Entre os suspeitos de comandar a quadrilha estão Leandro Vieira Lima, 32 anos, que tinha duas BMWs e uma moto de alta cilindragem; Kaue Vitor Santos da Silva, 27 anos, que tinha um Camaro; e Ueliton Vieira Lima (Leitão), 28 anos, irmão de Leandro, que também tinha carro de luxo.
Lima cumpria pena no regime semi-aberto por homicídio e agora vai voltar para o regime fechado. A namorada dele também chegou a ser presa por porte ilegal de arma porque tentou fugir da casa em que estavam no momento das buscas. Ela foi liberada após pagar fiança no valor de 10 salários mínimos.
Os veículos eram roubados em Campo Grande e levados para Corumbá. Segundo a polícia, empresários também foram presos por envolvimento no esquema por facilitar o transporte das drogas para outros estados.
O esquema
De acordo com a polícia, o esquema de roubo tinha o envolvimento do taxista Paulo Carvalho Junior, 35, que via as motos e avisava uma segunda pessoa: Enio Silva, 28.
Silva roubava os automóveis e levava para uma casa em Campo Grande. Em seguida, os veículos eram levados para Corumbá, onde eram trocados por drogas como cocaína, pasta base e, principalmente, maconha.
A maior parte da droga era enviada para fora do Estado por meio de caminhões frigoríficos enquanto o restante era distribuído pela Capital.
[Matéria atualizada às 18:09 para acréscimo de informações]
