Adolescente de 17 anos, apreendido na segunda-feira (27) pelo latrocínio do taxista Luciano Barbosa, de 44 anos, já foi testemunha de crime semelhante em 28 de novembro de 2019. A vítima era a namorada dele, Bianca Gonçalves de 27 anos, com quem o adolescente já tinha sido apreendido praticando roubos. Ele a encontrou morta quando chegou na residência, assassinada por um amigo do casal.
Em outubro de 2019, o adolescente foi apreendido acusado de comandar uma quadrilha que roubava carros em Campo Grande. Presos com ele estavam a namorada, e Maykon Patrick de 21 anos, além de outro comparsa. Pouco mais de um mês depois, em novembro, o Maykon matou a namorada do amigo asfixiada, logo após ter relação sexual com a vítima, a princípio com o intuito de roubar o celular dela.
Na manhã de 28 de novembro de 2019, o adolescente chegou na casa em que morava com Bianca e os três filhos dela, no Jardim Campo Nobre, e a encontrou caída no quarto já sem vida. O caso foi tratado como morte a esclarecer e o jovem chegou a ser suspeito da morte da vítima, mas as investigações levaram à prisão de Maykon, em fevereiro de 2020.
Mesmo tendo sido detidos pelo roubo do carro, os três já tinham sido soltos, sendo que a namorada do adolescente usava uma tornozeleira eletrônica. Na madrugada daquele dia 28, o jovem não estava em casa e o amigo encontrou com Bianca em uma conveniência, onde beberam. Eles foram até um outro local comprar mais bebidas, quando segundo Maykon, a vítima teria pedido para ‘ficar’ com ele.
Ele teria negado, mas ela insistiu, dizendo que o namorado a traía e que naquele momento estava na casa de uma amante. Eles então se beijaram e foram para a casa de Bianca, onde mantiveram relação sexual. Logo em seguida o rapaz a matou asfixiada, com um mata leão e depois colocando um travesseiro na cabeça da vítima.
Antes de ir embora, Maykon ainda roubou o celular dela, que depois trocou com um desconhecido por um videogame. Em um primeiro depoimento, o suspeito chegou a dizer para a polícia que matou a vítima com medo de que o amigo de 17 anos soubesse que eles tinham se relacionado. Depois acabou revelando que matou só para roubar o celular e o caso agora é tratado pelo Poder Judiciário como latrocínio.
Foi o adolescente quem encontrou a namorada morta em casa e acionou a polícia. Cinco meses depois, ele foi apreendido em flagrante por cometer o mesmo crime contra o taxista Luciano, que há 20 anos atuava na profissão e foi escolhido aleatoriamente pelo adolescente, em uma nova tentativa de roubar um carro e levar até o Paraguai em troca de dinheiro.
No depoimento, a frieza com que o adolescente contou como cometeu o crime demonstrou que não teve arrependimento. Com extensa ficha criminal, ele agora está recolhido na Unei (Unidade Educacional de Internação). O então amigo e comparsa de crimes, Maykon, chegou a dizer para a polícia que tinha medo de ir para o presídio pois achava que iria morrer e também que já tinha sido ameaçado de morte pelo adolescente.
O irmão do adolescente atualmente está preso e também seria ele quem arrumou os contatos dos interceptadores dos carros roubados para o caçula. O processo que trata da morte de Bianca tramita em sigilo na 5ª Vara Criminal de Campo Grande.
