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Polícia

Advogada que defende vítima de falso médico preso tem medo de morrer

A advogada Eliana de Oliveira Trindade, de 61 anos de idade e mais de 20 de profissão, moradora de Paranhos, três filhos e uma neta está com medo de morrer. Isolada dentro da sua própria casa que fica na divisa com Ipejhu, no Paraguai, ela paga o preço por ter ajudado a colocar na prisão […]
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A advogada de Oliveira Trindade, de 61 anos de idade e mais de 20 de profissão, moradora de , três filhos e uma neta está com medo de morrer. Isolada dentro da sua própria casa que fica na divisa com Ipejhu, no Paraguai, ela paga o preço por ter ajudado a colocar na prisão o falso médico Marx Honorato Ortiz. “Quatro dias que ele foi preso, quase fui atropelada por uma caminhonete aqui em Paranhos. Foi tudo muito rápido”, disse Eliana.

Com julgamento do caso marcado para o dia 4 de novembro, em ,  a advogada contou à reportagem do Jornal Midiamax está vivendo sob tensão e sem garantia nenhuma de vida. O falso médico  foi preso em Campo Grande no dia 27 de julho deste ano e cumpre pena em Naviraí. Ele estava escondido em uma casa no Jardim Santa Emília. “Morto não chega no Fórum”,  ameaçou o acusado em recado recebido pela advogada.

Ainda segundo a advogada, a uma das testemunhas arroladas no processo ele teria dito claramente que  mesmo estando preso, ele tem quem faça o tem que faça o serviço. “Ele já ficou preso um ano e nove meses e já conhece a malandragem. Ele é muito perigoso e pode cumprir sim o que está falando”, disse Eliana.

“Você não imagina o meu nível de tensão. O promotor pediu até para eu sair da cidade, mesmo depois dele ser preso. O juiz principal  do caso inclusive saiu do processo. Quem está agora é o substituto”, explicou a advogada ameaçada, ressaltando que ainda não se sabe que será o promotor e que o mesmo deverá ser indicado na última semana.

“A única que sabe sobre o processo inteiro  sou eu. Fui eu que coloquei as testemunhas e por conta disso ele se revoltou. Ele tentou impugnar e não conseguiu já que o juiz indeferiu. E aí ele passou a fazer as ameaças. Em seguida o juiz ficou assustado e pediu para sair do processo. Mas ele não fez um boletim de ocorrência”, relata Eliana.

A advogada também conta que as duas principais testemunhas arroladas no processo são de Campo Grande. Segundo ela, um o médico que teve seu nome usado por Marx e a outra está inclusive identificada como inimigo do réu e já sofreu tentativa de morte por parte  do acusado.

Proteção Ignorada

“Estou trancada dentro de casa em Paranhos porque o secretário de Segurança do Estado não pode disponibilizar ninguém para me dar segurança. Fui à Campo Grande falar com ele mas não consegui. Quem me atendeu foi o coronel Ary Carlos Barbosa, que é o secretário adjunto, que me disse que me atenderia pelo menos nos dias que tivesse audiência,  mas ele nunca mais me deu retorno”.

Antes de pedir ajuda ao Governo do Estado, que segundo ela ignorou a situação, a advogada também conta que o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional também enviou um ofício ao secretário de Segurança relatando o caso, mas nenhuma providência foi tomada.

Procurado pela reportagem do Jornal Midiamax, o secretário-adjunto comentou que na verdade a advogada solicitou uma escolta permanente. “Expliquei para ela que isso eu não conseguiria fazer. Acho que para ninguém eu consigo fazer. Se não eu vou ter que ter 2 milhões, oitocentos e dez mil policiais. Teria que colocar um policial para cada pessoa. Eu não consigo fazer isso aí não doutora. Até quero te ajudar, mas dessa forma não consigo fazer”, explicou o coronel Ary, ressaltando que ofereceu um efetivo para acompanhá-la em alguma viagens até Sete Quedas, mas que ela não fez essa solicitação.

Entretanto a advogada disse que durante a conversa com o coronel e diante da negativa  da escolta, ela mesmo sugeriu um efetivo para acompanhá-la durante as audiências. “Ele ficou entrar em contato novamente comigo. Passei inclusive uma cópia do ofício da OAB. Mas ele nem respondeu à minha mensagem de WhatsApp”, concluiu Eliana.

Morte de idoso

No dia 14 de dezembro, conforme o inquérito policial, os filhos de João, então com 56 anos, levaram o pai até o Hospital Municipal de Paranhos. Consta no boletim de ocorrência registrado pela filha, que ele teria sido atendido por volta das 13h30 pelo falso médico que “o medicou, em seguida o liberou, alegando problemas emocionais e mandando para casa”.

Durante o dia João piorou e foi levado novamente ao hospital de ambulância. A família, no entanto, foi comunicada pelo falso médico que às 22h30 o pai havia falecido.

Os familiares teriam pedido à Marx que o pai fosse encaminhado a outro município, no que o falso médico contestou, negando que o paciente precisasse de transferência, e que “ele é que seria formado em medicina, para que não se preocupasse”.

O verdadeiro médico pelo qual Marx se passava levou um susto quando a denúncia chegou e estranhou quando viu que se tratava de um município que nunca havia trabalhado.

Em maio do ano passado, o desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, alegou que há no processo a versão de que o acusado assumiu o risco de matar a vítima no momento em que optou por atendê-la na condição de médico, sem possuir habilitação necessária.

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