A Polícia Civil abriu inquérito nesta segunda-feira (13), para investigar a conduta de um jovem youtuber campo-grandense que desafiou toque de recolher em um veículo Jetta. De acordo com o delegado Ricardo Meireles, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, o rapaz vai responder inicialmente por desobediência, direção perigosa, incitação ao crime e infração de medida sanitária preventiva, mas pode ser indiciado por outros crimes, como por exemplo, crime contra a saúde pública.
Conforme já noticiado, na noite do último dia 21, um sábado, ele saiu à noite, após horário determinado pelo toque de recolher, conforme decreto publicado pela Prefeitura Municipal, e desafiou autoridades. “Quero ver como que tá a rua”, disse ele nas filmagens. “Vamos de Jetta porque se por um acaso a polícia seguir nois, a gente tem 400 cavalos na roda pra fugir da polícia (sic)”, afirmou o rapaz que seguiu pelas principais vias do centro da cidade.
Aparentemente em alta velocidade, ele passou pelas avenidas Afonso Pena e Mato Grosso, entre outras. “Diz que vai ter 600 polícias na rua, 100 viaturas”, ironizou. Ele destacou, durante o trajeto, que estava tentando encontrar policiais na rua, mas não conseguiu. “To vendo uns gato pingado na rua, mas não to vendo polícia não (sic)”, complementa. Por este motivo, o delegado Meireles afirma que há indícios de crime de desobediência cometidos pelo rapaz.
“Vamos analisar as imagens e, dependendo do alcance e teor das declarações, ele pode responder por outros crimes”, explicou o delegado, se referindo ao fato de que o rapaz tem seguidores e pode incitar outras pessoas a descumprir as medidas sanitárias impostas pelas autoridades de saúde. “Ele pode estar incentivando outras pessoas a fazer isso. Pode responder por incitação ao crime, ou até mesmo, indiretamente, por crime contra a saúde pública. Mas vamos adotar todas as providências para que se mantenha a ordem e a paz”, explicou.
Meireles ressaltou ainda que as imagens foram encaminhadas pela Prefeitura de Campo Grande. “Todos os fatos em tese praticados serão apurados por inquérito policial, assegurando-se os diretos legais e constitucionais do investigado, mas com a eficiência e agilidade necessária pela situação crítica de contenção de pandemia que vivemos”.
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