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Polícia

Alunos relatam medo após onda de assaltos na UFMS em Campo Grande: ‘Me sinto reprimida’

Iluminação, insegurança na ponte e fácil acesso de pessoas são algumas das reclamações dos acadêmicos e frequentadores da universidade
Mirian Machado, Lethycia Anjos -
Ilustrativa (Henrique Arakaki, Midiamax)

Após onda de assaltos dentro do campus da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em , acadêmicos e pessoas que frequentam o local para exercícios lamentam a insegurança no local. Um grupo pretende se reunir para discutir a situação.

No local, a reclamação vai desde a falta de iluminação à noite ao acesso fácil nas dependências da universidade.

Na noite da última segunda-feira (7), aconteceu um roubo nas proximidades do Centro Acadêmico de Geografia. O autor fugiu logo após o assalto. “Há pouco tempo, a cantina da concha acústica foi arrombada, hoje um estudante foi assaltado dentro da UFMS. Isso, aliado a frequentes denúncias de assaltos na região, contribui para que diversos estudantes se sintam inseguros dentro da própria universidade”, disse o acadêmico de e presidente do DCE da UFMS (Diretório Central dos Estudantes), Gabriel Recalde.

Ao menos outros quatro roubos aconteceram durante a noite desta segunda-feira (7), em Campo Grande. Conforme apurado, o assalto contra o acadêmico teria sido o terceiro em um intervalo de 40 minutos, na Capital.

Estudantes reclamam de ‘fácil acesso’ de outras pessoas ao local. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Falta de iluminação e acesso fácil

No final da tarde desta quinta-feira (10), o Jornal Midiamax foi até o local conversar com os frequentadores. A principal reclamação é sobre a falta de iluminação, a ausência de agentes de segurança e a facilidade no acesso de qualquer pessoa.

“Me sinto reprimida”. Esse é o sentimento da estudante de zootecnia Nicole Sanches, de 19 anos. A jovem lamenta o fácil acesso que qualquer pessoa tem do campus. “Aqui todo mundo tem acesso fácil para entrar e sair, quando a gente precisa de segurança nunca vê um. Quando começa a escurecer fica um breu, não passa ninguém, nem segurança. Eu me sinto reprimida, não sinto segurança de andar aqui a noite. Acho que deveria ter identificação ao entrar”, defende.

A acadêmica estuda período integral e, segundo ela, tem dias que fica até a noite na universidade, o que lhe deixa com medo. Alguns dias ela recorre a carros de aplicativo, com medo de esperar tarde da noite por um ônibus. “No ponto de ônibus é bem vazio, só os carros passando e não tem segurança nenhuma, nesta terça eu tive que pedir um porque fiquei com medo de ficar no ponto de ônibus à noite”, afirmou.

“Venho aqui diariamente para fazer caminhada. Durante o dia eu me sinto segura, mas à noite não arrisco. Hoje eu resolvi vir mais tarde e só me sinto segura porque tem várias pessoas passando. Acho que deveria ter um segurança passando aqui e mais iluminação para que as pessoas se sentissem seguras”, disse Raquel Palácio, de 54 anos.

Apesar de estudar a distância, o acadêmico de Processo Gerências, Michel Takeda, de 24 anos, faz parte do movimento estudantil e quer reunir o DCE (Diretório Central dos Estudantes) e outros centros acadêmicos para discutir a situação. Segundo ele, já houve uma reunião com a reitoria e agora deve haver uma reunião com alunos. A expectativa é que tenha reuniões mensais para ouvir as demandas acadêmicas.

“Se aqui na Capital está assim, imagina nos campus do interior, vamos ter esse diálogo com todos os acadêmicos para ouvir as demandas. Às vezes, a própria UFMS não tem ciência do que está acontecendo, a notícia corre só no corredor”, lamentou Michel.

Segurança passando pela ponte da universidade. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Iluminação é um dos pontos primordiais para o estudante de zootecnia, Breno Felipe Ferreira, de 17 anos. Ele afirma que tem medo de passar na ponte à noite. “Nesse dia do assalto deu tempo deles entrarem e saírem e ninguém fez nada porque não tinha outra saída além do portão de entrada. Acredito que para melhorar deveriam investir em mais iluminação e monitoramento, não sei se as câmeras aqui funcionam. Na questão da ponte não tem outras opções a não ser passar por lá. É uma situação caótica, eu tenho medo de passar lá à noite”, afirma.

Guilherme Brazuna, de 21 anos, também reafirma que a ponte é um dos lugares perigosos e que tenta evitar passar por lá. Segundo o estudante de administração, os crimes, principalmente os assaltos que vêm acontecendo têm que ser discutidos. “Esse último caso estava sendo especulado que tinha sido articulado, mas é algo que a gente precisa discutir como podemos fazer junto à instituição para melhorar a segurança. Já passei na ponte 21h da noite, mas busco sempre evitar porque não é seguro”, disse.

Em nota, a UFMS rebate os casos e afirma que “não há registros de assaltos nas dependências da UFMS” e que o caso citado ocorreu “fora da instituição”. Ainda conforme a instituição, “a UFMS possui uma Política de Segurança, desde 2017, com vigilância e ronda motorizada, videomonitoramento e botão de pânico, bem como totem da delegacia virtual da Polícia Civil para registro de eventuais ocorrências”.

Histórico

A situação que deixa estudantes, funcionários e frequentadores, não é caso isolado, como já relatado em reportagens do Jornal Midiamax.

No ano passado, o Midiamax já mostrava o medo dos acadêmicos, que, inclusive, adotavam estratégias para evitar serem roubados. Na época, um estudante passou a andar com um celular estragado para não ter o aparelho novo levado pelos bandidos, caso fosse furtado ou roubado. A ‘estratégia’ surgiu após ele ter sido assaltado e passar um bom tempo para pagar o novo aparelho.

Em 2011, um crime pior ainda aconteceu dentro das dependências da universidade. Uma estudante do curso de química foi estuprada em abril daquele ano. A moça se dirigia do bloco 11, onde estuda, para o centro de Ciências Humanas e Sociais. No trajeto existe uma ponte, próximo de onde aconteceu o estupro.

No local do crime, eram visíveis roupas, um jaleco, livros e um canivete. A estudante saiu nua da mata, com marcas de cortes nas regiões do pulso e pernas.

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