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Polícia

Do filho à mãe: como funcionava o ‘Clã Pavão’ no gerenciamento de US$ 150 milhões do tráfico

Bens do ‘Barão das Drogas’ incluem propriedades rurais, hotéis e mansões espalhados pela fronteira com o MS e também em outros departamentos
Marcos Morandi -
Capelinha onde 'Clã Pavão' costumava se reunir para orações

Mesmo trancado em uma penitenciária federal no Brasil, Jarvis Chimenes Pavão comandava o esquema de gerenciamento do patrimônio avaliado em US$ 150 milhões de dólares que foi acumulado ao longo de mais de 30 anos de atividades ligadas ao tráfico de cocaína. Limitado, o ‘Barão das Drogas’ contava com uma rede que era operacionalizada pelo ‘Clã Pavão’.

Na linha de frente da estrutura criminosa montada para administrar os bens da família está o filho de Jarvis, Luan Pavão Nascimento Filho. Ele também está preso, mas o acesso dos interlocutores era mais fácil, segundo informações obtidas pela Senad (Secretária Nacional Antidrogas) que foram cruzadas com a carta escrita pelo pai.

Na sequência, aparecem o padrasto e também a própria mãe de Jarvis. Ela é apontada como a responsável pela ligação entre os demais membros, que incluem a esposa de Jarvis, seu irmão, uma filha e o marido dela. Eles encabeçam a lista que totaliza 41 pessoas envolvidas no esquema milionário de lavagem de da família.

Até o momento, 12 pessoas foram presas e alguns bens apreendidos na Operação Pavo Real que foi desencadeada na manhã de segunda-feira (10) e ainda está em andamento. A ação da polícia acontece nos departamentos de Amambay, Concepción e Central no , fronteira com , e é um desdobramento de outras sete já realizadas ao longo de três décadas.

Até a tarde de segunda-feira, havia 11 pessoas presas, sendo 6 homens e 5 mulheres, entre eles contadores, advogados e representantes das empresas investigadas. A última prisão ocorreu na noite de segunda-feira (10), após o sócio de uma dessas empresas comparecer voluntariamente na Base de Operações da Senad em Assunção. Ele ficou preso, pois havia um mandado de prisão em aberto.

Até o momento, foram realizadas diligências em 41 locais. Os 12 presos, sendo 5 em Assunção e 7 em Pedro Juan Caballero, fariam parte da organização criminosa comandada por Jarvis Chimenes Pavão, principalmente no ramo empresarial para lavagem de dinheiro de atividades ilícitas.

Capelinha e nomes bíblicos

Entre os bens já localizados pelos agentes da Senad em Concepción e Amambay estão 12 propriedades rurais. Entre eles, a fazenda “Cielo de Dios”, que já havia sido diligenciada no primeiro dia de operação. Todos esses bens faziam parte do patrimônio da organização criminosa e são peças-chave na logística do tráfego aéreo ilícito a partir deles.

Cristo Rey, Ramonita Pavão, Villa Loma, Negla Poty, Pindura, Corralito, Confinamiento, Salmo 23, Iglesinha, Jaraguá, María Cristina e Jandira e a fazenda Villa Loma, que é mais afastada onde o acesso praticamente só é possível por meio aéreo. Alguns dos nomes são referências bíblicas, uma vez que o ‘Clã Pavão’ é considerado religioso.

Em uma das propriedades administradas pela organização, durante as diligências os agentes descobriram uma ‘capela particular’ arquitetada em pedras e que fica sobre um morro em Amambay. O local era utilizado como oratório pela mãe de Jarvis nas horas de recolhimento espiritual.

Quem é Jarvis Chimenes Pavão

Jarvis Chimenes Pavão, 55 anos, foi preso no Paraguai em 27 de dezembro de 2009, após ser flagrado pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) em uma chácara em Yby Yaú. Ele foi condenado a nove anos de prisão e acabou extraditado para o Brasil em 28 de dezembro de 2017.

Pavão cumpre três penas por tráfico de drogas em seu país de origem, uma de 13 anos, outra de 16 anos e a última de 23 anos. Ele também é apontado por manter estreitas ligações com facções criminosas paraguaias e brasileiras.

As sentenças, segundo informações da Justiça do Paraguai, foram impostas por gerenciar o carregamento de cargas de cocaína do Paraguai para o Brasil. Na época ele ainda estava preso na Penitenciária Nacional de Tacumbú, em Assunção.

Segundo informações de fontes ligadas à Polícia Nacional, para evitar a transferência para o Brasil, ele teria assassinado uma mulher durante uma íntima que recebeu.

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