Caminhoneiro flagrado na quarta-feira (16) com R$ 47 milhões em maconha na BR-060, na região de Campo Grande, continuará preso por decisão da Justiça. O carregamento, de mais de 22 toneladas, configurou a maior apreensão da droga neste ano no país.
Pesou na decisão o valor que o caminhoneiro afirmou que receberia para transportar a droga. Para o juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, da 5.ª Vara Federal de Campo Grande, o pagamento de R$ 1,5 mil seria “incompatível” com o volume de maconha apreendido. Dessa forma, aponta-se o envolvimento de organização criminosa.
A decisão é de quinta-feira (17) e está nesta sexta (18) no Diário de Justiça Federal.
Conforme o despacho, o caminhoneiro foi flagrado no km 470 da BR-060 por equipe da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Ele transportava mais de 22 toneladas de maconha em um conjunto transportador de carga. O caminhão Scania tinha dois semirreboques atrelados, usados no tráfico.
Para o juiz, havia prova da materialidade do delito do tráfico internacional de drogas. “A prisão preventiva é admissível no presente caso, já que o crime imputado ao custodiado é doloso e prevê pena restritiva de liberdade máxima em abstrato superior a 4 anos de reclusão”, pontuou.
Para juiz, caminhoneiro tem relação com grupo criminoso
Fiorentini salientou, ainda, que “o acondicionamento da droga em tabletes e a enorme quantidade, estimada em mais de 22 toneladas, indica que se trata de tráfico regular operacionalizado por organização criminosa”. Além disso, salientou que o caminhoneiro “tem algum relacionamento ou conta com a confiança do grupo, dada a quantidade apreendida com ele, com altíssimo valor de mercado”.
Além disso, o juiz destacou que “o valor que [o caminhoneiro] declarou aos policiais que iria receber pelo transporte é claramente incompatível com o volume da droga transportada, o que é mais um indício de que tem um envolvimento maior com o grupo criminoso por trás do transporte”. Por fim, ele destacou que o réu tem registros criminais anteriores, incluindo roubo majorado e condução de veículo sob influência de álcool ou outro tipo de psicoativo.
Com tais fatos, optou-se pela decretação da conversão do flagrante em prisão preventiva do caminhoneiro, “a fim de resguardar a ordem pública e social, ante a presunção de que, tendo relacionamento próximo com organização criminosa voltada para a internalização de drogas no Brasil em larga escala, o custodiado, uma vez solto, voltará a delinquir, desassossegando o seio social”. A decisão é passível de revisão.
PRF apreendeu carga avaliada em R$ 47 milhões
A carga totalizou 22.420 kg de maconha, avaliados em mais de R$ 47 milhões. A PRF encontrou o material em um caminhão-tanque na tarde da última quarta-feira. A droga vei ode Ponta Porã.
O caminhoneiro apresentou nervosismo durante abordagem e disse que carregava óleo de soja. Porém, as notas fiscais apresentavam sinais de falsidade.
Durante vistoria nos reboques do caminhão e ao se aproximarem dos compartimentos, a equipe policial sentiu forte odor de maconha. Ao abrir as escotilhas dos tanques, os dois compartimentos estavam abarrotados de tabletes de maconha. A PRF afirma que essa é a maior apreensão de maconha do ano.
O preso, o caminhão e a droga acabaram encaminhados à Polícia Federal de Campo Grande.
