Pular para o conteúdo
Polícia

Licença de saúde adia audiências de advogado ligado ao PCC preso durante operação do Gaeco

Audiência estava marcada para o fim deste mês
Thatiana Melo -
Militar do Gaeco durante a Operação Courrier (Henrique Arakaki, Arquivo Midiamax)

Mais uma vez as audiências de instrução e julgamento de advogados ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e que foram presos na deflagração da operação Courrier pelo Gaeco, em março de 2022, voltam a ser suspensas e desta vez por questões de saúde.

A suspensão das audiências foi publicada em Diário da Justiça desta terça-feira (26), onde diz: “Tendo em vista a necessidade de licença por questões de saúde do Magistrado titular da 1ª Vara Criminal, as audiências anteriormente marcadas serão redesignadas para nova data oportunamente. Após a intimação das partes acerca dessa decisão, tornem os autos conclusos para análise das manifestações. Intimem-se. Cumpra-se, com urgência”.

A estava agendada para o dia 28 deste mês, às 8h30, e seria para ouvir testemunhas do advogado Bruno Ghizzi. A audiência seria realizada por videoconferência.

O procedimento segue em sigilo e esteve parado por alguns meses, após o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) alegar a suspeição do juiz.

Courrier e filho de defensor público

Peça-chave das investigações da Força-Tarefa da Polícia Civil e do Gaeco sobre a Sintonia dos Gravatas do PCC, Bruno Ghizzi tinha fontes para conseguir dados sigilosos. O advogado é filho do defensor público afastado de suas funções e depois preso, na última fase da operação. 

Com servidores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul e até funcionária de empresa de telefonia, ele obtinha informações privilegiadas que beneficiavam as ações em que atuava. Assessor jurídico na Defensoria em MS, citado em relatório do Gaeco, opinava a respeito de valores cobrados pelo escritório do advogado, para prestação de serviços, e inclusive elaborava documentos e procurações.

Ele também fazia consultas a cadastros públicos, como o CADSUS, sistema interno do local onde trabalha.

O servidor não era concursado e, segundo a de MS informou à reportagem, foi desligado logo após a Operação Courrier. A exoneração foi publicada oficialmente no dia 30 de março.

Conforme o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), Bruno também conseguia informações sigilosas de empresas de telefonia celular através de uma funcionária do setor administrativo, que conforme consultado em página pessoal, atua há mais de 10 anos no mesmo local.

Através dela, o filho do defensor público de MS conseguia números de telefone e cadastros de pessoas físicas. Outro servidor da Defensoria Pública de MS apontado no relatório do Gaeco fazia consultas ao banco de dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para o investigado. É esclarecido que o advogado, com “auxílio de terceiros, sistematicamente violaria o sigilo de dados de pessoas diversas, no Estado de Mato Grosso do Sul, para atender interesses pessoais”.

O Midiamax também já noticiou que um policial penal auxiliava Bruno Ghizzi. Em uma das ações, o servidor público teria agido a favor do advogado e do cliente, que estava preso.

O policial penal teria articulado, em exame criminológico — de progressão de regime — a obtenção de um parecer favorável para livramento condicional do preso. Assim que conseguiu sair, o preso foi e tomar um chopp com o policial penal e o advogado.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Investigador é demitido por virar réu em golpe de vendas de veículos em MS

Você viu esses cachorros? Famílias procuram por pets que desapareceram em Campo Grande

Idoso é preso após quebrar o fêmur da esposa durante briga em Três Lagoas

Brasileiro é preso na Ponte Internacional da Amizade com contrabando de répteis exóticos

Notícias mais lidas agora

Ministério Público: 98% dos membros recebem acima do teto constitucional, aponta levantamento

Ladrão que ameaçou furtar joalheria de shopping já tentou fugir de presídio por tubulação

Curandeiro de Bela Vista fotografado por Roberto Higa recebeu carta da família Kennedy

Papa Leão XIV recebe pela primeira vez vítimas de abuso sexual na Igreja Católica

Últimas Notícias

Política

Em audiência, Agetran promete melhorias na ciclovia da Avenida Cônsul Assaf Trad

Manutenção de ciclovias e campanhas de conscientização sobre uso de bicicletas foram abordados no encontro

Esportes

‘Obrigada por realizar o sonho da minha filha’: menina de 9 anos conhece Wallace na Supercopa de Vôlei

Do espectro autista, Ana Alice tem hiperfoco em esportes e tinha o sonho de conhecer o campeão olímpico

MidiaMAIS

Próxima Bienal do Livro em Campo Grande já está sendo planejada e tem datas previstas

Bons resultados da primeira edição garantiram o planejamento de uma segunda

Trânsito

‘Onda Verde’ está ativa em 12 vias da Capital, mas ainda desafia motoristas

Especialista explica como ter melhor proveito dos corredores de tráfego otimizados