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Polícia

Frete seguro: policial que integrava quadrilha de desvio de cocaína tem pedido de liberdade negado

Policiais ‘alugavam’ viatura por R$ 80 mil para o transporte de cocaína
Thatiana Melo -
(Reprodução processo)

O policial Anderson Cesar dos Santos Gomes, preso durante a deflagração da Operação Snow, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em março deste ano, teve o pedido de liberdade negado nesta terça-feira (18).

A decisão foi publicada no Diário da Justiça pela 3ª Vara Criminal, onde é discorrido que: delito abstratamente apenado a mais de 04 quatro anos de reclusão, e não sendo recomendável a aplicação das medidas cautelares. A defesa do policial afirmou que ele mantinha negócios lícitos com Joesley da Rosa e Luiz Paulo.

“Não é encarregado pela logística do transporte de drogas, como também jamais foi responsável por adulterar o chassi de qualquer veículo, além de suas relações com os corréus Joesley da Rosa e Luiz Paulo da Silva Santos restringir-se a serviços e negócios jurídicos lícitos”, fala a defesa. 

Ainda segundo a decisão do magistrado: “Impossível constatar-se, nessa fase processual, a inexistência de risco à aplicação da Lei penal e à instrução processual, pois consta o suposto envolvimento de uma grande quantidade de pessoas, de mais de uma localidade, dentre as quais agentes públicos e empresários, e que teriam envolvimento com o tráfico de grande quantidade de drogas trazidas diretamente da fronteira com o Paraguai e destinada a outros Estados da Federação, Publicação Oficial do Tribunal de Justiça do Estado de – Lei Federal nº 11.419/06, art. 4º. Publicação: terça-feira, 18 de junho de 2024 Diário da Justiça Eletrônico – Caderno Judicial – 2ª Instância , Ano XXIV – Edição 5423 107 fatos que, a princípio, além de demonstrarem a extrema gravidade concreta das condutas e a periculosidade dos imputados, ainda que já oferecida a denúncia, a liberdade precoce pode influenciar na coleta das provas na fase judicial, cuja etapa ainda não foi inaugurada. V – A inexistência de violência ou grave ameaça, quando presentes os requisitos da custódia provisória, não implicam na concessão da liberdade provisória”.

Viaturas eram alugadas por R$ 80 mil para o transporte da cocaína

As cargas de cocaína que eram transportadas pelos policiais civis Hugo César Benites e Anderson César dos Santos Gomes, de Ponta Porã para Campo Grande, eram desviadas de apreensões feitas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da Polícia Civil. Cada investigador chegava a receber cerca de R$ 80 mil por cada transporte do entorpecente.

Hugo César Benites estava no Paraguai quando foi deflagrada a Operação Snow, no dia 26 de março deste ano. O investigador se entregou para não ser expulso do país vizinho. Anderson César já estava preso depois de ser flagrado transportando cocaína para o grupo, que, segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), é altamente articulado e estruturado com logística sofisticada e divisão de tarefas delineadas. 

Os policiais cooptados pela organização criminosa chegaram a receber, em 21 meses de ‘trabalhos’ para o grupo, o valor de R$ 960 mil, sendo R$ 480 mil para cada um. Ou seja, por transporte, eles chegavam a receber R$ 80 mil.

Investigações 

As investigações revelaram que em uma incineração de drogas feita em Dourados, nos dias 3 e 4 de maio de 2023, parte da cocaína foi apreendida pela Defron (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira). O invólucro da cocaína incinerada era o mesmo que os policiais civis descarregaram na casa no Pênfigo, em Campo Grande, no dia 4 de maio. 

Dessa forma, no dia 4 de maio, a viatura de Ponta Porã com os policiais passou pelo posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) por volta das 3h08, em Dourados, e às 6h26 no posto de Sidrolândia. Após descarregar a droga em Campo Grande, os policiais fizeram o caminho de volta, chegando a Ponta Porã por volta das 18h17.

Equipes do Batalhão de Choque chegaram a ir até a casa na Rua Retiro Novo, mas parte da quadrilha já tinha ido embora com a carga de cocaína, que foi carregada em um Ford Fiesta, de cor vermelha. 

Conforme denúncia do Gaeco, Anderson tem patrimônio milionário incompatível com sua renda. Anderson César dos Santos é investigador de 1º classe e recebe cerca de R$ 9 mil de remuneração. Segundo o Gaeco, o policial tem uma casa em um bairro de luxo em Ponta Porã, avaliada em cerca de R$ 2 milhões, além de uma caminhonete Amarok avaliada em R$ 160 mil. 

A esposa do policial é professora da rede estadual da cidade e recebe cerca de R$ 2 mil, mas tem um Jeep Compass avaliado em R$ 246 mil. O casal ainda tem uma filha, professora convidada da rede estadual, com dois veículos em seu nome, no total de R$ 108 mil. 

No final de 2022, o policial foi denunciado pela Polícia Federal por patrimônio incompatível com sua renda. Segundo trecho da denúncia, “têm padrão de vida, a priori, incompatível com a renda lícita por eles recebida”, informando ainda que há “indícios de incompatibilidade dos rendimentos lícitos auferidos pelo policial Anderson”. Anderson já tinha sido preso em setembro de 2023 com uma carga de cocaína avaliada em R$ 40 milhões.

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