O pecuarista de 40 anos ferido a tiros por um policial aposentado, no bairro Vila Vilas Boas, em Campo Grande, na segunda-feira (11), já foi denunciado ao MPMS (Ministério Público Estadual), por estelionato. Uma dívida de R$ 50 mil teria motivado a briga entre um Policial Civil aposentado e um pecuarista.
O pecuarista em 2019 passou um cheque falso de uma suposta venda de gado. Ele também já foi executado pela Justiça por falta de pagamentos de aluguéis de um apartamento mobiliado, em Campo Grande. A locatária reclamava uma dívida de R$ 16 mil, em 2020.
Sobre o estelionato, o pecuarista, no dia 14 de dezembro de 2019, foi até um salão de cabeleireiro de um conhecido dizendo que havia vendido um gado e recebido o valor de R$ 1 mil em cheque pré-datado. O pecuarista pediu que o cheque fosse trocado por dinheiro em espécie.
Mas devido à divergência na assinatura, o cheque foi devolvido. No dia 3 de dezembro de 2020, o pecuarista foi denunciado por estelionato.
Já sobre os aluguéis, o pecuarista deixou de pagar as contas de luz, condomínio e os aluguéis do apartamento, resultando em uma dívida de R$ 16 mil.
Dívida de R$ 50 mil e tiros de policial aposentado
O policial e a vítima teriam se conhecido após uma negociação envolvendo compra e venda de gado do servidor aposentado, segundo informou a Polícia Civil em nota. Com isso, restou uma dívida no valor de R$ 50 mil.
Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, o policial que efetuou os disparos se aposentou em outubro deste ano do cargo de investigador. Em 2012, ele chegou a ser preso por envolvimento em exploração de jogos de azar em Campo Grande.
Policial alegou que pecuarista tentou retirar arma da mão dele
Já no fim da manhã, o pecuarista, que conduzia uma caminhonete, foi ferido a tiros pelo policial que pilotava uma motocicleta, no cruzamento das ruas São Remo com a Coronel Bento. Em seguida, o policial acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que encaminhou o pecuarista para a Santa Casa, onde permanece internado nesta terça-feira (12) aguardando por cirurgia.
Após acionar o socorro, o policial foi até a Deleagro (Delegacia Especializada de Combate aos Crimes Rurais e Abigeato), sendo a unidade mais próxima de onde ocorreram os fatos, e se apresentou.
Depois, ele foi encaminhado para a 4ª Delegacia de Polícia Civil, onde entregou a arma usada no crime e confessou, alegando que o pecuarista tentou retirar a arma de sua mão quando se aproximou da janela da caminhonete e houve os disparos.
Após os esclarecimentos, o policial foi liberado, pois, de acordo com a Polícia Civil, não coube prisão naquele momento. “Diante de todo o apurado, o autor foi ouvido nos autos de inquérito policial e liberado, haja vista que a legislação processual penal brasileira é clara acerca do não cabimento da prisão em flagrante no caso de apresentação espontânea, pela ausência da previsão legal”, diz a nota.
A arma usada no crime e as imagens de câmeras de segurança foram encaminhadas para a perícia.
