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Polícia

Erivelte tentou ir embora antes de ser morta a facada pelo marido: “Não me obedecia”

Discussão que provocou 29° feminicídio em MS neste ano começou após homem questionar a vítima por 'não obedecê-lo'
Aline Machado, Thatiana Melo -
Caso foi registrado na delegacia de Paranaíba (Foto: arqivo Midiamax)

Erivelte Barbosa Lima de Souza, de 48 anos, tentou ir embora antes de ser assassinada a facada pelo marido, Adenilton José da Silva Santos, de 30 anos. O crime aconteceu na madrugada desta sexta-feira (10), em Paranaíba, a 406 quilômetros de . À polícia o suspeito disse que a vítima ‘não o obedecia’.

Durante depoimento na delegacia, o suspeito disse que a discussão começou logo que o casal chegou em casa. Ele teria questionado o fato da mulher não obedecê-lo.

“Porque quando a mulher do [amigo do casal] a chamava para fazer as coisas ela ia sem questionar e quando eu a chamei para ir embora ela não obedecia”, diz parte do depoimento prestado nesta manhã desta sexta-feira (10).

À polícia, o homem disse que essa situação ‘o frustava e o deixava inquieto’. Ainda segundo Adenilton, a discussão começou logo após ele questionar a mulher, que tentou ir embora.

Feminicídio

Conforme registro policial, o casal convivia maritalmente há cerca de cinco meses. Na quinta-feira (9), eles estavam bebendo na casa de um casal de amigos. Logo depois, quando chegaram em casa, começaram a brigar. Adenilton desferiu uma facada no tórax de Erivelte, que chegou a ser socorrida por vizinhos, mas não resistiu aos ferimentos. 

Ainda conforme informações, após a chegada da polícia, Adenilton foi encontrado com as roupas sujas de sangue, dizendo que Erivelte havia tentado atacá-lo com uma faca durante a briga, e que ele havia tomado a faca, desferindo o golpe na esposa.

A filha de Erivelte foi contactada pelos policiais e afirmou que ela e os irmãos moram em outro estado e não conhecem Adenilton, mas sabiam que o relacionamento da mãe era conturbado, já que o padrasto era muito ciumento.

Conforme informações, Erivelte nunca havia registrado nenhum boletim de ocorrência por agressões de Adeniltom. Nessa quinta (9), a vítima tentou ir embora após a discussão entre o casal, mas acabou morta. 

A princípio, Adenilton disse aos policiais que não sabia o motivo pelo qual esfaqueou a esposa. “Foi a cachaça”, alegou. Ele foi preso em flagrante por feminicídio.

O suspeito já foi preso na cidade de Ji-Paraná pelos crimes de: , embriaguez ao volante e , quando agrediu a ex-mulher.

MS já registrou 29 feminicídios em 2025

Mato Grosso do Sul já registrou 29 feminicídios em 2025. Erivelte Barbosa Lima de Souza, de 48 anos, foi a 29ª vítima, na ordem dos crimes desta natureza registrados no Estado. Ela foi assassinada a facada pelo marido, Adenilton José da Silva Santos, de 30 anos, que acabou preso logo após o crime, na madrugada desta sexta-feira (10), em Paranaíba, a 406 quilômetros de Campo Grande. 

Antes dela, o último feminicídio registrado foi o de Gisele da Silva Cylis Saochine, de 40 anos, esfaqueada pelo marido, Anderson Cylis Saochine, de 49 anos. Gisele foi esfaqueada no fundo de casa e arrastada até o quarto pelo companheiro, que entrou no carro e teria jogado material inflamado no corpo e no veículo. Os dois foram encontrados carbonizados.

Confira a lista de mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul:

  • Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
  • Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
  • Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
  • Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
  • Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
  • Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
  • Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
  • Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
  • Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
  • Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
  • Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
  • Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
  • Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
  • Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
  • Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
  • Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
  • Rose (Costa Rica) – 27 de junho
  • Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
  • Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho
  • Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho
  • Salvadora Pereira (Corumbá) – 02 de agosto
  • Letícia Ananias de Jesus (Cassilândia) – 8 de agosto
  • Dahiana Ferreira Bobadilla (Assassinada no Paraguai, mas encontrada em Bela Vista) — 8 de agosto
  • Érica Regina Mota (Bataguassu) – 27 de agosto
  • Dayane Garcia (Nova Alvorada do Sul) – 3 de setembro
  • Iracema Rosa da Silva (Dois Irmãos do Buriti) – 8 de setembro
  • Ana Taniely Gonzaga de Lima – 13 de setembro
  • Gisele da Silva Cylis Saochine (Campo Grande) – 2 de outubro
  • Erivelte Barbosa Lima de Souza (Paranaíba) – 10 de outubro

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.

Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, , Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

(Revisão: Bianca Iglesias)

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