Pular para o conteúdo
Polícia

Chineses usavam IA e falso doutor em economia da USP para aplicar golpe bilionário desmantelado pela PF

Chineses comandavam esquema com ajuda de brasileiros
Marcos Morandi -
Policiais cumpriram mandados em Dourados nesta quarta-feira (Foto: Reprodução, Osvaldo Duarte)

A Operação ‘Edebox’, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão em , desmantelou organização que aplicava golpes de através de um site falso de investimentos em Bitcoin. O grupo criminoso usava inteligência artificial para aplicar os golpes.

A investigação aponta que o esquema era liderado por chineses residentes na região central de , que recrutavam brasileiros para operacionalizar a fraude. O grupo criminoso utilizava grupos de WhatsApp para atrair vítimas com falsas promessas de investimentos, divulgadas por um suposto “doutor em economia da USP”, cuja comunicação era alimentada por inteligência artificial.

As vítimas eram então direcionadas para a plataforma ‘Edebox’, onde depositavam dinheiro e visualizavam lucros fictícios. Os líderes chineses coordenavam o desvio dos valores para empresas de fachada e a lavagem do dinheiro através da compra de moedas digitais, créditos de carbono e exportação de produtos alimentícios para a Venezuela.

Para dar um final, os criminosos inventavam uma falsa operação da Polícia Federal e exigiam o pagamento de impostos para liberar os valores, o que nunca acontecia.

A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão temporária, além de bloquear contas judiciais, com o objetivo de recuperar os valores desviados e responsabilizar criminalmente todos os envolvidos no esquema.

Uma das empresas utilizadas na fraude movimentou mais de R$ 1 bilhão em um ano, demonstrando a dimensão do golpe.

Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária nas cidades de São Paulo/SP, Guarujá/SP, Boa Vista/RR, Curitiba/PR, Dourados/MS e Entre Rios/BA, além de medidas de sequestro de valores.

Intermediários dos chineses

A organização criminosa que movimentou mais de R$ 1 bilhão também atuava em Dourados, onde a polícia cumpriu dois mandados de brusca e apreensão. Uma professora que não teve a identidade revelada é investigada, mas não foi presa.

Segundo informações apuradas pela Polícia Civil, que contou com apoio do SIG (Setor de Investigações Gerais), a mulher atuava na captação de clientes interessados em investimentos em moeda digital.

Nos dois locais onde foram cumpridos os mandados, os agentes do SIG apreenderam um notebook, dois telefones celulares e diversos cartões.

De acordo com o delegado Thiago Boeing, responsável pelas investigações que tiveram início em Taguatinga (DF), os investigados de Dourados trabalhavam como intermediários entre os líderes chineses e as vítimas brasileiras.

O esquema começou a ser investigado após a denúncia de um médico do Distrito Federal, que perdeu R$ 200 mil em uma plataforma chamada EBDOX, apresentada como corretora de criptomoedas. O site simulava altos rendimentos, mas em determinado momento deixou de liberar os saques. 

Carcaça de site

“As pessoas aqui de Dourados eram intermediárias entre os chineses e as pessoas do grupo, porque elas recebiam as mensagens em mandarim, que eram geradas pelos chineses, e repassavam aos brasileiros após uma tradução e uma análise feita dentro dos grupos, se passando por esse professor que dava dicas de investimento”, explicou o delegado.

“Era só uma carcaça de site, não havia nenhum investimento real. As pessoas viam o valor crescer na tela, mas o dinheiro nunca era aplicado. Em seguida, foi inventada a história de que a Polícia Federal teria feito uma operação contra o grupo, e para liberar os saques era necessário depositar 10% de imposto. Muitas vítimas fizeram esse novo depósito e aumentaram ainda mais o prejuízo”, relatou Boeing.

Ainda segundo o delegado Boeing, os brasileiros eram remunerados através de moedas digitais e recebiam esses valores para enganar as vítimas e direcionarem elas para a plataforma falsa. Depois que o dinheiro estava na mão do grupo, esse dinheiro era lavado de três maneiras.

Uma parte era aplicada em compras de moedas digitais e em crédito de carbono. O outro montante do dinheiro era lavado por exportação de produtos alimentícios por meio da cidade de Roraima, em Boa Vista, que iriam para a Venezuela, segundo as notas fiscais emitidas.

💬 Receba notícias antes de todo mundo

Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.

(Revisão: Bianca Iglesias)

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Motorista é perseguido a tiros na BR-060 e se esconde em plantação

Atlético-MG e Cruzeiro empatam e se complicam na classificação do Brasileiro

Fazendeiro é multado em R$ 368 mil por maus-tratos a 737 bovinos

Corinthians se classifica para decisão da Copa Libertadores Feminina

Notícias mais lidas agora

Acusado por corrupção em Terenos escala time de empreiteiros para ‘provar inocência’

professor andrey escola jose barbosa rodrigues supercopa de volei

Supercopa no Guanandizão é reflexo do amor de Campo Grande pelo vôlei, avalia professor da JBR

chuva

Prepare o guarda-chuva: próximos três dias serão de alerta para chuva intensa em MS

Defesa Civil em MS emite alerta na noite desta quarta para chuvas intensas

Últimas Notícias

Cotidiano

VíDEO: eucalipto cai com vendaval e destrói barraco na Cidade dos Anjos

O barraco ficou totalmente destruído

Esportes

Santos sufoca o Corinthians e vence o clássico com méritos em noite de brilho de Zé Rafael

Fundamental para o Santos aproveitar as muitas falhas do Corinthians

Polícia

Meninos não contaram que adolescente se afogou no Rio Taquari por medo de punição

Não conseguiram ajudar Victor que desapareceu nas águas

Esportes

Vasco bate Fortaleza com um a menos, quebra tabu e soma 2ª vitória seguida no Brasileirão

O Vasco conquistou uma grande vitória na noite desta quarta-feira, na Arena Castelão, na capital cearense. Jogando com um a menos desde a primeira etapa e sofrendo pressão do Fortaleza, o time de Fernando Diniz soube suportar e com direito a lei do ex e quebra de tabu, superou o time da casa por 2 … Continued