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Polícia

Júri do estudante de medicina que matou corredora atropelada em Campo Grande é marcado

Estudante será julgado em setembro por homicídio e tentativa de homicídio contra a amiga de Danielle, que sobreviveu ao atropelamento
Lívia Bezerra -
João Vitor quando chegou à última audiência do caso, no dia 10 de junho. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

O juiz de Direito Aluizio Pereira dos Santos marcou para setembro o júri popular de João Vitor Fonseca Vilela, réu pela morte de Danielle Corrêa de Oliveira, atropelada na MS-010, em .

Danielle morreu atropelada na manhã do dia 15 de fevereiro, quando estava praticando corrida na rodovia. A amiga da vítima também foi atingida, mas sobreviveu ao atropelamento.

Na época do atropelamento, o estudante de Medicina foi preso, mas, em março, ganhou a liberdade provisória. Nos últimos meses, audiências de instrução e julgamento foram realizadas para oitiva de testemunhas de acusação, testemunhas de defesa e interrogatório de João Vitor.

Assim, nesta sexta-feira (11), foi publicada a decisão de pronúncia do estudante de Medicina. Desde o início do processo, a defesa do estudante de Medicina pedia pela desclassificação de crime doloso para culposo em relação a Danielle e à amiga.

No entanto, o magistrado determinou que João Vitor vá a julgamento pelos crimes de homicídio simples e tentativa de homicídio. O júri foi marcado para o dia 10 de setembro deste ano.

Na decisão judicial, o magistrado ainda considerou o concurso formal dos crimes, enfatizando que os dois atropelamentos ocorreram com uma única ação.

Ressalto que — crimes de trânsito — têm se tornado manchetes neste país e contornos significantes em situações excepcionais pelas características da ocorrência, tanto que até há entidade paraestatal denominada “não foi um simples acidente”, a qual dedica-se há anos catalogando situações que fogem da normalidade do dia-a-dia no trânsito, apresentando manifestações, projetos de lei, caminhadas, etc, em busca de um trânsito mais seguro como direito de todos cidadãos”, reforçou Aluizio.

Por fim, o magistrado explicou que diversos casos assemelhados foram pronunciados na 2ª Vara do Tribunal do Júri e mantidos pelo (Tribunal de Justiça de ).

No mais, vários outros casos assemelhados foram pronunciados nesta 2ª Vara do Júri mantidos pelo TJMS e instâncias superiores por conta de apresentarem as mencionadas características típicas do dolo eventual, tornando a sociedade competente para dirimir se foi ou não, repito, simples acidente culposo como aventa a Defesa”, diz a decisão.

Liberdade mantida

No último dia 24 de junho, o  José Roberto da Rosa, que representa a defesa do estudante de Medicina, confirmou que a 2ª Câmara Criminal julgou o habeas corpus e manteve a liberdade de seu cliente.

“A decisão seguiu o voto do relator, juiz Alexandre Corrêa Leite, que entendeu pela manutenção da liberdade nos termos da liminar concedida em 20 de março de 2025 pelo desembargador Alexandre Branco Pucci”, informou José Roberto.

Advogado José Roberto Rosa em entrevista ao fim da audiência no dia 10 de junho. (Foto: Madu Livramento, Midiamax)

Audiência de instrução e julgamento

Na tarde do dia 10 de junho, o estudante e algumas testemunhas de defesa foram ouvidos na audiência de instrução e julgamento no Fórum Heitor Medeiros, em Campo Grande.

Durante a audiência, João relembrou o atropelamento ocorrido e se emocionou, pedindo desculpas para as vítimas. “Só queria pedir desculpas para todas as vítimas, porque foi uma tragédia que nunca imaginei na minha vida que eu iria passar. A partir daquele momento, todo dia me lembro e penso na família das vítimas”, falou.

Ao fim de seu interrogatório, por volta das 16h15, João comentou que veio para Campo Grande realizar um sonho, interrompido pela tragédia que mudou toda a sua vida.

“Eu vim para Campo Grande para realizar um sonho, tinha boas referências da Santa Casa, eu vim para ficar seis meses e depois iria para Goiânia. Estava vivendo um sonho da minha vida e aconteceu essa tragédia que mudou toda a minha vida”, finalizou.

Ainda durante a sessão, o estudante falou em ‘desatenção que terminou em tragédia’. “Eu atribuo desatenção momentânea que eu tive e ocasionou uma tragédia. Poderia influenciar [o álcool], mas mesmo com e sem, eu acredito que foi mais devido ao cansaço. Estava distraído, não tinha nenhuma sinalização. Em relação às pessoas, cada um estava na sua velocidade, estavam espaçadas, não vi sinalização nenhuma. A vítima não estava no acostamento, andando no lado direito da via”, disse João.

Estudante de Medicina chorou ao ouvir decisão de prisão

Vídeo da audiência de custódia, que ocorreu no dia 16 de fevereiro, mostra o estudante de Medicina aos prantos ao ouvir a decisão do magistrado no Fórum de Campo Grande.

Nas imagens, é possível ver o estudante de cabeça baixa e, quando ouve a decisão do juiz, vai aos prantos. Ele estava embriagado quando dirigia o carro e atropelou Danielle, que treinava para uma maratona com um grupo, na MS-010.

João se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas era visível seu estado de embriaguez. O estudante utilizava uma pulseira de uma casa noturna localizada na Avenida Afonso Pena e, dentro do veículo, foram encontradas latas e garrafas de cerveja.

Estudante em audiência de custódia. (Foto: Leitor Midiamax)

Motorista desorientado

A publicitária Gisele Dias praticava corrida com a vítima e estava no grupo que treinava na manhã de sábado (15).

“Ele [o motorista embriagado] falava que estava indo para a casa dele, falava que morava em Campo Grande, outra hora ele falava que morava perto da Santa Casa, outra hora falava que morava perto do shopping, e a gente estava indo a Rochedo, estávamos a 7 km de Campo Grande”, detalhou a atleta.

“Ele [o motorista] estava muito distante de onde ele pensava que ele estava indo, totalmente sem noção de qualquer coisa”, completa Gisele.

“Não deveriam ser só crimes hediondos que deveriam ser inafiançáveis. Isso foi um crime hediondo, gente, precisa ser revisto isso. Não dá para a pessoa deliberadamente se embriagar, pegar o carro, sair, atropelar uma pessoa, matar uma pessoa, depois voltar para casa e seguir a vida dele. O rapaz, ele estava extremamente embriagado”, desabafou.

Danielle foi morta aos 41 anos, enquanto praticava o esporte que mais amava. (Reprodução, Redes Sociais)

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