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Polícia

Mulher que matou Solene asfixiada já quebrou o braço de companheira durante agressões

Suspeita usava tornozeleira eletrônica desde julho em decorrência de agressão
Lívia Bezerra -
Casa onde ocorreu o feminicídio. (Reprodução, Polícia Civil)

A mulher de 43 anos, presa pelo de Solene Aparecida Ferreira Corrêa, já quebrou o braço da companheira durante agressões anteriormente. Solene foi morta asfixiada pela autora, que foi presa na tarde dessa terça-feira (21), em Três Lagoas, a 323 quilômetros de .

O crime foi descoberto após vizinhos ouvirem gritos e pedidos de socorro vindos da residência das mulheres por volta das 14h30 da tarde. A PM (Polícia Militar), Polícia Civil e a Perícia foram acionadas para o local e a suspeita presa em flagrante pelo crime de feminicídio.

Segundo explicou a delegada Sayara Quinteiro Martins, da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), a suspeita relatou em interrogatório que mantinha um relacionamento com a vítima há cerca de dois anos. Na terça (21), as duas discutiram por ciúmes e questões financeiras, momento em que houve uma luta corporal e Solene morreu asfixiada.

“A discussão envolveu questões financeiras e, também, uma conversa sobre deixar a residência. Dado momento, segundo a suspeita, a vítima, que estava sob efeitos de espírito, teria partido para cima da suspeita com uma faca. Para se defender — logo após ser atingida — ela conseguiu tirar a faca das mãos da vítima e colocou as mãos no pescoço dela para tentar tirar o espírito. Quando se deu conta, a vítima já estava sem vida”, explicou a delegada.

Na delegacia, foi constatado também que a suspeita descumpriu medidas protetivas. Isso porque, em julho deste ano uma decisão judicial determinou que a suspeita fosse monitorada por tornozeleira eletrônica após ela agredir Solene em Campo Grande.

“Ela havia agredido essa vítima e fraturado, inclusive seu braço, e não podia se aproximar da vítima. Essa decisão ocorreu em Campo Grande e a suspeita veio para Três Lagoas. Há dois meses, a vítima retornou para Três Lagoas e voltou a conviver com a suspeita”, detalhou a delegada Sayara.

Por isso, além do feminicídio que vitimou Solene, a suspeita responderá por descumprimento de medidas protetivas. A delegada da DAM esclareceu também o motivo da mulher ser autuada por feminicídio.

“De acordo com a legislação brasileira, para que configure o feminicídio, não é necessário que o sexo do autor seja masculino, mas é verificado, sim, a motivação de gênero. Então, nesse caso em virtude de ser uma morte de mulher em âmbito doméstico por razões da condição de gênero, ele será enquadrado como feminicídio consumado”, esclareceu.

Após o flagrante, a delegada pediu pela prisão preventiva da suspeita. Ela aguarda por audiência de custódia no Fórum de Três Lagoas. “O crime ocorreu em contexto de e diante da gravidade dos fatos, a prisão preventiva é necessária para garantia da ordem pública”, explicou Sayara.

Vizinhos ouviram gritos e pedidos de socorro

Na tarde dessa terça-feira (21), os vizinhos ouviram gritos e pedidos de socorro no Jardim Imperial, em Três Lagoas, e a PM (Polícia Militar) foi acionada para o local.

Ao chegarem no local, os policiais encontraram a suspeita informando que queria se entregar, pois havia matado Solene. Então, os militares adentraram a residência e encontraram a vítima caída ao chão sem os sinais vitais.

Diante da situação, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para constatar o óbito, bem como a Polícia Civil e a Perícia para os levantamentos no local. A suspeita foi presa e encaminhada para a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) e o corpo da vítima levado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame necroscópico.

Lista de feminicídios em MS em 2025:

  • Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro
  • Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro
  • Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro
  • Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro
  • Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro
  • Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março
  • Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março
  • Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril
  • Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio
  • Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio
  • Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio
  • Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio
  • Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
  • Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio
  • Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho
  • Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho
  • Rose (Costa Rica) – 27 de junho
  • Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho
  • Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho
  • Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho
  • Salvadora Pereira (Corumbá) – 02 de agosto
  • Letícia Ananias de Jesus (Cassilândia) – 8 de agosto
  • Dahiana Ferreira Bobadilla (Assassinada no Paraguai, mas encontrada em Bela Vista) — 8 de agosto
  • Érica Regina Mota (Bataguassu) – 27 de agosto
  • Dayane Garcia (Nova Alvorada do Sul) – 3 de setembro
  • Iracema Rosa da Silva (Dois Irmãos do Buriti) – 8 de setembro
  • Ana Taniely Gonzaga de Lima – 13 de setembro
  • Gisele da Silva Cylis Saochine (Campo Grande) – 2 de outubro
  • Erivelte Barbosa Lima de Souza (Paranaíba) – 10 de outubro
  • Andrea Ferreira () – 12 de outubro
  • Solene Aparecida Corrêa (Três Lagoas) – 21 de outubro

📍 Onde buscar ajuda em MS

Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.

Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.

☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.

As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.

Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.

📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.

⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.

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