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Polícia

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Intimidação: Investigado pelo MPMS por assédio sexual, fotógrafo tentou até processar uma das vítimas
Thatiana Melo -
(Helder Carvalho, Midiamax) – Ilustrativa

Após o indiciamento em 2024 por assédio, vítimas de um fotógrafo em Campo Grande, acusado dos crimes, temem uma suposta pressão para que o caso seja ‘abafado’. Isso porque o profissional é famoso na cidade, tem mais de 15 mil seguidores nas redes sociais e fotograva majoritariamente membros da elite sul-mato-grossense.

Também causa preocupação a elas o fato de o fotógrafo ter contratado escritório famoso, que atende políticos, para proibir as notícias e tentar denunciar até uma das vítimas, mesmo sem ter o nome citado pelo Jornal Midiamax.

Fotógrafo tem influência e advogados de políticos

A reportagem conversou com diversas vítimas do fotógrafo, que procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), em novembro do ano passado. Uma das vítimas disse que teme pela impunidade, já que o fotógrafo teria dinheiro e advogados famosos. 

Ainda segundo o relato, a mulher disse que acabou recebendo intimação, após o fotógrafo a denunciar por expor a história que ela vivenciou.

No entanto, a polícia arquivou o procedimento, já que não houve no entendimento da delegada exposição de informações sigilosas, pelo fato da mulher ter contado algo que ocorreu com ela enquanto vítima. 

“Infelizmente eu acredito que não vai acontecer nada com ele. Até tentar me intimidar por contar a minha história ele tentou. Infelizmente esse é nosso país, mas eu oro para que seja feita a Justiça… por mais que eu não acredite na justiça dos homens”, disse uma delas ao Midiamax.

Outras vítimas ficaram receosas de procurar a delegacia para expor os fatos ocorridos com elas, no estúdio do fotógrafo. A ‘pressão velada’ estaria ocorrendo devido ao profissional fotografar mulheres da alta sociedade, o que poderia levantar suspeitas em cima de clientes do fotógrafo. 

Fotógrafo tentou censurar reportagens

Após publicação no Jornal Midiamax sobre o grave relato de assédio feito por uma mulher por parte de um fotógrafo de , uma decisão judicial censurou a reportagem inicial, em 2024.

Isso mesmo a reportagem não citando o nome do fotógrafo, que foi alvo de denúncia. Também não foi informando o bairro onde fica o estúdio do empresário.

O Midiamax, que segue protocolo de boas práticas jornalísticas para preservar vítimas e denunciantes, além de assegurar o amplo direito de defesa e manifestação dos denunciados, recorreu e conseguiu na Justiça derrubar a liminar.

Assim, no dia 4 de dezembro de 2024, a Justiça de Campo Grande negou o pedido do fotógrafo indiciado por assédio sexual de publicação de novas matérias, sob justificativa de prévia, ao impedir reportagens que ainda nem foram publicadas, de serem veiculadas.

Atualmente, o Jornal Midiamax é o único veículo que está liberado pela Justiça a cobrir o caso. A reportagem procurou a defesa do fotógrafo por email, ligação e mensagens, mas até a publicação da matéria não obtivemos resposta. O espaço segue aberto para futuras manifestações. 

Vítimas denunciam casos de assédio

“Eu fiquei paralisada”, disse uma empresária de 33 anos que também foi vítima de um famoso fotógrafo de Campo Grande, acusado de assédio sexual. O ano era 2011, quando a empresária e um grupo de amigas que se formavam compraram um pacote de fotos para usarem após a formatura. Na época, as jovens tinham 20 anos.

A empresária disse ao Midiamax que quando chegou a vez dela fazer as fotos no estúdio, o fotógrafo pediu para que tirasse a blusa para um ensaio mais sensual, o que ela achou estranho, já que as fotos eram profissionais. Então, ela não tirou a blusa.

Ainda assim o fotógrafo insistiu e falou para a empresária levantar um pouco a saia para “ficar mais sexy”, nisto ele foi até ela e levantou a saia passando as mãos em suas partes íntimas. “Neste momento fiquei paralisada, perplexa, sem saber o que fazer”, disse.

“Criei muitas coisas na minha cabeça. Cheguei a achar que estava imaginando coisas”, disse a empresária, que já soube por amigas que outras mulheres passaram pelo mesmo que ela.

Na época, a empresária disse que não registrou boletim de ocorrência, mas sabe que é necessário denunciar. “Não nos calar”, disse a empresária, ao relatar medo pelo fato do fotógrafo ser influente e fazer fotos de famílias da alta sociedade de Campo Grande.

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